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"Os livros nos dão conselhos que os amigos não se atreveriam a dar-nos." Samuel Smiles
Traída - P.C. Cast e Kristin Cast online
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Traída - P.C. Cast e Kristin Cast online
House of Night 2 - Betrayed
Por P.C. Cast e Kristin Cast
Gostaríamos de dedicar esse livro para (Tia) Sherry Rowland, amigo e publicista.
Obrigada, Sher, por cuidar de nós. Mesmo quando somos problemáticas e irritantes (e especialmente quando você nos da um “trato”). Amamos você demais.
1º CapituloPor P.C. Cast e Kristin Cast
Gostaríamos de dedicar esse livro para (Tia) Sherry Rowland, amigo e publicista.
Obrigada, Sher, por cuidar de nós. Mesmo quando somos problemáticas e irritantes (e especialmente quando você nos da um “trato”). Amamos você demais.
- Spoiler:
- UM
“Garota nova. Olha lá,” Shaunee disse enquanto deslizava pelo banco que sempre
alegávamos ser nosso para cada refeição servida no salão de janta (tradução: cafeteria de
classe alta).
“Trágico, Gêmea, trágico.” A voz de Erin ecoava totalmente a de Shaunee. Ela e
Shaunee tinham algum tipo de ligação psíquica que as fazia bizarramente similar, que é
por isso que o apelido deles era “as Gêmeas,” embora Shaumee fosse café-com-leite
Jamaica americano de Connecticut e Erin era branca com cabelo loiro e olhos azuis de
Oklahoma.
“Graças a Deus, ela é colega de quarto de Sarah Freebird.” Damien acenou em
direção a garotinha com um cabelo preto que mostrava aquele olhar perdido de garota
nova ao redor do salão, o olhar afiado dele para moda, checando as roupas das duas
garotas – de sapato a brinco – em um olhar rápido. “Claramente o senso de movo dela é
melhor que o de Sarah. Apesar do estresse de ser Marcada e mudar de escola. Talvez ela
seja capaz de ajudar Sarah com a infeliz propensão dela a sapatos horríveis.”
“Damien,” Shaunee disse. “De novo você está me -”
“– irritando com essa porcaria de vocabulário,” Erin terminou por ela.
Damien fungou, parecendo ofendido e superior e mais gay do que ele costuma
parecer (embora ele definitivamente seja gay). “Se o vocabulário de vocês não fosse não
abismal vocês não teriam que carregar um dicionário com vocês para me acompanhar.”
As Gêmeas estreitaram seus olhos para ele e sugaram o ar para começar um novo
round, o que, graças a Deus, minha colega de quarto interrompeu. Com seu complicado
sotaque de Oklahoma, Stevie Rae fanhosamente falava as duas definições como se
estivesse dando pistas a uma abelha. “Propenso – é uma intensa preferência natural.
Abismal – absolutamente horrível. Aí. Agora vocês podem parar de reclamar e serem
bonzinhos? Vocês sabem que é quase hora para a visitação dos pais, e não deveríamos
agir como retardados quando eles aparecerem.”
“Ah, merda,” eu disse. “Eu esqueci totalmente sobre a visita dos pais.”
Damien gemeu e colocou a cabeça na mesa, batendo com nela sem ser muito gentil.
“Eu esqueci totalmente também.” Nós quatro demos um olhar simpático para ele. Os pais
de Damien não se importaram com ele ser Marcado, se mudar para a House of Night, e
começar a Mudança que, ou iria transformar ele, ou se o seu corpo rejeitasse a mudança,
matá-lo. Eles tem problemas com ele ser gay.
Pelo menos os pais de Damien estavam bem com algo em relação a ele. Minha mãe
e seu marido atual – meu padrasto-perdedor, John Heffer – por outro lado, odeiam
absolutamente tudo em relação a mim.
“Meus pais não vem. Eles vieram mês passado. Esse mês estão ocupados demais.”
“Gêmea, mas uma vez provamos nossa gêmisse,” Erin disse. “Meus pais me
mandaram um email. Eles também não vem por causa de uma viagem de Ação de Graças
que eles decidiram fazer para o Alaska com minha tia Alane e tio Liar Lloyd. Tanto faz.”
Ela riu – aparentemente tão despreocupada quanto Shaunee pela ausência de seus pais.
“Hey, Damien, talvez seus pais também não apareçam,” Stevie Rae disse com um
sorriso rápido.
Ele suspirou. “Eles estarão aqui. É o mês do meu aniversário. Eles vão trazer
presentes.”
“Isso não parece ruim,” eu disse. “Você estava falando sobre precisar de um novo
bloco de desenhos.”
“Eles não vão me dar um bloco de desenho,” ele disse. “Ano passado pedi um
suporte para moldura* (*aqueles que suportam as telas, enquanto o pintor trabalha). Eles
me deram coisas para acampar e uma assinatura da Sports Illustraded.”
“Eca!” disseram Shaunee e Erin juntas enquanto Stevie Rae e eu enrugávamos
nossos narizes e fazíamos barulhos de simpatia.
Claramente querendo mudar de assunto, Damien virou para mim. “Essa será a
primeira visita dos seus pais. O que você espera?”
“Um pesadelo,” eu suspirei. “Total, absoluto, e completo pesadelo.”
“Zoey? Eu achei que deveria trazer minha nova colega de quarto para conhecer você.
Diana, essa é Zoey Redbird – a líder das Filhas Negras.”
Felizes por não ter que falar sobre meus horríveis problemas com os pais, eu olhei
para cima, sorrindo, para o som da voz nervosa de Sarah.
“Wow, é realmente verdade!” a nova garota disse antes que eu pudesse dar oi.
Como sempre ela estava encarando minha testa e corando. “Eu quero dizer, uh...
desculpe. Eu não queria ser rude nem nada...” ela disse, parecendo miserável.
“Está tudo bem. É, é verdade. Minha Marca está completa e tem complementos.” Eu
mantive meu sorriso, tentando fazer ela se sentir melhor, embora eu realmente odiasse
parecer a atração principal do show dos bizarros. De novo.
Graças a Céu, Stevie Rae entrou na conversa antes do silencio entre Diana e eu ficar
mais desconfortável.
“Yeah, Z ganhou essa tatuagem de espiral legal no rosto e pelos ombros quando ela
salvou seu ex-namorado de uns fantasmas vampiros apavorantes,” Stevie Rae disse
alegremente.
“Foi o que Sarah me disse,” Diana disse tentativamente. “É algo tão inacreditável
que, bem, eu uh...”
“Não acreditou?” Damien disse esperançoso.
“Yeah. Desculpe,” ela repetiu, inquieta e olhando para as unhas.
“Hey, não se preocupe.” Eu dei um quase autentico sorriso. “Parece bem bizarro para
mim às vezes, e eu estava lá.”
“E arrasou,” Stevie Rae disse.
Eu dei a ela meu olhar você-totalmente-não-está-ajudando, que ela ignorou. Sim, eu
algum dia posso ser a Alta Sacerdotisa deles, mas não sou a chefe dos meus amigos.
“De qualquer forma esse lugar todo pode parecer meio estranho no começo. Vai
melhorar,” eu disse para a nova garota.
“Obrigado,” ela disse com um genuíno calor.
“Bem, é melhor irmos para que eu possa mostrar a Diana onde o seu quinto período
será,” Sarah disse, e então ela totalmente me embaraçou de novo ficando séria e formal e
me saudando do jeito tradicional dos vampiros como um sinal de respeito, punho no
coração e curvou sua cabeça, antes de sair.
“Eu realmente odeio quando eles fazem isso,” eu murmurei, cutucando minha salada.
“Eu acho legal,” Stevie Rae disse.
“Você merece que te mostrem respeito,” Damien disse com a voz de um professor.
“Você é a única terceiranista que já existiu a liderar as Filhas Negras e a única caloura ou
vampira da história que mostrou afinidade com os 5 elementos.”
“Aceite, Z,” Shaunee disse depois de dar uma mordida na salada enquanto
gesticulava para mim com seu garfo.
“Você é especial.” Erin terminou por ela (como sempre).
Um terceiranista é como a House of Night chama um calouro – então um
quarteiranista seria do segundo ano, etc. E, sim, eu sou a única terceiranista a ser líder
das Filhas Negras. Sorte minha.
“Em falar nas Filhas Negras,” Shaunee disse. “Você decidiu o que você quer que seja
as novas exigências para ser um membro?”
Eu reprimi a vontade de gritar, Diabos não, eu ainda não consigo acreditar que estou
no comando dessa coisa! Ao invés disso eu balancei a cabeça, e decidi - com o que eu
esperava ser um brilhante golpe – colocar um pouco da pressão neles.
“Não, eu não sei quais devem ser as novas exigências. Na verdade, estava esperando
que vocês me ajudassem. Então, alguma idéia?”
Como eu suspeitava, os quatro ficaram quietos. Eu abri minha boca para agradecer
pelo silencio deles, mas a voz da nossa Alta Sacerdotisa passou pela comunicação interna
da nossa escola. Por um segundo eu fiquei feliz pela interrupção, e então percebi o que
ela estava dizendo e meu estomago começou a se apertar.
“Estudantes e professores, por favor, vão até a recepção. Está na hora da nossa
visita mensal dos pais.”
Bem, diabos.
“Stevie Rae! Stevie Rae! Oh meu Deus eu senti sua falta!”
“Mama!” Stevie Rae chorou e voou para os braços da mulher que parecia igual a ela,
só que 22 quilos mais pesada e 20 e tantos anos mais velha.
Damien e eu ficamos parados constrangedoramente dentro do hall, que estava
começando a se encher com pais humanos que pareciam desconfortáveis, alguns irmãos
humanos, um bando de calouros, e vários dos nossos professores vampiros.
“Bem, ali estão meus pais,” Damien disse com um suspiro. “É melhor acabar com
isso de uma vez. Vejo você depois.”
“Até mais,” eu murmurei e observei ele se juntar a duas pessoas totalmente comuns
que estavam carregando um presente embrulhado. A mãe dele deu um rápido abraço e o
pai dele apertou a mão dele com uma exuberante masculinidade. Damien parecia pálido e
estressado.
Eu fui até a longa mesa que passava por uma comprida parede. Estava cheia com
caras bandejas de queijos e sobremesas, e café, chá, e vinho. Eu estou na House of Night
a um mês, e ainda fico um pouco chocada por ver vinho ser servido tanto por aqui. Parte
da razão é simples – a escola tem seu modelo baseado nas Houses of Nights européias.
Aparentemente, na Europa vinho com refeições é como chá e Coca nas refeições aqui –
nada demais. A outra razão é o fato genérico – vampiros não ficam bêbados – calouros
mal podem ficar tontos (pelo menos com álcool - sangue, infelizmente, é outra história).
Então vinho literalmente não é nada demais, embora eu achasse que seria interessante
ver como os pais de Oklahoma iriam reagir a bebida na escola.
“Mama! Você tem que conhecer minha colega de quarto. Lembra que eu te falei
sobre ela? Essa é Zoey Redbird. Zoey essa é minha mãe.”
“Olá, Sra. Johnson. É bom conhecer você,” eu disse educadamente.
“Oh, Zoey! É tão bom conhecer você! E, oh meu! Sua Marca é tão bonita quanto
Stevie Rae disse que era.” Ela me surpreendeu com um suave abraço de mãe e sussurrou,
“estou feliz que você esteja cuidando de Stevie Rae. Me preocupo com ela.”
Eu apertei as costas dela e sussurrei, “Sem problemas, Sra. Johnson. Stevie Rae é
minha melhor amiga.” E embora fosse totalmente nada realístico, eu de repente desejei
que minha mãe me abraçasse e se preocupasse comigo como a Sra. Johnson se
preocupava com sua filha.
“Mama, você trouxe para mim algum biscoito de chocolate?” Stevie Rae perguntou.
“Sim, querida, eu trouxe, mas acabei de perceber que deixei no carro.” A mãe de
Stevie Rae respondeu em com seu sotaque Okie que era idêntico ao da filha. “Porque você
não vem comigo e me ajuda a trazer eles para cá. Eu fiz mais para os seus amigos desta
vez.”
Ela sorriu gentilmente para mim. “Você é mais que bem vinda para vir conosco
também, Zoey.”
“Zoey.”
Eu ouvi minha voz falar como um eco congelado da quente bondade da Sra.
Johnson, e olhei por cima dos ombros dela para ver minha mãe e John entrando no hall.
Meu coração caiu no meu estomago. Ela trouxe ele. Porque diabos ela não veio sozinha e
deixar ser apenas ela para variar? Mas eu sabia a resposta para isso. Ele nunca permitiria.
E ele não permitir significava que ela não faria. Ponto. Fim do assunto. Desde que ela
casou com John Heifer minha mãe não teve que se preocupar com dinheiro. Ela vivia
numa enorme casa em um silencio subúrbio. Ela era voluntaria para o PTA* (*uma
associação americana em que pais cuidam de filhos). Ela fazia varias atividades para a
igreja. Mas durante os 3 anos do seu “perfeito” casamento ela se perdeu completamente.
“Desculpe, Sra. Johnson. Eu vi meus pais, é melhor eu ir.”
“Oh, querida, eu adoraria conhecer sua mãe e pai.” E, como estivéssemos em
qualquer outro evento de escola, a Sra. Johnson virou, sorrindo, para conhecer meus pais.
Stevie Rae olhou para mim, e eu olhei para ela. Desculpe, eu murmurei para ela. Eu
quero dizer, eu não tinha certeza absoluta que algo mal ia acontecer, mas com meu
padrasto-perdedor se aproximando como se fosse um general cheio de testosterona
liderando a marcha da morte, eu achei que as chances estavam boas para uma cena de
um pesadelo.
Então meu coração saiu do estomago e tudo de repente ficou muito, muito melhor
quando vi a minha pessoa favorita no mundo ao lado de John e seus braços abertos para
mim.
“Vovó!”
Ela me colocou nos seus braços e o doce cheiro de lavanda que sempre estava com
ela, como se ela carregasse os pedaços de sua linda fazenda de lavando em todo lugar
que ela fosse.
“Oh, Zoeybird!” Ela me abraçou com força. “Eu senti sua falta, u-we-tsi a-ge-hu-tsa.”
Eu sorri através das lagrimas, adorando o som da familiar palavra Cherokee para filha
– significa segurança e amor e aceitação incondicional. Coisas que eu não sentia em
minha casa nos últimos três anos – coisas que antes deu vir a House of Night eu só
encontrei na fazenda da vovó.
“Eu senti sua falta, também, vovó. Estou tão feliz que você veio!”
“Você deve ser a avó de Zoey,” A Sra. Johnson disse quando paramos de nos
abraçar. “É bom conhecer você. Você tem uma garota muito boa.”
Vovó sorriu e começou a responder, mas John interrompeu com sua voz superior.
“Bem, na verdade, essa é nossa garota boa que você está elogiando.”
Como se fosse um deixa para esposa aparecer, minha mãe finalmente conseguiu
falar. “Sim, somos os pais de Zoey. Eu sou Linda Heffer. Esse é meu marido, John, e
minha mãe, Sylvia Red-” Então, no meio da sua educada apresentação, ela se incomodou
de olhar para mim e a voz dela saiu em um tom surpreso.
Eu fiz meu rosto sorrir, mas eu senti calor e dura, como se estivesse cheia de gesso e
estivesse sentada no sol de verão e fosse quebrar em pedaços se não tomasse cuidado.
“Oi, mãe.”
“Pelo amor de Deus, o que você fez com sua Marca?” mamãe disse a palavra Marca
como se falasse a palavra câncer ou pedofilia.
“Ela salvou a vida de um jovem e foi presenteada pela deusa com a afinidade para os
elementos. Em resposta Nyx deu a ela várias Marcas incomuns para um calouro,” Neferet
disse com sua suave voz musical enquanto chegava no meio do nosso constrangido
grupo, a mão estendida diretamente para meu padrasto-perdedor. Neferet era o que a
maior parte dos vampiros adultos são, impressionantemente perfeita. Ela era alta, com
longas ondas de um cabelo escuro e brilhante, olhos em forma de amêndoas de um tom
raro de verde musgo. Ela se movimentava com uma graça e confiança que claramente
não era humana, e a pele dela era tão espetacular que parecia que alguém tinha acendido
uma luz dentro dela. Hoje ela estava usando uma saia azul real, com brincos em espiral
(representando o caminho da deusa, mas não era como se meus pais soubessem disso).
Uma prateada forma da deusa com suas mãos erguidas estava bordada por cima do seio
esquerdo dela, como estava em cima de todos os peitos de todos os professores. O
sorriso dela era deslumbrante. “Sr. Heffer, eu sou Neferet, Alta Sacerdotisa da House of
Night, embora possa ser mais fácil se você pensar em mim como uma diretora normal.
Obrigado por vir a noite de visitação dos pais.”
Eu percebi que ele pegou a mão dela automaticamente. Eu tenho certeza que ele
teria recusado se ela não tivesse pego ele de surpresa. Ela apertou a mão dele e então
virou para minha mãe.
“Sra. Heffer, é um prazer conhecer a mãe de Zoey. Estamos muito felizes por ela ter
se juntado a House of Night.”
“Bem, uh, obrigado!” minha mãe disse, claramente desarmada pela beleza e charme
de Neferet.
Quando Neferet cumprimentou minha vó, o sorriso dela aumentou e se tornou mais
do que apenas educado. Eu notei que elas apertaram as mãos no jeito tradicional dos
vampiros, segurando a ante braço uma da outra.
“Sylvia Redbird, é sempre um prazer ver você.”
“Neferet, fico feliz por ver você também, e obrigado por honrar seu juramento de
cuidar de minha neta.”
“É um juramento que não é um fardo cumprir. Zoey é uma garota especial.” Agora o
sorriso de Neferet me incluiu em seu calor. Então ela virou para Stevie Rae e sua mãe. “E
essa é a colega de quarto de Zoey, Stevie Rae Johnson, e a mãe dela. Eu soube que as
duas são praticamente inseparáveis, e que até a gata de Zoey foi pega por Stevie Rae.”
“Sim, é verdade. Ela sentou no meu colo quando eu estava assistindo TV ontem a
noite,” Stevie Rae disse rindo. “E Nala não gosta de ninguém a não ser Zoey.”
“Gata? Eu não lembro de ninguém dar permissão para Zoey ter um gato,” John disse,
me fazendo querer vomitar. Como se alguém tivesse se incomodado de falar comigo, a
não ser vovó, por um mês!
“Você entendeu errado, Sr. Haffer, na House of Night gatos andam livres. Eles
escolhem seus donos, não ao contrario. Zoey não precisava de permissão quando Nala
escolheu ela,” Neferet disse suavemente.
John fez um barulho de bufar, que eu fiquei aliviada por ver que todos ignoraram.
Droga, ele é tão idiota.
“Posso oferecer a vocês alguma bebida?” Neferet acenou graciosamente para a
mesa.
“Oh, nossa! Isso me lembra dos biscoitos que eu deixei no carro. Stevie Rae e eu
estávamos indo para lá. Foi bom conhecer todos vocês.” Com um rápido abraço em mim e
um aceno para todos os outros, Stevie Rae e sua mãe escaparam, me deixando ali,
embora eu desejasse estar em qualquer outro lugar.
Eu fiquei perto da vovó, passando meus dedos pelos dela enquanto andávamos até a
mesa de bebidas, pensando em quão mais fácil isso seria se apenas ela tivesse vindo me
visitar. Eu dei uma olhada em minha mãe. Um franzir permanente pareceu estar pintado
no rosto dela. Ela estava olhando ao redor para os outros garotos, e mal olhava na minha
direção. Porque vir? Eu queria gritar a ela. Porque parecer que você se importa – sente
minha falta – se é tão obvio que você não sente?
“Vinho, Sylvia? Sr. E Sra. Heffer?” Neferet ofereceu.
“Obrigo, tinto por favor,” Vovó disse.
John apertou os lábios em desprazer. “Não. Não bebemos.”
Com um esforço sobre humano eu não virei os olhos. Desde quando ele não bebe?
Eu apostaria pelo menos 15 dólares das minhas economias que havia um pacote de
cervejas na geladeira em casa agora mesmo. E minha mãe costumava beber vinho tinto
como vovó. Eu até vi ela jogar um olhar estreito para vovó, um olhar de inveja enquanto
ela aproveitava o rico vinho que Neferet serviu para ela. Mas não, eles não bebem. Pelo
menos não em publico. Hipócritas.
“Então, você estava dizendo que os complementos na Marca de Zoey aconteceram
porque ela fez algo especial?” Vovó apertou minha mão. “Ela me disse que tinha virado
líder das Filhas Negras, mas ela não me contou exatamente o que aconteceu.”
Eu me senti ficar tensa de novo. Eu realmente não queria lidar com a cena que iria
acontecer se minha mãe e John descobrissem que o que tinha acontecido era que a exlíder
das Filhas Negras tinha lançado um circulo na noite de Halloween (Conhecida na
House of Night como Noite de Samhain, a noite em que o véu entre nosso mundo e o dos
espíritos é mais fino), conjurou alguns espíritos de vampiros assustadores, e então perdeu
controle deles, quando meu ex-namorado humano, Heath, apareceu procurando por mim.
E eu não queria que ninguém mencionasse o que apenas algumas pessoas sabiam – que
Heath estava procurando por mim porque eu provei o sangue dele e ele estava ficando
fissionado por mim, algo que humanos fazem facilmente quando se envolvem com
vampiros – mesmo vampiros calouros, para falar a verdade. Então e ex-líder das Filhas
Negras, Afrodite, perdeu totalmente o controle dos fantasmas e eles foram pegar Heath.
Literalmente. Pior – eles também estavam agindo como se quisessem pegar um pedaço
do resto de nós, também, incluindo o totalmente gostoso Erik Night, o vampiro que eu
posso felizmente dizer que não é meu ex-namorado, mas que eu meio que tenho
namorando, então ele é quase meu namorado. De qualquer forma, eu tive que fazer algo,
então com a ajuda de Stevie Rae, Damien, e as Gêmeas, eu lancei meu próprio circulo,
pegando o poder dos cinco elementos: vento, fogo, água, terra, e espírito. Usando minha
afinidade para os elementos, eu consegui banir os fantasmas de volta para onde eles
vivem (ou não vivem?). Quando eles foram embora eu tinha essas tatuagens novas, uma
delicada coleção de redemoinhos safira que emolduravam meu rosto – totalmente raro
para um mero calouro ter – e Marcas combinando intercalando com símbolos parecidos
com runas em meus ombros, algo que nenhum calouro ou vampiro tinha.
Então Afrodite foi exposta como uma péssima líder, fazendo Neferet demitir ela e me
colocar no lugar. Conseqüentemente, eu também estava sendo treinada para ser uma Alta
Sacerdotisa de Nyx, a deusa vampira, que é a personificação da Noite.
Nada disso cairia muito bem para o ultra religioso, ultra julgador mãe e John.
“Bem, ouve um pequeno acidente. O rápido pensamento de Zoey e bravura fizeram
com que ninguém se machucasse, e ao mesmo tempo ela se conectou com a afinidade
especial que ela ganhou de tirar energia dos 5 elementos.” O sorriso de Neferet era
orgulho e eu senti uma onda de felicidade com a aprovação dela. “A tatuagem é
simplesmente um sinal da favor que ela encontrou com a deusa.”
“O que você está dizendo é uma blasfêmia.” John falou com uma rígida e dura voz
que conseguiu soar condescendente e irritada ao mesmo tempo. “Você está colocando a
alma imortal em perigo.”
Neferet virou seu olhos cor de musgo para ele. Ela não parecia irritada. Na verdade,
ela parecia estar se divertindo.
“Você deve ser um dos Anciões das Pessoas de Fé.”
O peito dele parecido como o de um pássaro se estufou. “Bem, sim, sim eu sou.”
“Então vamos chegar a um entendimento rapidamente, Sr. Heffer. Eu não pensaria
em chegar a sua casa, ou a sua igreja, e falar mal de suas crenças, embora eu descorde
profundamente delas. Agora, eu não espero que você adore as nossas. Na verdade, eu
nunca pensaria em te persuadir as minhas crenças, embora eu tenha um profundo
compromisso com minha deusa. Então tudo que eu insisto é que você mostre a mesma
cortesia que eu mostro a você. Quando estiver na minha “casa”, você respeita minhas
crenças.”
Os olhos de John ficaram maldosas pequenas fendas e eu pude ver sua mandíbula se
apertando e afrouxando.
“Seu jeito de vida e pecaminoso e errado,” ele disse ferozmente.
“Diz o homem que admite adorar um Deus calunia o prazer, dá as mulheres papeis
que são um pouco mais do que de servas e éguas, embora sejam a espinha dorsal da sua
igreja, e procura controlar sua adoração através de culpa e medo.” Neferet riu
suavemente, mas o som do humor e o não dito perigo nisso fez o cabelo do meu braço se
arrepiar. “Cuidado em como julga os outros; talvez você devesse limpar sua própria casa
primeiro.”
O rosto dele corou, John sugou o ar e abriu sua boca para o que eu sabia que seria
um feio sermão do quão certa estão suas crenças e o quão errada estão todas as outras,
mas antes dele poder responder Neferet o cortou. Ela não ergueu a voz, mas de repente
ela estava cheia do poder de uma Alta Sacerdotisa e eu tremi de medo, embora sua ira
não estivesse direcionada para mim.
“Você tem duas escolhas. Você pode visitar a House of Night como um convidado, o
que significa que você vai respeitar nossos costumes e manter seu desprezo e julgamento
para si. Ou você pode ir embora e não voltar. Nunca. Decida agora.” As duas ultimas
palavras passam contra a minha pele e eu tive que me forçar a não chorar. Eu notei que
minha mãe estava olhando com olhos abertos e vidrados para Neferet, o rosto dela pálido
como leite. O rosto de John tinha mudado de cor. Os olhos dele se estreitaram e suas
bochechas estavam coradas com um nada atrativo vermelho.
“Linda,” ele disse pelos dentes. “Vamos.” Então ele olhou para mim com tanto
desgosto e ódio que eu literalmente dei um passo para trás. Eu quero dizer, eu sabia que
ele não gostava de mim, mas até esse momento eu não tinha percebido o quanto. “Esse
lugar é o que você merece. Sua mãe e eu não voltaremos. Você está por sua conta
agora.” Ele virou e foi para a porta. Minha mãe hesitou, e por um segundo eu pensei que
ela fosse dizer algo legal – como se ela se desculpasse dele – ou que ela sentisse minha
falta – ou que eu não devesse me preocupar, ela voltaria não importava o que ele
dissesse.
“Zoey, eu não acredito onde você se meteu agora.” Ela balançou a cabeça, e como
sempre, seguiu John pra fora do quarto.
“Oh, querida, eu sinto tanto.” Vovó estava lá, instantaneamente me abraçando e
sussurrando me ressegurando. “Eu vou voltar, minha pequena ave. Eu prometo. E estou
muito orgulhosa de você!” Ela me segurou pelos ombros e então sorriu através das
lagrimas. “Nossos ancestrais Cherokee estão orgulhosos de você também. Você foi tocada
pela deusa, e você tem a lealdade de bons amigos,” ela olhou para Neferet e adicionou, “e
sábios professores. Algum dia você talvez aprenda a perdoar sua mãe. Até lá lembre-se
que você é a filha do meu coração, u-we-tsi a-ge-hu-tsa." Ela me beijou. “Eu devo ir
também. Eu dirigi nosso pequeno carro aqui, e eu vou deixá-lo para você, então devo
voltar com eles.” Ela me entregou as chaves do antigo Bug. “Mas lembre-se sempre que
amo você, Zoeybird.”
“Eu também te amo vovó,” eu disse, e a beijei, abraçando ela com força e respirando
fundo o cheiro dela como se pudesse segurar ela em meus pulmões e exalar ela devagar
pelo próximo mês enquanto sentia a falta dela.
Eu observei ela ir embora, e não percebi que estava chorando até sentir as lagrimas
rolarem do meu rosto até meu pescoço. Eu esqueci que Neferet estava parada ao meu
lado, então pulei um pouco surpresa quando ela me entregou um lenço.
“Eu sinto muito por isso, Zoey,” ela disse quietamente.
“Eu não.” Eu assoprei o nariz e limpei o rosto antes de olhar para ela. “Obrigado por
enfrentar ele.”
“Eu não queria mandar sua mãe embora também.”
“Você não mandou. Ela escolheu seguir ele. Assim como ela tem feito a 3 anos.” Eu
senti as quentes lagrimas ameaçando voltar na minha garganta e falei quietamente, as
levando embora. “Ela costumava ser diferente. É idiota, eu sei, mas eu continuo
esperando que ela volte a ser o que era antes. Mas nunca acontece. É como se ele tivesse
matado minha mãe e colocado uma estranha no corpo dela.”
Neferet pôs um braço ao meu redor. “Eu gostei do que sua avó disse – que talvez
algum dia você possa encontrar a habilidade de perdoar sua mãe.”
Eu olhei para a porta pelo qual os três tinham desaparecido. “Esse dia está longe.”
Neferet apertou meu ombro simpaticamente.
Eu olhei para ela, tão feliz por ela ainda estar comigo, e eu desejei – pela milésima
vez – que ela fosse minha mãe. Então lembrei o que ela tinha me dito quase um mês
atrás, que a mãe dela tinha morrido quando ela era uma garotinha, e o pai dela abusava
dela, física e mentalmente, até ela ser salva sendo Marcada.
“Você algum dia perdoou seu pai?” eu perguntei tentadamente.
Neferet olhou para mim e piscou várias vezes, como se ela estivesse devagar
voltando de uma memória que a levou para muito, muito longe. “Não. Não eu não o
perdoei, mas quando penso nele agora é como se eu lembrasse da vida de outra pessoa.
As coisas que ele fez comigo ele fez com uma criança humana, não uma Alta Sacerdotisa
e vampira. E para uma Alta Sacerdotisa e vampira ele, como a maioria dos humanos, é
completamente sem importância.”
As palavras dela soaram fortes e seguras, mas eu olhei fundo nos seus lindos olhos
verdes e vi o lampejar de algo velho e doloroso e definitivamente não esquecido, e me
perguntei o quão honesta ela estava sendo consigo mesma...
- Spoiler:
- DOIS
Eu fiquei incrivelmente aliviada quando Neferet disse que não havia razão para mim
ficar no salão de recepção. Depois da cena com minha família, eu senti que todos estavam
me olhando. Eu era, afinal de contas, a garota com a Marca bizarra e uma família
pavorosa. Eu peguei o caminho mais curto para sair do salão de recepção – a calçada que
leva para fora em um lindo jardim que as janelas do salão da janta mostravam.
Era um pouco depois da meia noite, o que era – sim – um hora totalmente estranha
para uma visitação dos pais, mas a escola começa as aulas as 20 horas, e termina as 3 da
manha. Na superfície parece fazer mais sentido fazer a visitação dos pais começar as 20
horas, ou mesmo uma hora mais ou menos antes da aula começar, mas Neferet me
explicou que o ponto era os pais aceitarem a Mudança de seus filhos, e entender que dia
e noite sempre seria diferente para eles. Sozinha eu decidi que outra vantagem de fazer a
hora ser inconveniente é que da a muitos pais a desculpa que eles precisam para não vir,
sem precisar dizer a seus filhos, Hey – eu não quero nada a ver com você, agora que está
se transformando num monstro sugador de sangue.
Pena que meus pais não entenderam a deixa.
Eu suspirei e diminui a velocidade, levando tempo seguindo um dos caminhos
através do jardim. Era uma noite fria e clara de novembro. A lua estava quase cheia, e
seu brilho prateado era um bonito contraste com as luminárias a gás que iluminavam o
jardim com seu suave brilho amarelo. Eu podia ouvir a fonte que ficava no meio do
jardim, e automaticamente mudei de direção para ir em direção a ela. Talvez o suave
barulho da água ajudasse meu nível de estresse... e me ajudasse a esquecer.
Quando eu fiz a curva que levava para a fonte eu estava andando devagar, e
sonhando acordada sobre o meu novo quase-namorado, o totalmente delicioso Erik. Ele
estava longe da escola para a competição de monólogos de Shakespeare. Naturalmente,
ele terminou em primeiro na nossa escola, e avançou facilmente pela competição
internacional entre as Houses of Night. Era quinta, e ele só tinha ido na segunda, mas eu
sentia falta dele feito louca e não podia esperar o domingo quando ele supostamente
deveria voltar. Erik era o cara mais gostoso da nossa escola. Diabos, Erik Night pode ser o
cara mais gostoso de qualquer escola. Ele é alto, dark, e lindo – como uma estrela de
cinema das antigas (sem as latentes tendências homossexuais). Ele também era
incrivelmente talentoso. Algum dia em breve ele iria se juntar ao rank de outros vampiros
estrelas de cinema como Matthew McConaughey, James Franco, Jake Gyllenhaal, e Hugh
Jackman (que é totalmente lindo para um cara velho). Além do mais, Erik era realmente
um cara legal - que era só um complemento a sua gostosura.
Então eu admito com ter visões de Erik como Tristan e eu como Isolde (nossa
própria historia de amor apaixonada teria um final feliz), e não notei que haviam outras
pessoas no jardim até que uma voz masculina alta me chocou por ter soando tão maldosa
e enojada.
“Você é um desapontamento após o outro, Afrodite!” eu congelei. Afrodite? “Já foi
ruim o suficiente você ter sido Marcada significasse que você não poderia freqüentar
Chatham Hall, especialmente depois de tudo que eu fiz para me certificar que você fosse
aceita,” disse em uma voz fria e delicada.
“Mãe, eu sei. Eu disse que sinto muito.”
Ok, eu deveria ir embora. Eu deveria virar e andar rápida e silenciosamente para fora
do jardim. Afrodite era provavelmente a pessoa menos favorita para mim nessa escola. Na
verdade, Afrodite era provavelmente a pessoa menos favorita em qualquer lugar, mas
ouvir de propósito o que era claramente uma cena feia com os pais dela era errado,
errado, errado.
Então eu andei na ponta dos pés alguns centímetros fora do caminho onde pudesse
me esconder mais facilmente atrás de um arbusto de ornamento grande perto da fonte.
Os pais dela estavam parados na frente dela. Bem, a mãe dela estava parado. O pai dela
andava de um lado para o outro.
Cara, os pais dela eram pessoas realmente bonitas. O pai dela era alto e bonito. O
tipo de cara que se manteve em forma, tinha todo o seu cabelo, e dentes realmente muito
bons. Ele estava vestido com um terno escuro que parecia custar um zilhão de dólares. Ele
também parecia estranhamente familiar, e eu tinha certeza que o vi na TV ou algo assim.
A mãe dela era linda. Eu quero dizer, Afrodite era loira e parecia perfeita, e a mãe dela era
mais velha, vestida de forma mais cara, e totalmente crescida versão dela. O suéter dela
era obviamente cashmere, e as perolas dela eram longas e reais. Toda vez que ela
gesticulava com suas mãos um diamante em forma de pêra enorme no seu dedo de
aliança brilhava um luz tão fria e linda como sua voz.
“Você esqueceu que seu pai é o prefeito de Tulsa?” A mãe de Afrodite surtou
viciosamente.
“Não, não, é claro que não, mãe.”
A mãe dela não pareceu ouvir. “É uma ladeira e tanto o fato de você estar aqui ao
invés da Costa Leste se preparando para Harvard que era difícil o suficiente, mas nos
consolamos com o fato que vampiros podem conseguir dinheiro e poder e sucesso, e
esperamos que você fosse sucedida nisso” – ela parou e olhou de forma amarga – “de
forma excepcional. E agora ficamos sabendo que você não é mais líder das Filhas Negras
e foi rejeitada como Alta Sacerdotisa em treinamento, o que te faz não ser diferente de
nenhum dos desperdícios que freqüentam essa escola miserável.” A mãe de Afrodite
hesitou, como se precisasse se acalmar antes de continuar. Quando ela falou de novo, eu
tive que me esforçar para ouvir ela sussurrar. “O seu comportamento é inaceitável.”
“Como sempre, você nos desapontou,” o pai dela repetiu.
“Você já disse isso, pai,” Afrodite disse, soando como sempre.
Como o bote de uma cobra, a mãe dela bateu no rosto de Afrodite, com tanta força
que a batida de pele contra pele me fez pular e recuar. Eu esperei que Afrodite saísse do
banco pulasse na garganta da mãe (por favor – não chamamos ela de bruxa do inferno
por nada), mas ela não fez isso. Ela só pressionou sua própria palma contra a bochecha e
curvou a cabeça.
“Não chore. Eu já te disse antes, lagrimas significam fraqueza. Pelo menos faça isso
certo e não chore,” a mãe dela disse.
Devagar Afrodite levantou sua cabeça e tirou a mão da bochecha. “Eu não queria
desapontar você, mãe. Eu realmente sinto muito.”
“Dizer que você sente muito não conserta nada,” a mãe dela disse. “O que queremos
saber é o que você vai fazer sobre pegar sua posição de volta.”
Nas sombras segurei a respiração.
“Eu – eu não posso fazer nada,” Afrodite disse, parecendo sem esperanças e de
repente muito jovem. “Eu fiz besteira. Neferet me pegou. Ela tirou as Filhas Negras de
mim e a deu para outra pessoa. Eu acho que ela está até mesmo considerando me
transferir para outra House of Night.”
“Já sabemos disso!” A mãe dela ergueu a voz, juntando as palavras para que elas
parecessem ser feitas de gelo. “Falamos com Neferet antes de ver você. Ela iria transferir
você para outra escola, mas intercedemos. Você permanecerá nessa escola. Também
tentamos falar com ela sobre devolver sua posição, depois de, talvez, um tempo de
restrição ou detenção.”
“Oh, mãe, você não fez isso?”
Afrodite soava horrorizada, e eu não podia culpar ela. Eu só podia imaginar que a
impressão que esses frios, pais que fingem-ser-tão-perfeitos deram a nossa Alta
Sacerdotisa. Se Afrodite algum dia já teve a menor chance de ter Neferet de volta em seu
favor, os pais bizarros dela provavelmente arruinaram tudo.
“É claro que fizemos! Você esperava que não fizéssemos nada enquanto você destrói
seu futuro se tornando uma vampira ninguém em indescritivelmente estranha House of
Night?” a mãe dela disse.
“Mais do que você já fez,” o pai dela acrescentou.
“Mas não é sobre mim fazer algum tipo de restrição,” Afrodite disse, obviamente
tentado controlar sua frustração e ser razoável com eles. “Eu fiz besteira. Muito grande.
Isso é ruim o suficiente, mas tem uma garota aqui cujos poderes são mais fortes que os
meus. Mesmo que Neferet supere o fato de estar irritada comigo, ela não vai me devolver
as Filhas Negras.” Então Afrodite disse algo que me chocou totalmente. “A outra garota é
uma líder melhor que eu. Eu percebi isso em Samhain. Ela merece ser a líder das Filhas
Negras. Eu não.”
Oh meu Deus. O inferno congelou?
A mãe de Afrodite deu um passo para mais perto dela e eu recuei com ela, certa que
ela fosse bater nela de novo. Mas a mãe dela não bateu nela. Ela se curvou para que seu
lindo rosto estive olhando diretamente para o da filha. De onde eu estava elas pareciam
tanto que era assustador.
“Nunca diga que alguém merece mais do que você. Você é minha filha, e você
sempre ira merecer o melhor.” Então ela se ergueu de novo e passou a mão pelo seu
cabelo perfeito, embora eu tivesse certeza que ele não se atreveria a se bagunçar. “Não
conseguimos convencer Neferet a devolver sua posição, então você irá convencer ela.”
“Mas, mãe, eu já disse a você -” ela começou, mas o pai dela a cortou.
“Tire a garota nova do caminho, e Neferet estará mais propensa em te devolver sua
posição.”
Ah, merda. “A garota nova” era eu.
“Desacredite ela. Faça ela cometer erros, e então se certifique que outra pessoa
conte a Neferet sobre eles e não você. Vai parecer melhor desse jeito.” A mãe dela falou,
como se estivesse falando sobre que roupa Afrodite deveria usar amanhã ao invés de
tramar contra mim. Droga, em falar em bruxa do inferno!
“E cuide-se. Seu comportamento tem que ser além de perfeito. Talvez você devesse
ser mais aberta com suas visões, pelo menos por enquanto,” o pai dela disse.
“Mas você me disse por anos para manter as visões para mim mesma, que elas eram
a fonte do meu poder.”
Eu mal podia acreditar no que estava ouvindo! Um mês atrás Damien me disse que
vários garotos pensavam que Afrodite estava tentado esconder suas visões de Neferet,
mas eles pensavam que era porque ela odiava humanos – e as visões de Afrodite eram
sempre sobre uma futura tragédia onde humanos morriam. Quando ela dividiu suas visões
com Neferet, a Alta Sacerdotisa foi quase sempre capaz de impedir as tragédias de
acontecerem e salvar vidas. Então Afrodite propositalmente manter suas visões para si era
uma das coisas que me fizeram decidir que eu tinha que tomar a posição dela como a
líder das Filhas Negras. Eu não tenho fome de poder. Eu não queria a posição de verdade.
Diabos, eu ainda não tinha certeza do que fazer com ela. Eu apenas sei que Afrodite não
era
- Spoiler:
- TRÊS
“Yeah, Zoey, eu entendo o que você está dizendo e tudo mais, mas, alô! Parte do que você ouviu é que Afrodite vai tentar armar uma para você para que possa te tirar da liderança das Filhas Negras, então não sinta tanta pena dela,” Stevie Rae disse.
“Eu sei – eu sei. Eu não estou ficando toda quente e confusa em relação a ela. Só estou dizendo que depois de ouvir ela com seus pais psicóticos eu entendo porque ela é como é.”
Estavámos indo para o primeiro período. Bem, na verdade Stevie Rae e eu estávamos praticamente correndo para o primeiro período. Como sempre, estávamos quase atrasadas. Eu sabia que não deveria ter comido a segunda tigela de Count Chocula*.
(*sucrilhos)
Stevie Rae virou os olhos. “E você diz que eu sou boazinha demais.”
“Eu não estou sendo boazinha. Estou sendo compreensiva. Mas entender não muda o fato de que Afrodite age como uma vadia do inferno.”
Stevie Rae fez um barulho de ronco e balançou a cabeça, fazendo seus cachos loiros balançar como se fosse uma garotinha. O cabelo curto dela era estranho na House of Night onde todos, até a maioria dos caras, tinham cabelo ridiculamente grosso e comprido. Ok, meu cabelo sempre foi longo, mas ainda sim – foi realmente estranho quando eu cheguei aqui e fui bombardeada com cabelo, cabelo e cabelo. Agora fazia perfeito sentido.
Parte da Mudança física que acontece enquanto viramos vampiros é que o nosso cabelo e unhas crescem muito rápido. Depois de um pouco de pratica, você pode dizer em que ano um calouro está sem olhar o Marca ou a sua jaqueta. Vampiros parecem diferentes de humanos (não é uma diferença ruim – é apenas diferente), então é apenas lógico que enquanto um calouro passa por mais e mais da Mudança o corpo dele pareça diferente também.
“Zoey, você não está prestando atenção.”
“Huh?”
“Eu disse, não abaixe sua guarda em relação a Afrodite. Sim, ela tem pais terríveis. Sim, eles estão controlando e manipulando ela. Tanto faz. Ela ainda é odiosa e maldosa e vingativa. Cuidado com ela.”
“Hey, não se preocupe. Eu vou.”
“Ok, ótimo. Te vejo no terceiro período.”
“Vejo você,” eu respondi. Droga, ela se preocupa demais.
Eu me apressei para minha aula e tinha começado a sentar na minha mesa perto de Damien, que levantou uma sobrancelha para mim e disse, “Outra manhã de duas tigelas?” quando o sino tocou e Neferet entrou na sala.
Eu sei que é a beira do esquisito (ou talvez até meio bicha, em uma melhor escolha de palavras) continuar a notar o quão linda uma mulher é quando você também é uma mulher, mas Neferet é tão linda que é como se ela tivesse a habilidade de focar toda a luz da sala em si. Ela estava usando um vestido preto simples e botas lindas de morrer. Ela estava usando seus brincos prateados e, como sempre, o emblema prateado da deusa estava no seu peito. Ela não parecia muito com a deusa Nyx – que eu juro ter visto no dia que fui Marcada – mas ela tem a aura da deusa de força e confiança. Eu só vou admitir. Eu queria ser ela.
Hoje foi diferente. Ao invés de ensinar a aula toda (e, não, incrivelmente a aula de Neferet nunca era chata) ela nos deu a tarefa de fazer uma redação sobre a Medusa, que estávamos estudando a semana toda. Aprendemos que ela na verdade não tinha sido um monstro que transformava os homens em pedra com o olhar. Ela tinha sido uma famosa Alta Sacerdotisa vampira cujo dom era uma afinidade, ou conexão especial, com a terra, que foi provavelmente da onde o mito de “transformar em pedra” saiu. Eu tenho certeza que se uma Alta Sacerdotisa vampira se irritasse o suficiente e tivesse uma conexão mágica com a terra (pedras vem da terra), ela poderia facilmente transformar alguém em granito. Então a tarefa de hoje era escrever uma redação no mito humano e simbolismo, e o significado por traz da ficticionalização da história de Medusa.
Mas eu estava muito inquieta para escrever. Além do mais, eu tinha o fim de semana todo para terminar a redação. Eu estava muito mais preocupada com as Filhas Negras. A lua cheia era no domingo. Era esperado que eu liderasse o ritual das Filhas Negras. Eu percebi que todos também estavam esperando que eu fizesse o anúncio sobre as mudanças que eu planejei fazer. Uh, eu precisava ter uma idéia sobre essas mudanças. Surpreendentemente, eu tinha uma idéia, mas eu precisaria de ajuda.
Eu ignorei o olhar curioso de Damien quando rapidamente reuni minhas coisas e fui para a mesa de Neferet.
“Problemas, Zoey?” ela perguntou.
“Não. Uh, sim. Bem, na verdade, se você me deixar ir até o Media Center* pelo resto do período, meu problema será resolvido.” Eu percebi que estava nervosa. Eu só estava na House of Night a um mês, e eu ainda não tinha certeza sobre o protocolo para ser liberada da aula. Eu quero dizer, só houve dois garotos no mês todo que ficaram doentes. E eles morreram. Os dois. Os corpos deles rejeitaram a Mudança, um aconteceu bem na minha frente na aula de literatura. Foi totalmente nojento. Mas fora os garotos moribundos ocasionais, estudantes raramente perdiam as aulas. Neferet estava me observando, e eu lembrei que ela era intuitiva e provavelmente podia sentir a ridícula conversa na minha cabeça. Eu suspirei. “Coisas das Filhas Negras. Eu quero bolar algumas idéias novas sobre a liderança.”
(*onde tem mulher e equipamentos de mídia)
Ela pareceu contente. “Algo que eu possa te ajudar?”
“Provavelmente, mas eu preciso fazer algumas pesquisas e arrumar minhas idéias primeiro.”
“Muito bem, venha até mim quando estiver pronta. E sinta-se a vontade para passar o tempo necessário no Media Center que você precisar,” Neferet disse.
Eu hesitei. “Eu preciso de um passe?”
Ela sorriu. “Eu sou sua mentora e te dei permissão, o que mais você poderia precisar?”
“Obrigado,” eu disse, e sai apressada da aula me sentindo idiota. Eu ficaria tão feliz quando estivesse na escola a tempo suficiente para saber essas pequenas regras internas. E, de qualquer forma, eu não sei porque estava tão preocupada. Os corredores estavam desertos. Diferente da minha antiga escola (South Intermediate High School em Brojen Arrow, Oklhoma – que é um subúrbio totalmente chato de Tulsa) não havia nenhum complexo de Napoleão*, vice diretores muito bronzeados com nada melhor para fazer que andar pelos corredores perseguindo garotos. Eu diminui a velocidade e disse a mim mesma para relaxar – droga, eu estava estressada demais ultimamente.
(*que se achava o maior dos maiores)
A biblioteca era na parte central da área da escola em uma legal sala com vários andares que tinha sido construída para imitar a torre de um castelo, o que se encaixava bem com o resto da escola. A coisa toda parecia como algo vindo do passado. Essa provavelmente era uma das razões que tinha chamado atenção dos vampiros 5 anos atrás. Nessa época era uma escola preparatória para garotos ricos metidos, mas tinha sido construída originariamente para ser um monastério para os monges de Santo Augustine Pessoas de Fé. Eu lembrei disso quando eu perguntei como uma escola preparatória tinha sido tomada pelos vampiros e Neferet me disse que eles fizeram um acordo que eles não podiam recusar. A memória do tom perigoso da voz dela ainda fazia minha pele se arrepiar.
"Me-eeh-uf-ow!”
Eu pulei e quase me mijei. “Nala! Você quase me matou de susto!”
Sem preocupação, minha gata se lançou nos meus braços, e eu tive que fazer malabarismo com o bloco de notas, bolsa, e um pequeno (mas gordinho) gato laranja. Enquanto Nala reclamava para mim em sua voz mal humorada de velhinha. Ela me adorava, e ela definitivamente me escolheu para si, mas isso não significa que ela seja sempre agradável. Eu mudei ela de lado, e abri a porta para o Media Center.
Oh – o que Neferet tinha dito ao meu estúpido padrasto-perdedor John era a verdade. Gatos andam livremente por toda a escola. Eles freqüentemente seguem “seus” donos para a aula. Nala, em particular, gostava de me encontrar várias vezes por dia. Ela insistia que eu coçasse sua cabeça, reclamava um pouco para mim, e então saia para fazer o que quer que gatos fizessem com seu tempo livre. (Planejar a dominação mundial?)
“Você precisa de ajuda com ela?” a especialista do Media perguntou. Eu tinha conhecido ela brevemente durante minha semana de orientação, mas lembrei que o nome dela era Sappho. (Uh, não era a verdadeira Sappho – aquela vampira poeta que morreu mil anos atrás – agora estávamos estudando o trabalho dela na aula de literatura.)
“Não, Sappho, mas obrigado. Nala não gosta de ninguém a não ser eu.”
Sappho, uma pequena vampira morena cujas tatuagens eram elaborados símbolos, Damien me disse que eram hieróglifos gregos, sorriu profundamente para Nala. “Gatos são criaturas tão interessantes, você não acha?”
Eu coloquei Nala no meu outro ombro enquanto ela reclamava no meu ouvido. “Eles definitivamente não são cachorros,” eu disse.
“Graças a deusa por isso!”
“Você se importa se eu usar um dos mulher?” O Media Center era alinhado com fileiras e fileiras de livros – milhares deles – mas também era um laboratório de mulher muito legal.
“É claro, sinta-se em casa e sinta-se livre para me chamar se não conseguir encontrar o que você precisa.”
“Obrigado.”
Eu peguei um mulher que estava numa grande mesa e entrei na internet. Isso era outra coisa que era diferente da minha antiga escola. Aqui os estudantes não tinham um login e sites não eram restringidos. Aqui era esperado que os estudantes mostrassem senso e agissem certo – se eles não agissem não é como se os vampiros, quem eram quase impossível de mentir, não fossem descobrir. Só em pensar em coisas para mentir para Neferet fazia meu estomago doer.
Se concentre e pare de brincar. Isso é importante.
Ok, uma idéia estava a milhão na minha cabeça. Era hora de ver se daria certo. Eu abri o Google e digitei “escolas preparatórias privadas.” Zilhões apareceram. Eu comecei a estreitar a lista. Eu queria exclusivas e superiores escolas (nenhuma daquelas “academias alternativas” idiotas que estavam apenas segurando a caneta para um futuros criminoso – ugh). Eu também queria escolas antigas, que estavam por aí a gerações. Eu estava procurando por algo que tinha passado pelo teste do tempo.
Eu facilmente encontrei Chatham Hall, que era a escola que os pais de Afrodite tinham jogado na cara dela. Era uma exclusiva escola preparatória da Costa Leste e, cara, parecia metida. Eu saí do site. Qualquer lugar que os bizarros pais de Afrodite aprovassem não seria algo que eu queria tomar como modelo. Eu continuei procurando... Exeter... Andover... Taft... Miss Porter's (verdade – hee hee – esse é o nome da escola)... Kent...
“Kent. Eu ouvi esse nome antes,” eu disse a Nala, que estava empoleirada no topo da mesa para me observar enquanto cochilava. “É em Connecticut – é por isso que é familiar. É onde Shaunee estava indo antes de ser Marcada.” Eu mexi no site, curiosa para ver onde Shaunee tinha passado a primeira parte do seu primeiro (ou terceiranista) ano. Era uma escola bonita – não tinha como negar isso. Metida, claro, mas tinha algo sobre ela que parecia ser mais bem acolhedora que as outras escolas preparatórias. Talvez fosse porque eu conhecia Shaunne. Eu continuei mexendo no site – e de repente sentei direito. “É isso,” eu murmurei para mim mesma. “É o tipo de coisa que eu preciso.”
Eu peguei uma caneta e abri o bloco de notas e me ocupei fazendo anotações. Muitas anotações.
Se Nala não tivesse assoviado em um aviso, eu teria dado um belo pulo quando uma voz profunda falou atrás de mim.
“Você parece completamente envolvida nisso.”
Eu olhei por cima do meu ombro – e congelei. OhmeuDeus.
“Desculpe, eu não queria interromper você. É apenas tão incomum ver um estudante escrever fervorosamente e a mão, ao contrário do que digitar no mulher, que eu pensei que você pudesse estar escrevendo poesia. Você vê, eu prefiro escrever poesia sem a mão. O mulher é apenas impessoal demais.”
Pare de ser tão idiota! Fale com ele! Minha mente gritou para mim. “Eu – uh – não estou escrevendo poesia.” Deus, isso foi brilhante.
“Oh, bem. Não machuca verificar. Foi bom falar com você.”
Ele sorriu e se virou e minha boca finalmente conseguiu funcionar um pouco mais corretamente. “Uh, eu também acho que mulher são impessoais. Eu nunca escrevi poesia, mas quando eu escrevo algo tão importante para mim eu gosto de fazer isso assim.” Totalmente nerd, eu levantei minha caneta.
“Bem, talvez você devesse tentar escrever poesia. Me parece que você pode ter a alma de um poeta.” Ele ergueu sua mão. “Normalmente a essa hora do dia eu venho dar uma folga a Sappho. Eu não sou um professor em tempo integral porque só estou na escola a um ano. Eu só ensino duas aulas, então tenho tempo extra. Eu sou Loren Blake, Vampiro Poeta Laureate.”
Eu peguei o ante braço dele no jeito tradicional de vampiros se cumprimentarem, tentando não pensar sobre o quão quente o braço dele era, o quão forte ele era, e o quão sozinhos estávamos no Media Center.
“Eu sei,” eu disse. Então eu queria cortar minha garganta. Que coisa idiota para dizer! “O que eu quis dizer é que eu sei quem você é. Você é o primeiro homem poeta Laureate que eles nomearam em 200 anos.” Eu percebi que ainda estava segurando o braço dele e o soltei. “Eu sou Zoey Redbird.”
O sorriso dele fez meu coração bater forte no meu peito. “Eu também sei quem você é.” Os lindos olhos dele, tão escuros que pareciam preto e sem fundo, brilharam travessamente. “Você é a primeira caloura a ter uma Marca completamente colorida, assim como a única vampira, caloura ou adulta, a ter uma afinidade pelos 5 elementos. É bom finalmente conhecer você cara-a-cara. Neferet me falou muito sobre você.”
“Ela falou?” Eu estava tão mortificada que minha voz se esganiçou.
“É claro que sim. Ela está incrivelmente orgulhosa de você.” Ele acenou para o banco vazio ao meu lado. “Não quero interromper seu trabalho, mas você se importa se eu sentar com você um pouco?”
“Yeah, claro. Eu preciso de uma pausa. Eu acho que minha bunda adormeceu.” Oh, Deus, me mate agora.
Ele riu. “Bem, então, você gostaria de ficar de pé enquanto eu sento?”
“Não, eu – uh – vou mudar meu peso.” E então vou me jogar da janela.
“Então, se não for muito pessoal, posso perguntar no que você está trabalhando tão afincamente?”
Ok, eu precisava pensar e falar. Seja normal. Esqueça que ele é facilmente o homem mais lindo de parar o coração que já esteve perto de mim a minha vida toda. Ele é um professor na escola. Só outro professor. Só isso. Yeah, certo. Só outro professor que parecia como o sonho de toda mulher para o Homem Perfeito. E eu digo Homem. Erik é gostoso e lindo e muito legal. Loren Blake era outro universo. Um totalmente fora dos limites, e um impossivelmente sexy universo que eu não tinha permissão para acessar. Como se ele me visse como algo mais do que uma garota de qualquer forma. Por favor. Dezesseis. Ok, quase dezessete, mas ainda sim. Ele provavelmente tem pelo menos 21 ou algo assim. Ele apenas está sendo gentil. Mais provavelmente ele só quer olhar de perto minha bizarra Marca. Ele poderia estar fazendo pesquisa sobre um altamente embaraçoso poema sobre o –
“Zoey? Se você não quer me dizer sobre o que está trabalhando, está tudo bem. Eu realmente não queria incomodar você.”
“Não! Está tudo bem.” Eu respirei fundo e me ajeitei. “Desculpe – acho que ainda estava pensando sobre a minha pesquisa,” eu menti, esperando que ele fosse um vampiro jovem o bastante para não ter o incrível detector de mentira que os professores mais velhos tinham. Eu continuei rapidamente. “Eu quero mudar as Filhas Negras. Eu acho que precisa de uma fundação – algumas regras claras e um guia. Não apenas para se juntar, mas quando você entrar ter certos padrões. Você não deve ter um passe livre para ser um idiota tanto quanto quiser, e ainda ganhar o privilégio de ser uma Filha e Filho Negro.” Eu parei e pude sentir meu rosto ficando quente e vermelho. Do que diabos eu estava falando? Eu devo parecer uma idiota.
Mas ao invés de rir de mim, ou pior, dizer algo padronizado e ir embora, ele parecia estar considerando o que eu disse. “Então o que você bolou?” Ele perguntou.
“Bem, eu gosto do jeito que essa escola privada Kent lida com seu grupo estudantil. Olha –” Eu cliquei no link da direita e li do texto. “O conselho Sênior e Sistema Prefeito é uma parte integral da vida em Kent. Seus alunos são escolhidos como os lideres que juram serem modelos e lidar com todos os aspectos da vida estudantil em Kent.” Eu usei minha caneta para apontar para a tela do mulher. “Vê, tem vários prefeitos diferentes, e eles são eleitos para cada Conselho anual pelos votos de estudantes e pela equipe, mas a escolha final é feita pelo diretor – que seria Neferet – e o Prefeito Veterano.”
“Que seria você,’’ ele disse.
Eu podia sentir meu rosto ficar quente. De novo. “Yeah. Também diz que todo mês de maio novos membros do Conselho são “apontados” como possível membros para o próximo ano escolar, e tem uma enorme cerimônia para celebrar.” Eu sorri, e disse, mais para mim do que para ele, “Parece um novo ritual que Nyx aprovaria.” Quando disse as palavras senti a certeza dentro de mim.
“Eu gostei,” Loren disse. “Eu acho que é uma grande idéia.”
“Verdade? Você não está apenas dizendo por dizer?”
“Tem algo sobre mim que você deveria saber. Eu não minto.”
Eu olhei para os olhos dele. Eles pareciam sem fundo. Ele estava sentado tão perto de mim que eu podia sentir o calor do corpo dele, o que me fez suprimir um calafrio de uma repentina onda de um desejo proibido. “Bem, obrigado então,” eu disse suavemente. Me sentindo repentinamente corajosa, eu continuei. “Eu quero que as Filhas Negras signifiquem mais do que só um grupo social. Eu quero que elas sejam exemplos – que façam a coisa certa. Então eu pensei que cada um de nós teria que jurar seguir cinco ideais representando os cinco elementos.”
As sobrancelhas dele foram para cima. “O que você tem em mente?”
“As Filhas e Filhos Negros deveriam jurar ser autênticos pelo ar, fiéis pelo fogo, sábios pela água, sensitivos pela terra, e sinceros pelo espírito.” Eu terminei sem olhar para minhas notas. Eu já sabia os cinco ideais decor. Então eu observei os olhos dele ao invés disso. Ele não disse nada por um momento. Então, devagar, ele se aproximou e passou um dedo pela linha continua da minha tatuagem. Eu queria tremer com o toque dele, mas não podia me mexer.
“Lindo e inteligente e inocente,” ele sussurrou. Então a incrível voz dele recitou, “A melhor parte da beleza é aquela que nenhuma figura pode expressar.”
“Sinto muito por interromper, mas eu realmente preciso checar os últimos três livros dessa série para a professora Anastasia.”
A voz de Afrodite quebrou o feitiço entre Loren e eu, assim como quase me deu um ataque cardíaco. Na verdade, Loren parecia tão abalado quanto eu. Ele tirou as mãos do meu rosto e andou quietamente para o balcão de checagem. Eu fiquei sentada onde estava como se tivesse criado raízes na cadeira; tentando parecer tão ocupada escrevendo mais anotações (que eram na verdade, bem, rabiscos). Eu ouvi Sappho voltar e assumir a checagem dos livros de Afrodite no lugar de Loren. Eu pude ouvir ele indo embora, e quase como se não pudesse me impedir, eu me virei e olhei para ele. Ele estava saindo pela porta e não prestando a menor atenção em mim.
Mas Afrodite estava me olhando diretamente com um sorriso travesso em seus lábios perfeitos.
Bem, inferno.
Última edição por Beatriz em 26/06/12, 07:03 pm, editado 1 vez(es)
Beatriz- Filhos de Erebus
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Aluno Morada da Noite
Nome Vampirico:: Bia
Classe: Sextos Formandos
Afinidade: Água
Re: Traída - P.C. Cast e Kristin Cast online
4° Capitulo
6° Capítulo
- Spoiler:
QUATRO
Eu queria contar a Stevie Rae sobre o que tinha acontecido com Loren, o sobre Afrodite nos pegar, mas eu não estava com vontade de contar as noticias para Damien e as Gêmeas. Não que eles também não fossem meus amigos, mas eu mal tive tempo de processar o que aconteceu, e a idéia dos três conversando feito loucos me fez encolher. Especialmente já que as Gêmeas tinham reorganizado os seus períodos para ir na aula de poesia de Loren, onde elas livremente entraram para passar uma hora inteira, todo dia, só para olhar para ele. Elas perderiam a cabeça completamente quando eu contasse a elas o que tinha acontecido. (Além do mais, algo tinha acontecido? Eu quero dizer, o cara só tocou meu rosto.)
“O que aconteceu com você?” Stevie Rae perguntou.
A atenção que os quatro estavam focando tentando descobrir se havia um cabelo na salada de Erin ou se era apenas um daqueles estranhos barbantes de um pedaço de aipo mudou instantaneamente para mim.
“Nada, estou apenas pensando sobre o Ritual de Lua Cheia no domingo.”Eu olhei para meus amigos. Eles estavam me olhando com olhos que dizia que eles totalmente acreditavam que eu tinha bolado algo, e não faria papel do boba. Eu queria ter a confiança deles em mim.
“Então o que você vai fazer? Você decidiu?” Damien perguntou.
“Eu acho que sim. Na verdade, o que vocês acham dessa idéia...” Eu comecei a falar da idéia do Conselho e do Prefeito, e percebi na metade da explicação que realmente era um plano muito bom. Eu terminei com os 5 ideais que eram aliados com cada elemento.
Ninguém disse nada. Eu estava começando a me preocupar quando Stevie Rae jogou seus braços ao meu redor e me abraçou com força.
“Oh, Zoey! Você vai ser uma Alta Sacerdotisa incrível.” Damien estava com os olhos todos nebulosos e sua voz totalmente adorável. “Eu sinto que estou na Corte de uma grande rainha.”
“Ou você poderia ser uma grande rainha,” Shaunee disse.
“Vossa Majestade Damien... hee heee,” Erin disse, rindo.
“Gente...” Stevie Rae avisou.
“Desculpe,” as Gêmeas falaram juntas.
“Foi só muito difícil resistir,” Shaunee disse. “Mas sério, adoramos a idéia.”
“Yeah, parece um jeito excelente para manter as bruxas de fora,” Erin disse.
“Bem, essa é outra coisa que preciso falar com vocês.” Eu respirei fundo. “Eu acho que sete é um bom número para o Conselho. Assim tem um tamanho descente, e é impossível haver empate.” Eles acenaram. “Então, tudo que eu tenho lido – não só sobre as Filhas Negras, mas sobre conselhos estudantis em geral – diz que os membros do Conselho são veteranos. Na verdade o Prefeito Sênior, que seria eu, é um, bem, sênior, não um calouro.”
“Eu gosto do titulo Terceiranista mais. Parece mais velho,” Damien disse.
“Independente de como a gente chame, não é normal sermos tão jovens. O que significa que precisamos de duas pessoas mais velhas no Conselho conosco.”
Houve uma pausa, e então Damien disse, “Eu nomeio Erik Night.”
Shaunee virou os olhos.
Erin disse, “Ok, quantas vezes vamos ter que explicar isso para você – o garoto não é do seu time. Ele gosta de peitos e vaginas, não pênis e anu –”
“Pare!” Eu absolutamente não queria entrar nesse assunto. “Eu acho que Erik Night é uma boa escolha, e não porque ele gosta de mim ou, bem...”
“De partes femininas?” Stevie Rae ofereceu.
“Sim, partes femininas versus partes masculinas. Eu acho que ele tem as qualidades que estamos procurando. Ele é talentoso, querido, e é um cara legal.”
“E ele é lindo...” Erin disse.
“... de cair morto,” Shaunne terminou.
“É verdade; ele é. Mas não vamos basear associação com aparência.”
Shaunee e Erin franziram, mas não discutiram. Elas não são superficiais de verdade; elas só são um pouco superficiais.
Eu respirei fundo. “E eu acho que o último membro do Conselho precisa ser um sênior que fazia parte do grupo interno de Afrodite. Isto é, se alguns deles pedir para se juntar ao nosso Conselho.’
Dessa vez não houve um impressionante silêncio. Erin e Shaunee, como sempre, falaram juntas.
“Uma das bruxas do inferno!”
“De jeito nenhum!”
Damien falou enquanto as Gêmeas procuravam por fôlego para falar de novo. “Eu não vejo como isso pode ser uma boa idéia.” Stevie Rae só parecia chateada e não disse nada.
Eu levantei minhas mãos, e fiquei satisfeita (e surpresa) por ver que eles realmente ficaram quietos.
“Eu não assumi as Filhas Negras para começar uma guerra na escola. Eu assumi porque Afrodite era uma valentona, e tinha que ser parada. Agora que eu estou no comando das Filhas Negras eu quero que ela seja um grupo pessoal e seja honrado para participar. E eu não quero dizer só um grupo selecionado, como quando Afrodite era a líder. As Filhas e Filhos Negros deve ser um grupo difícil entrar e deve ser seletivo. Mas não porque apenas os amigos da líder atual tiveram a chance de entrar. Eu quero que as Filhas e Filhos Negros seja algo que todos sintam orgulho, e eu acho que permitindo que alguém do antigo grupo participe do meu Conselho irá mandar a mensagem certa.”
“Ou você vai deixar a cobra entrar no ninho,” Damien disse quietamente.
“Me corrija se eu estiver errada, Damien, mas cobras não são aliadas de Nyx?” Eu falei rapidamente, seguindo o sentimento intuitivo que estava batendo em mim. “Elas não tem uma má mulherção porque historicamente elas foram o símbolo do poder feminino, e os homens queriam tomar esse poder das mulheres e fizeram dele algo nojento e assustador?”
“Não, você está certa,” ele disse relutantemente, “mas isso não significa que deixar uma pessoa da gang de Afrodite entrar no nosso Conselho seja uma boa idéia.”
“Vê, esse é o ponto. Eu não quero que seja nosso Conselho. Eu quero que isso vire uma tradição na escola. Algo que dure além de nós.”
“Então você está querendo dizer que se algum de nós não sobreviver a Mudança, encontrar uma pessoa nova para as Filhas Negras será como se nós continuássemos a viver,” Stevie Rae disse, e eu vi que ela capturou o interesse do resto deles.
“É exatamente o que eu quero dizer – embora eu não acho que tenha percebido isso até esse segundo,” eu disse com pressa.
“Bem, eu gostei dessa parte, embora não tenha intenção de me afogar em meus próprios ensangüentados pulmões,” Erin disse.
“É claro que você não vai, Gêmea: é um jeito nada atraente de morrer.”
“Eu não quero nem pensar sobre não conseguir passar pela Mudança,” Damien disse, “mas se – algo horrível acontecer comigo, eu gostaria que algo sobre mim vivesse aqui na escola.”
“Podemos ter quadros?” Stevie Rae perguntou, e eu notei que de repente ela estava parecendo pálida demais.
“Quadros?” Eu não fazia idéia do que ela estava falando.
“Yeah. Eu acho que devemos ter uma quadro ou algo que grave o nome dos... dos... do que você os chamou?”
“Prefeitos,” Damien disse.
“Yeah, Prefeitos. O quadro, ou algo assim, pode ter o nome dos Prefeitos do Conselho a cada ano, e ficará a mostra para todos verem.
“Yeah,” disse Shaunee, aumentando a idéia. “Mas não só um quadro. Precisamos de algo que seja mais legal que um quadro.”
“Algo que seja único – como nós,” Erin disse.
“Impressões de mão,” Damien disse.
“Huh?” Eu perguntei.
“Nossa impressão de mão é única. Se fizermos um gesso com nossas impressões de mão, e então assinarmos nossos nomes embaixo,” Damien disse.
“Como as estrelas em Hollywood!” Stevie Rae disse.
Ok, parece meio brega, o que significa que eu não posso não gostar. A idéia era como nós – única – legal – e beirando a brega.
“Eu acho que impressões de mão são uma idéia excelente. E sabe qual é o lugar perfeito para elas?” Eles olharam para mim com alegres e brilhantes olhos, a preocupação deles com um dos amigos de Afrodite se juntar a nós, assim como o medo constante de uma morte repentina que sempre carregávamos conosco, temporariamente esquecida. “O jardim é o lugar perfeito.”
O sino tocou, nos chamando de volta para a aula. Eu pedi para Stevie Rae dizer a nossa professora de espanhol, Proffe Garmy, que eu tive que ir ver Neferet, então vou me atrasar. Eu realmente queria contar a ela sobre minhas idéias enquanto elas ainda estavam frescas na minha mente. Eu não iria demorar – só daria a ela a base e ver se ela gostava da direção em que eu estava indo. Talvez... talvez eu até peça a ela para vir no Ritual da Lua Cheia no domingo, e esteja lá quando eu anunciar o novo processo de seleção para associação as Filhas e Filhos Negros. Eu estava pensando sobre o quão nervosa eu ficaria se Neferet estivesse lá, me observando lançar o circulo e liderar meu próprio ritual, e estava dizendo a mim mesma que eu tinha que me livrar dos meus nervos... que era a melhor coisa para as Filhas Negras se Neferet estivesse lá para mostrar seu apoio em meus novos ideais e –
“Mas foi o que eu vi!” A voz de Afrodite, carregada pela porta aberta da sala de Neferet, me tirou dos meus pensamentos e me fez parar. Ela soava horrível – totalmente chateada e talvez até assustada.
“Se sua visão não é melhor que isso, então talvez seja hora de você parar de compartilhar o que você vê com os outros.” A voz de Neferet era gelada, assustadora, fria, e dura.
“Mas, Neferet, você perguntou! Tudo que eu fiz foi dizer o que eu vi.”
Do que Afrodite estava falando? Ah, diabos. Ela podia ter ido correndo contar a Neferet que ela tinha visto Loren tocar meu rosto? Eu olhei ao redor para o corredor vazio. Eu deveria sair daqui, mas de jeito nenhum se a bruxa estava falando de mim – mesmo que parecesse que Neferet não estava acreditando em nada que ela estava dizendo. Então ao invés de ir embora (como uma garota esperta), eu andei rapidamente e silenciosamente para o canto escondido perto da porta parcialmente aberta. E então, pensando rápido, eu tirei um dos meus brincos prateados e o joguei no canto. Eu ia e vinha da aula de Neferet bastante – não é estranho eu vir procurar um brinco perdido perto da porta dela.
“Você sabe o que eu quero que você faça?” As palavras de Neferet estavam tão cheias de raiva e poder que eu podia ver elas se espalharem na minha pele. “Eu quero que você aprenda a não falar de coisas que são questionáveis.” Ela disse. Ela estava falando sobre fofocar sobre Loren e eu?
“Eu – eu só queria que você soubesse.” Afrodite começou a chorar, e ela disse as palavras entre o choro. “Eu pensei que talvez pudesse haver algo que você pudesse fazer para impedir.”
“Talvez seja sábio da sua parte pensar isso por causa das suas ações egoístas no passado, Nyx está retendo seus poderes de você porque você não é mais a favor dela e o que você está vendo agora são imagens falsas.”
Eu nunca ouvi esse tipo de crueldade que enchia a voz de Neferet. Nem parecia ela, e me assustou de um jeito que era difícil definir. O dia que eu fui Marcada, eu sofri um acidente antes de vir para a House of Night. Quando eu estava inconsciente a deusa me disse que ela tinha um plano especial para mim, e então ela beijou minha testa. Quando eu acordei minha Marca estava completa. Eu tinha uma poderosa conexão com os elementos (embora não tenha percebido isso até mais tarde), e também tinha um novo pressentimento que as vezes me dizia para fazer ou dizer certas coisas – e algumas vezes me dizia muito claramente para manter minha boca fechada. Agora meu pressentimento estava me dizendo que a raiva de Neferet estava toda errada, mesmo que fosse uma resposta a maliciosa fofoca de Afrodite sobre mim.
“Por favor não diga isso, Neferet!” Afrodite chorou. “Por favor não diga que Nyx me rejeitou!”
“Eu não tenho que te dizer nada. Procure em sua alma. O que está dizendo a você?”
Se Neferet tivesse dito as palavras gentilmente, elas não seriam nada mais que a sabedoria de um professor, uma sacerdotisa, dando a alguém que estava perturbado uma direção – como procurar dentro de si, e consertar, o problema. Mas a voz de Neferet era fria e cruel e de desprezo.
“Está – está me dizendo que eu – eu, uh, cometi erros, mas não que a deusa me odeia.”
Afrodite estava chorando tanto que estava ficando cada vez mais difícil entender.
“Então você deveria olhar mais atentamente.”
O choro de Afrodite aumentou. Eu não conseguia mais ouvir. Deixando meu brinco, eu segui meu instinto e sai dali.
- Spoiler:
- CINCO
Meu estomago doeu durante toda a aula de espanhol, tanto que eu até descobri como perguntar a professor Garmy, “puedo it al baño,” e passar tanto tempo no banheiro que Stevie Rae me seguiu até lá e perguntou qual o problema.
Eu sei que eu estava preocupando ela demais – eu quero dizer, se um calouro começa a parecer doente, isso tende a significar que ele está morrendo. E eu tenho certeza que eu parecia horrível. Eu disse a Stevie Rae que eu estava ficando menstruada e que as cólicas estavam me matando – embora não literalmente. Ela não pareceu convencida.
Eu fiquei incrivelmente feliz por ir na minha última aula da semana, Equitação. Eu não só adorava a aula, mas sempre me acalmava. Essa semana eu iria galopar com Persephone, o cavalo que Lenobia (não precisava chamar ela de professora, ela disse que o nome de uma antiga rainha vampira era o suficiente) tinha designado para mim na primeira semana de aula, e praticamente mudado a liderança. Eu trabalhei com a linda égua até nós duas estarmos suando e meu estômago ficar um pouco melhor, então levei tempo para escovar e limpar ela, sem me importar que o sino tinha assinalado o fim de aula meia hora antes de eu sair do estábulo. Eu fui guardar a escova, e estava surpresa por ver Lenobia sentada numa cadeira fora da porta. Ela estava esfregando sabão em pé em algo que parecia uma limpíssima sela.
Lenobia parecia impressionante, mesmo para uma vampira. Ela tinha um cabelo incrível que ia até a cintura dela e era tão loiro que era quase branco. Os olhos dela eram de um estranho tom de cinza, como um céu tempestuoso. Ela era pequena, e andava como uma bailarina. A tatuagem dela era uma intricada série de nós que se entrelaçavam ao redor do rosto dela – dentro dos desenhos de cavalos arrojados e elevados.
“Cavalos podem nos ajudar a resolver nossos problemas,” ela disse sem tirar os olhos da sela.
Eu não tinha certeza do que dizer. Eu gostava de Lenobia. Ok, quando eu comecei a matéria dela ela me assustava; ela era dura e sarcástica, mas depois que a conheci (e provei que entendia que os cavalos não eram apenas cachorros grandes), eu comecei a apreciar ela com sua atitude sem besteiras. Na verdade, ela era minha professora favorita, perto de Neferet, mas ela e eu nunca falamos nada a não ser cavalos. Então, hesitando, eu finalmente disse, “Persephone me faz ficar mais calma, mesmo quando não me sinto calma. Isso faz sentido?”
Ela olhou pra cima e então, seus olhos cinzas se estreitaram com preocupação. “Faz perfeito sentido.” Ela parou, e então acrescentou, “Você recebeu muitas responsabilidades em um período de tempo muito curto, Zoey.”
“Eu não me importo,” eu assegurei a ela. “Eu quero dizer, ser a líder das Filhas Negras é uma honra.”
“Geralmente as coisas que nos trazem as maiores honras também podem nos trazer os maiores problemas.” Ela parou de novo e talvez eu estivesse imaginando, mas ela parecia estar tentando decidir o que dizer ou não. Então ela arrumou a sua já perfeita coluna ainda mais e continuou. “Neferet é sua mentora, e é o certo que você vá até ela para conversar, mas as vezes Altas Sacerdotisas podem ser difíceis de conversar. Eu quero que você saiba que pode vir até mim – para falar de qualquer coisa.”
Eu pisquei surpresa. “Obrigado, Lenobia.”
“Eu guardo isso para você. Vai lá. Tenho certeza que seus amigos estão se perguntando o que aconteceu com você.” Ela sorriu e pegou as escovas da minha mão. “E sinta-se livre para vir até o celeiro para visitar Persephone a qualquer hora. Eu percebi que geralmente cuidar de um cavalo pode fazer o mundo parecer menos complexo.”
“Obrigado,” eu disse de novo.
Quando deixei o celeiro pude jurar que ela falou suavemente atrás de mim algo que soou muito como “que Nyx abençoe e cuide de você.” Mas isso era simplesmente estranho demais. É claro, também era estranho ela dizer que eu poderia conversar com ela. Calouros formam laços especiais com seus mentores – e minha mentora era extra-especial sendo a Alta Sacerdotisa da escola. Claro, gostávamos de outros vampiros, mas se tivéssemos um problema que não podíamos resolver sozinhos, levaríamos esse problema para nosso mentor. Sempre.
A caminhada do estábulo para o dormitório não era comprida, mas eu demorei, tentando esticar o senso de paz que trabalhar com Persephone me deu. Eu vagueei pela calçada um pouco, indo em direção as velhas árvores que se alinhavam no lado oriental do grosso muro que cercava a escola. Eram quase 4 horas (da manhã é claro), e a escuridão da noite era lindamente acessa pela luz da lua.
Eu esqueci o quanto amava andar perto do muro da escola. Na verdade, eu evitei vir aqui no último mês. Desde que eu tinha visto – ou pensado ter visto – os dois fantasmas.
"Mee-uf-ow!”
“Merda, Nala! Não me assuste assim.” Meu coração estava batendo feito louco enquanto pus minha gata nos braços e a acariciei enquanto ela reclamava para mim. “Olá – você poderia ser um fantasma.” Nala me olhou e então espirrou no meu rosto, que eu levei como o comentário dela da possibilidade dela ser um fantasma.
Ok, o primeiro “avistamento” pode ter sido um fantasma. Eu estava aqui no dia que Elizabeth morreu no mês passado. Ela foi a primeira da morte de dois calouros que balançaram a escola. Bem, mais precisamente, me balançaram. Como calouros que poderiam – qualquer um de nós – cair morto a qualquer hora durante os próximos 4 anos que levava para a Mudança física de humano para vampiro acontecer dentro de nossos corpos, a escola esperava que nós lidássemos com isso como outro fato da vida de um calouro. Dizer uma reza ou duas pelo garoto morto. Acender uma vela. Tanto faz. Apenas supere e vá fazer suas coisas.
Parecia errado para mim, mas talvez fosse porque eu estivesse a apenas um mês na Mudança e ainda mais acostumada a ser humana do que vampira, ou até mesmo uma caloura.
Eu suspirei e cocei as orelhas de Nala. De qualquer forma, a noite depois da morte de Elizabeth eu vi algo que eu pensei ser Elizabeth. Ou o fantasma dela, porque ela definitivamente estava morta. Então não nada mais do que uma breve visão, e Stevie Rae e eu conversamos sobre isso sem decidir o que estava acontecendo. A verdade era que sabíamos bem demais que fantasmas existiam – aqueles que Afrodite conjurou um mês atrás quase tinham matado meu ex-namorado humano. Então eu posso muito bem ter visto o fantasma de Elizabeth. É claro eu também posso ter visto um calouro e porque eu o vi a noite e estava aqui a apenas alguns dias e tinha, nesses poucos dias, passado por todo tipo de merda inacreditável, eu podia ter imaginado tudo.
Eu fui até o muro e virei para a direita, indo na direção que eventualmente iria me levar a sala de recreação, e então, virei, para o dormitório das garotas.
“Mas o segundo avistamento definitivamente não foi minha imaginação. Certo, Nala?” A resposta da gata foi esfregar seu rosto contra o canto do meu pescoço e ronronar como um cortador de grama. Eu acariciei ela, feliz por ela me seguir. Só de pensar no segundo fantasma ainda me assustava. Como agora, Nala estava comigo. (A similaridade me fez olhar ao redor nervosamente e acelerar o passo.)
Não fazia muito depois que o segundo garoto tinha se afogado em seus próprios pulmões e sangrado até morrer na frente da turma de literatura. Eu tremi, lembrando o quão horrível tinha sido – especialmente por causa da minha nojenta atração pelo sangue dele. De qualquer forma, eu vi Elliott morrer. Então mais tarde naquele dia Nala e eu tínhamos topado com ele (quase literalmente) não muito longe de onde estávamos agora. Eu pensei que ele era outro fantasma. A principio. Então ele tentou me atacar, e Nala (minha preciosa gatinha) se lançou em cima dele, o que fez ele pular por cima do muro de 6 metros e desaparecer na noite, deixando Nala e eu totalmente apavoradas. Especialmente depois que eu notei que minha gata tinha sangue em suas patas. Sangue de fantasma. O que não fazia sentido nenhum.
Mas eu não tinha mencionado a segunda vez para ninguém. Nem minha melhor amiga e colega de quarto Stevie Rae, nem minha mentora e Alta Sacerdotisa Neferet, nem meu totalmente delicioso namorado novo, Erik. Ninguém. Eu queria. Mas então todas as coisas aconteceram com Afrodite... eu assumi as Filhas Negras... comecei a sair com Erik... estive extremamente ocupada com a escola... blá, blá, uma coisa levou a outra e aqui eu estava um mês depois e não tinha dito nada para ninguém. Só em pensar em contar para alguém agora parecia idiota em minha própria mente. “Hey, Stevie Rae/Neferet/Damien/Gêmeas/Erik, eu vi o espectro de Elliott mês passado depois que ele morreu e ele estava muito assustador e quando ele tentou me atacar Nala fez ele sangrar. Oh, e o corpo dele tinha um cheiro estranho. Acredite em mim.
Eu conheço bem o cheiro de sangue (só outra coisa bizarra sobre mim, a maior parte dos calouros não tem ânsia por sangue). “Só achei melhor mencionar.”
Yeah, certo. Eles provavelmente iriam querer me mandar para o vampiro equivalente a um psicólogo, e oh, cara, isso não me ajudaria a melhorar minha confiança enorme para liderar as Filhas Negras? Dificilmente não.
Além do mais, conforme mais tempo passava, era mais fácil para mim me convencer que talvez eu tenha imaginado o encontro com Elliott.
Talvez não fosse Elliott (ou seu fantasma ou tanto faz). Eu não conhecia cada um dos calouros aqui. Poderia ser outro garoto que tinha um feio, cabelo vermelho, e pele rechonchuda e muito branca. Claro, eu não tinha visto esse garoto de novo, mas ainda sim. E quando ao estranho cheiro de sangue. Bem, talvez um calouro tivesse um estranho cheiro no sangue. Como se eu pudesse ser uma expert em um mês? E também ambos os “fantasmas” tinham olhos vermelho brilhantes. O que era isso?
A coisa toda estava me dando dor de cabeça.
Ignorando meu assustador sentimento que essa corrente toda de pensamentos estava me causando, eu comecei a me virar resolutamente do muro (e do assunto dos fantasmas) quando um movimento foi visto pelo canto do meu olho. Eu congelei. Era uma forma. Um corpo. Era alguém. A pessoa estava parada de baixo do enorme e antigo carvalho que eu encontrei Nala no mês passado. As costas dele ou dela estava virada para mim, e ele ou ela estava encostado contra a árvore, cabeça curvada.
Deus. Ele não tinha me visto. Eu não queria saber quem ou o que era. A verdade era que eu já tinha estresse suficiente na minha vida. Eu não precisava da adição de fantasmas de nenhum tipo. (E, eu prometi a mim mesma, dessa vez eu iria contar a Neferet sobre o estranho fantasma ensangüentado que andava pelos muros da escola. Ela era mais velha. Ela podia lidar com esse estresse.) O coração batendo tão alto que o som estava acima do ronronar de Nala, eu devagar e silenciosamente comecei a rapidamente me afastar, dizendo a mim mesma firmemente que eu nunca iria andar aqui no meio da noite sozinha de novo. Nunca. O que eu era, mentalmente incapaz? Porque eu não aprendi da primeira, ou segunda vez?
Então meu pé bateu no meio de um banco seco. Crack! Eu arfei. Nala deu uma alta reclamação (eu estava sem perceber esmagando ela contra o meu peito). A cabeça da figura debaixo da árvore levantou e virou. Eu fiquei tensa me preparando ou para gritar e fugir de um fantasma maléfico de olhos vermelhos, ou para gritar e lutar contra um fantasma maléfico de olhos vermelhos. Das duas maneiras um grito definitivamente estaria envolvido, então eu suguei o ar e –
“Zoey? É você?”
A voz era profunda, sexy, e familiar. “Loren?”
“O que você está fazendo aqui?”
Ele não fez movimento nenhum para se aproximar de mim, então por trás da pura estranha inquietação como se eu não estivesse morta de medo um segundo atrás, eu dei nos ombros indiferentemente, e me juntei a ele debaixo da árvore. “Oi,” eu disse, tentando parecer adulta. Então eu lembrei que ele tinha me feito uma pergunta e eu estava feliz por estar escuro o suficiente para meu rosto vermelho não ser totalmente óbvio. “Oh, eu estava voltando dos estábulos e Nala e eu decidimos tomar um caminho mais comprido.” Um caminho mais comprido? Eu realmente disse isso?
Eu achei que ele parecia tenso quando andei até ele, mas isso o fez rir e seu rosto totalmente lindo relaxou. “Um caminho comprido, huh? Olá de novo, Nala.” Ele acariciou o topo da cabeça dela e ela rudemente, mas tipicamente, resmungou para ele e então pulou dos meus braços para o chão, se sacudiu, e ainda reclamando, delicadamente foi para longe.
“Desculpe. Ela não é muito sociável.”
Ele sorriu. “Não se preocupe. Meu gato, Wolverine, me lembra um velho mau humorado.”
“Wolverine?” Eu levantei minha sobrancelha.
O sorriso lindo dele ficou todo torto como o de um garoto e, incrivelmente, o deixou ainda mais lindo. “Yeah, Wolverine. Ele me escolheu como dele quando era terceiranista. Esse foi o ano que eu era louco pelos X-men.”
“Esse nome pode ser o porque dele ser tão mal humorado.”
“Bem, poderia ser pior. Um ano antes eu não podia parar de ver Homem- Aranha. Ele quase se chamou Aranha ou Peter Parker.”
“Claramente, você é um grande fardo para seu gato carregar.”
“Wolverine iria definitivamente concordar com você!” Ele riu de novo e eu tentei não deixar que sua maravilhosa aparência me fizesse rir histericamente como uma pretendente de uma banda. Eu estava, no momento, realmente flertando com ele! Fique calma. Não diga ou faça nada idiota.
“Então, o que você está fazendo aqui?” Eu perguntei, ignorando minha conversa interior.
“Escrevendo haiku*.” Ele levantou a mão e eu notei pela primeira vez que ele estava segurando um daqueles super caros e legais cadernos de couro para escritores. “Eu encontro inspiração aqui, sozinho, nas horas antes do amanhecer.”
(*poema japonês)
“Oh, Deus! Desculpe. Não queria interromper você. Eu vou apenas me despedir e te deixar sozinho.” Eu acenei (como uma idiota) e comecei a me virar, mas ele pegou meu pulso com sua mão livre.
“Você não tem que ir. Eu encontro inspiração em mais coisas do que ficar aqui sozinho.”
A mão dele era quente contra meu pulso e me perguntei se ele podia sentir meu pulso pular.
“Bem, eu não quero incomodar você.”
“Não se preocupe. Você não está me incomodando.” Ele apertou meu pulso antes de (infelizmente) me soltar.
“Ok, então. Haiku.” O toque dele me deixou ridiculamente frustrada e tentei recuperar meu bom senso. “Isso é poesia asiática com um formato vertical, certo?”
O sorriso dele me deixou feliz por ter prestado atenção na aula da inglês da Sra. Wieneckes do ano passado falando sobre poesia.
“Certo. Eu prefiro o formato normal.” Ele parou e seu sorriso mudou. Algo sobre isso fez meu estômago flutuar, e seus escuros e lindos olhos se prenderam aos meus. “Em falar em inspiração – você poderia me ajudar.”
“Claro, eu ficaria feliz,” eu disse, feliz por não soar tão sem fôlego quanto me sentia.
Ainda olhando nos meus olhos, ele levantou suas mãos para acariciar meus ombros. “Nyx Marcou você aí.”
Não parecia uma pergunta, mas eu acenei. “Sim.”
“Eu gostaria de ver. Se não te deixar desconfortável.”
A voz dele passou por mim. A lógica estava me dizendo que ele só estava pedindo para ver minhas tatuagens porque elas eram bizarramente diferentes, e que ele não estava de forma alguma dando em cima de mim. Para ele eu deveria parecer nada mais que uma criança – uma garota – uma caloura com uma estranha Marca e poderes raros. Isso era o que a lógica estava me dizendo. Mas os olhos dele, a sua voz, o jeito que as mãos dele ainda estavam nos meus ombros – essas coisas estavam me dizendo algo completamente diferente.
“Eu mostro para você.”
Eu estava usando minha jaqueta favorita – camurça preta e corte que me servia perfeitamente. Debaixo disso eu usava uma blusa púrpura. (Sim, é o fim de novembro, mas eu não sinto o frio que sentia antes de ser Marcada. Nenhum de nós sente.) Eu comecei a tirar a jaqueta.
“Aqui, me deixe te ajudar.”
Ele estava parado muito perto de mim, na frente e no lado. Ele pegou com sua mão direita o colar da minha jaqueta com seus dedos, e deslizou para baixo dos meus ombros para ficar embaixo de meus cotovelos.
Loren deveria estar olhando para meu ombro parcialmente nu, olhando estupidamente para as tatuagens que nem vampiro ou calouro jamais tiveram. Mas ele não estava. Ele ainda estava olhando para meus olhos. E então de repente algo aconteceu comigo. Eu parei de me sentir uma boba, nervosa e cdf garota adolescente. O olhar nos olhos dele tocaram a mulher dentro de mim, acordando ela, e enquanto essa nova eu acordava eu encontrei a calma e confiança em mim mesma que eu raramente encontrei antes. Devagar, eu passei o ombro da minha camiseta por cima dos ombros para que se juntasse a minha jaqueta. Então, ainda olhando ele nos olhos, eu tirei meus longos cabelos do caminho, levantei meu queixo, e virei ligeiramente meu corpo, dando a ele uma clara visão das costas dos meus ombros, que agora estava completamente nu a não ser pela fina linha das costas do meu sutiã.
Ele continuou a olhar nos meus olhos por vários segundos, e eu pude sentir o frio ar da noite e a caricia da quase lua cheia na pele exposta do meu peito e ombro e costas. Muito deliberadamente, Loren se moveu para mais perto de mim, segurando meu ante braço enquanto olhava nas minhas costas e ombros.
“É incrível.” A voz dele era tão lenta que era quase um sussurro. Eu senti os dedos dele ligeiramente traçarem as espirais em labirinto, com exceção das runas exóticas que ficavam ao redor das espirais, como as minha Marca facial. “Eu nunca vi nada igual a isso. É como se você fosse uma antiga sacerdotisa que se materializou em nossa época. Somos abençoados por ter você, Zoey Redbird.”
Ele disse meu nome como uma reza. A voz dele misturada com seu toque me vez tremer.
“Eu sinto muito. Deve estar frio.” Gentilmente, mas rapidamente, Loren pegou minha jaqueta e camiseta.
“Eu não estava tremendo por causa do frio.” Eu me ouvi dizer as palavras, e não consegui decidir se deveria ficar orgulhosa de mim mesma ou chocada com minha audácia.
“Creme e seda como um
Como eu desejo experimentar e tocar
A lua nos observa.”
Os olhos dele nunca deixaram os meus enquanto ele recitava o poema. A voz dele, que era normalmente tão experiente, tão perfeita, tinha ficado profunda e rouca, como se tivesse dificuldades de falar. Como se a voz dele tivesse a habilidade de me esquentar, eu fiquei tão corada que pude sentir meu sangue circulando em um rio pelo meu corpo. Minhas coxas formigaram e foi difícil recuperar o fôlego. Se ele me beijar eu posso explodir. A idéia me chocou para falar. “Você acabou de escrever isso?” Dessa vez minha voz soava tão sem fôlego quanto eu me sentia.
Ele balançou a cabeça levemente, um sorriso mal tocou os lábios dele. “Não. Foi escrito séculos atrás por um antigo poeta japonês, sobre como a amada dele parecia nua embaixo da lua.”
“É lindo,” eu disse.
“Você é linda,” ele disse, e acariciou minha bochecha com sua mão. “E hoje a noite você foi minha inspiração. Obrigado.”
Eu pude me sentir me inclinando em direção a ele, e eu juro que o corpo dele respondeu. Eu posso não ter muita experiência. E, sim, ainda sou virgem. Mas não sou uma completa idiota (na maior parte do tempo). Eu sei quando um cara está afim de mim. E esse cara – nesse momento – está definitivamente afim de mim. Eu cobri as mãos dele com as minhas, e esquecendo sobre tudo, inclusive Erik e o fato de Loren ser um vampiro adulto e eu ser uma caloura, eu quis que ele me beijasse, quis que ele me tocasse mais. Nós nos olhamos. Estávamos ambos respirando com dificuldade. Então, no espaço de um segundo, os olhos dele viraram e mudaram para um escuro e intimo para um escuro e distante. Ele derrubou sua mão de meu rosto e deu um passo para trás. Eu senti a desistência dele com um vento frio.
“Foi bom ver você, Zoey. E obrigado de novo por me permitir ver sua Marca.” O sorriso dele era educado e apropriado. Ele me deu um pequeno aceno que quase foi uma reverencia formal, e então se afastou.
Eu não sabia se deveria gritar de frustração, chorar de vergonha, ou rugir e ficar fula. Franzindo e murmurando para mim mesma, eu ignorei o fato de minhas mãos estarem tremendo e marchei de volta para o dormitório. Essa era definitivamente uma emergência de eu-preciso-da-minha-melhor-amiga.
6° Capítulo
- Spoiler:
- SEIS
Ainda murmurando para mim mesma sobre homens e mensagens misturadas, eu entrei na sala do dormitório e surpreendentemente Stevie Rae e as Gêmeas estavam amontoadas juntos assistindo TV. Claramente, elas estavam esperando por mim. Eu senti uma incrível onda de alivio. Eu não queria que o mundo todo (tradução – as Gêmeas e/ou Damien) soubessem o que tinha acontecido, mas eu ia contar a Stevie Rae cada mínimo, pequeno, detalhe sobre Loren – e deixar ela me ajudar a descobrir o que diabos isso significava.
“Uh, Stevie Rae, não sei o que fazer sobre nosso, uh, trabalho de sociologia que é para segunda. Talvez você pudesse me ajudar com ele. Eu quero dizer, não vai levar tanto tempo e –” eu comecei, mas Stevie Rae me interrompeu sem tirar os olhos da TV.
“Espere, Z, vem aqui. Você tem que ver isso.” Ela fez menção em direção a TV. Os olhos das gêmeas estavam grudados na tela também.
Eu franzi a percebi o quão tensas elas pareciam, fazendo com o que o assunto de Loren (temporariamente) saísse da minha cabeça. “O que está acontecendo?” Eles estavam assistindo uma reprise do jornal local da FOX 23. Chera Kimiko, a ancora, estava falando e algumas fotos familiares do Parque Woodward estavam aparecendo na tela. “É difícil acreditar que Chera não seja uma vampira. Ela é incrivelmente linda,” eu disse automaticamente.
“Shush e ouça o que ela estava dizendo,” Stevie Rae disse.
Ainda surpresa por o quão estranho elas estavam agindo, eu fiquei quieta e escutei.
“Então, para repetir nossa estória principal hoje a noite – a busca continua pelo adolescente da Union High, Chris Ford. O adolescente de 17 anos desapareceu ontem depois do treino de futebol.” A foto na tela era uma foto de Chris usando seu uniforme de futebol. Eu soltei um pequeno uivo enquanto o nome e o rosto eram registrados na minha mente.
“Hey – eu conheço ele!”
“É por isso que chamamos você aqui,” Stevie Rae disse.
“Equipes de busca estão vasculhando a área entre Utica Square e Parque Woodward, que é onde ele foi visto pela uútima vez.”
“Isso é muito perto daqui,” eu disse.
“Shush!” Shaunee disse.
“Nós sabemos!” Erin disse.
“Até agora não há pistas do porque ele estar na área do Parque Woodward. A mãe de Chris disse que nem sabia que o filho conhecia o caminho para o parque Woodward, ela nunca soube que ele foi lá antes. Sra. Ford também disse que ela esperava que ele fosse para casa logo depois do treino. Ele agora está sumido a mais de 24 horas. Se alguém tiver informações que possam ajudar a policia a localizar Chris, por favor ligue para o Anti-Crime. Você pode permanecer anônimo.”
Chera foi para outra história e eu descongelei. “Então, você o conhece?” Shaunee perguntou.
“Yeah, mas não muito bem. Quero dizer, ele é uma das estrelas do time de futebol da Union e quando eu estava meio que saindo com Heath – vocês sabem o quarterback do time de Broken Arrow?”
Elas acenaram impacientemente.
“Bem, ele costumava me arrastar para festas com ele, e todos os jogadores se conheciam, então Chris e seu primo Jon eram um bando deles. Diziam os rumores que ele se graduou em comprar cerveja e começou a distribuir maconha em reuniões secretas.” Eu olhei para Shaunee, que estava mostrando um incomum interesse na noticia. “E antes de você perguntar, sim, ele é fofo na vida real tanto quanto na foto.”
“Uma pena quando algo acontece para um irmão fofo,” Shaunne disse, balançando a cabeça suavemente.
“Uma pena quando algo acontece para qualquer cara fofo – não importa a cor, Gêmea,” Erin disse. “Não devemos discriminar. Beleza é beleza.”
“Você está certa, como sempre, Gêmea.”
“Eu não gosto de maconha,” Stevie Rae se intrometeu. “Cheira mal. Eu tentei uma vez e me fez tossir até morrer e queimar minha garganta. Além do mais um pouco da erva caiu na minha boca. Era nojento.
“Nós não fazemos coisas feias,” Shaunee disse.
“Yeah, e maconha é feia. Além do mais faz você comer por razão nenhuma. É uma pena que jogadores de futebol gostosos fazem isso,” Erin disse.
“Os faz ser menos gostosos,” Shaunee disse.
“Ok, beleza e maconha não são o ponto,“ eu disse. “Eu tenho um mal pressentimento sobre esse negócio de desaparecimento.”
“Oh, não.” Stevie Rae disse.
“Bem merda,” Shaunne disse.
“Eu realmente odeio quando ela tem esses pressentimentos,” Erin disse.
Tudo o que qualquer uma de nós podia falar era o desaparecimento de Chris e o quão bizarro era dele ter sido visto pela última vez perto da House of Night. Em comparação ao garoto estar desaparecido, meu pequeno trauma-drama com Loren parecia insignificante. Quero dizer, eu ainda queria contar a Stevie Rae sobre isso, mas eu não conseguia me concentrar o suficiente em nada a não ser o mal pressentimento que estava me enchendo desde que vi as noticias.
Chris está morto. Eu não queria acreditar. Eu não queria saber. Mas tudo dentro de mim dizia que o garoto seria encontrado, mas seria encontrado morto.
Encontramos Damien no salão de jantar, e a conversa de todos se centrou em Chris e teorias sobre o seu desaparecimento, que vinham da insistência das Gêmeas “que o gostoso provavelmente teve uma briga com um dos seus pais e saiu bebendo cerveja barata em algum lugar” para as crenças firmes de Damien que ele poderia ter descoberto suas homossexuais e tinha fugido para Nova Iorque para realizar seu sonho de ser um modelo gay.
Eu não tinha uma teoria. Tudo o que eu tinha era um terrível pressentimento, que eu não estava disposta a contar.
Naturalmente, não pude comer. Meu estômago estava me matando. De novo. “Você está remexendo sua comida excelente,” Damien disse.
“Não estou com fome.”
“Foi o que você disse no almoço.”
“Ok, bem, estou dizendo de novo!” Eu surtei, e fiquei instantaneamente arrependida quando Damien pareceu magoado e baixou os olhos para sua gostosa tigela de salada Vietnamita chamada Bun Cha Gio. As Gêmeas levantaram uma sobrancelha para mim, e então voltaram a se focar em usar os palitinhos corretamente. Stevie Rae simplesmente me encarou, com uma preocupação silenciosa em seu rosto.
“Aqui. Eu descobri isso. Eu tenho o pressentimento que é seu.”
Afrodite derrubou o brinco prateado no meu prato. Eu olhei para o rosto perfeito dela. Era estranhamente sem expressão, assim como a voz dela.
“Então, é seu?”
Eu o peguei e automaticamente toquei seu companheiro, que ainda estava na minha orelha. Eu esqueci que derrubei essa porcaria para poder fingir encontrar ele enquanto ouvia a conversa de Afrodite e Neferet. Merda. “Sim. Obrigado.”
“Não foi nada. Acho que você não é a única que tem sentimento sobre as coisas, huh?”
Ela se virou e se afastou saindo do salão pelas portas de vidro e indo para o jardim. Embora estivesse carregando uma bandeja com seu jantar intocado, ela nem parou para olhar para a mesa onde seus amigos estavam sentados. Eu notei que eles olharam para ela quando passou, mas então olharam apressadamente para longe. Nenhum deles encontrou os olhos dela. Afrodite comeu do lado de fora no jardim onde estava comendo no último mês. Sozinha.
“Ok, ela é estranha,” Shaunee disse.
“Yeah, estranha e psicótica e uma bruxa do inferno,” Erin disse.
“Seus próprios amigos não querem nada a ver com ela,” eu disse.
“Pare de sentir pena dela!” Stevie Rae disse, soando nada caracteristicamente irritada. “Ela é problema, você não consegue ver isso?”
“Eu não disse que ela não era,” eu disse. “Eu apenas comentei que até os amigos dela viraram suas costas para ela.”
“Perdemos algo?” Shaunee perguntou.
Eu abri a boca para dizer a eles sobre o que eu tinha ouvido, e fui silênciada pela voz de Neferet, “Zoey, espero que não se importe que te afaste dos seus amigos hoje a noite.”
Eu olhei vagarosamente para ela, quase assustada sobre o que eu poderia ver. Quer dizer, da última vez que ouvi a voz dela ela soava incrivelmente odiosa e fria. Meus olhos se ergueram em direção aos dela. Eles eram um verde lamoso e lindos e seu gentil sorriso estava começando a parecer preocupado.
“Zoey? Alguma coisa errada?”
“Não! Desculpe. Minha mente estava divagando.”
“Eu gostaria que você jantasse comigo hoje a noite.”
“Oh, claro. É claro. Sem problemas; eu gostaria disso.” Eu percebi que estava tagarelando, mas não parecia ter nada que eu pudesse fazer. Eu esperei eventualmente parar. Igual a quando você tem diarréia para sempre – e eventualmente ela para.
“Ótimo.” Ela sorriu para meus amigos. “Eu preciso pegar Zoey emprestada, mas a devolvo em breve.”
Os quatro deram a ela seus sorrisos adoradores de herói e rápidas seguranças que eles estavam tranqüilos.
Eu sei que é ridículo, mas eles me soltarem me fez sentir abandonada e insegura. Mas isso era idiota. Neferet é minha mentora, e Alta Sacerdotisa de Nyx. Ela é um dos caras bonzinhos.
Eu olhei por cima do ombro para meu grupo. Eles já estavam conversando. Damien estava segurando seus palitos, obviamente dando as Gêmeas outra lição de como comer com eles. Stevie Rae estava demonstrando para ele. Eu senti olhos em mim e olhei deles para a parede de vidro que separava o salão de jantar do jardim. Sentada sozinha na noite, Afrodite estava me observando com uma expressão que era quase de pena.
- Spoiler:
- SETE
O salão de jantar dos vampiros não era como uma lanchonete. Era um salão muito legal que ficava diretamente em cima do salão de jantar dos estudantes. Ele, também, tinha uma parede com janelas arqueadas. Mesas de ferro forjado e cadeiras estavam arrumadas na sacada que tinha vista para o jardim abaixo. O resto do salão tinha bom gosto e decorações extremamente caras com uma variedade de mesas de diferentes tamanhos, e até mesmo algumas tendas feitas de madeira vermelha. Não havia bandejas aqui, e nem um Buffet serve-service. Guardanapos de pano, porcelana, e cristais estavam colocados elegantemente nas mesas, e compridas, velas brancas queimavam alegremente nos castiçais de cristal. Haviam alguns professores comendo em pequenos grupos silênciosos. Eles acenaram para Neferet respeitosamente e deram rápidos sorrisos de boas vindas para mim antes de voltar para suas refeições.
Eu tentei espiar o que eles estavam comendo sem ser óbvia, mas tudo que vi foi a mesma salada Vietnamita que estávamos comendo no andar de baixo, e alguns bolinhos de primavera que pareciam caros. Não havia sinal de carne crua ou nada que lembrasse sangue (bem, a não ser o vinho tinto). E, é claro, eu nem precisei me incomodar em olhar feito uma idiota. Se eles estivessem tomando sangue eu teria sentido o cheiro. Eu era intimamente familiar com o delicioso cheiro de sangue...
“A noite fria te incomodaria se sentássemos na sacada?” Neferet perguntou.
“Não, acho que não. Eu não sinto o frio como costumava.” Eu dei um belo sorriso para ela, me lembrando que ela era uma intuitiva e que ela provavelmente estava ouvindo “partes” da minha idiota conversa mental.
“Ótimo, eu preciso jantar na sacada em todas as estações.” Ela me levou através das portas para uma mesa que já estava colocada para dois. Uma serva magicamente apareceu – obviamente uma vampira pela sua Marca completa e varias pequenas tatuagens que emolduravam seu rosto em forma de coração, mas ela parecia bem jovem. “Sim, me traga a salada Bun Cha Gio e um pouco do mesmo vinho tinto de ontem a noite.” Ela parou, e então com um sorriso secreto para mim adicionou, “e por favor traga a Zoey um copo de qualquer coca que você tiver, desde que não seja diet.”
“Obrigado,” eu disse a ela.
“Só tente não beber muito desse negócio. Não é bom para você.” Ela piscou para mim, fazendo de sua repreensão uma pequena piada.
Eu ri para ela, feliz por ela lembrar do que eu gostava, e comecei a me sentir mais relaxada. Essa era Neferet – nossa Alta Sacerdotisa. Ela era minha mentora e minha amiga e no mês que estive aqui ela nunca foi nada a não ser gentil comigo. Sim, ela soava assustadora quando ouvi ela com Afrodite, mas Neferet era uma Sacerdotisa poderosa, e como Stevie Rae continuava a me lembrar, Afrodite era uma valentona egoísta que merecia estar com problemas. Diabos! Ela provavelmente estava falando mal de mim.
“Se sentindo melhor?” Neferet perguntou.
Eu olhei nos olhos dela. Ela estava me estudando cuidadosamente.
“Yeah, estou.”
“Quando ouvi sobre o adolescente humano desaparecido comecei a me preocupar com você. Esse Chris Ford era seu amigo, não era?”
Nada que ela dissesse deveria me surpreender. Neferet era incrivelmente inteligente e tinha sido dotada de dons pela deusa. Além disso ela tinha o sexto sentido que todos os vampiros tinham, e era mais que provável que ela soubesse literalmente de tudo (ou pelo menos tudo importante). Provavelmente foi fácil para ela saber que eu tinha minha própria intuição sobre o desaparecimento de Chris.
“Bem, ele não era realmente meu amigo. Fomos a algumas das mesmas festas, mas eu não gosto muito de festa, então não o conhecia tão bem.”
“Mas algo sobre o desaparecimento dele te chateia.”
Eu acenei. “É só um pressentimento que eu tenho. É bobo. Ele provavelmente brigou com seus pais e seu pai o castigou ou algo assim, então ele fugiu. É mais que provável que ele já esteja em casa.”
“Se você realmente acreditasse nisso não se sentiria tão preocupada.” Disse Neferet até a serva terminar de nos dar nossas bebidas e a comida antes de continuar. “Humanos acreditaram que vampiros adultos são todos psíquicos. A verdade é que embora muitos de nós tenhamos os dom da predição e da clarividência, a maior parte da nossa gente simplesmente aprendeu a ouvir sua intuição – que é algo que a maior parte dos humanos tem lutado para fazer.” O tom dela era como o da sala de aula, e ouvi ela ansiosa enquanto jantavamos. “Pense sobre isso, Zoey. Você é uma boa aluna – tenho certeza que você lembra das suas aulas de história o que historicamente aconteceu com humanos, especialmente mulheres humanas, quando elas prestam muito atenção em suas intuição e começam a ouvir “vozes em suas cabeças” ou até mesmo prever o futuro.”
“Eles normalmente são associados por ter um pacto com o demônio, ou algo assim, dependendo de que época é. Em suma eles pagam o inferno por isso.” Eu corei porque eu disse a palavra com I na frente de uma professora, mas ela não pareceu se importar, ela apenas acenou em concordancia comigo.
“Sim, exatamente. Eles até atacavam pessoas santas, como Joana D´Arc. Então veja que os humanos aprenderam a silenciar seus instintos. Vampiros, por outro lado, aprenderam a ouvir e ouvir bem a eles. No passado, quando humanos tentavam caçar e destruir nossa raça, foi o que salvou a vida de muitos de nossos antepassados.”
Eu tremi, não querendo pensar sobre o quão dura deve ter sido ser um vampiro 100 anos atrás.
“Oh, você não precisa se preocupar, Zoeybird.” Neferet sorriu. Ouvir o apelido de minha vó para mim me fez sorrir também. “O tempo das fogueiras nunca virão de novo. Podemos não ser reverenciados como éramos em tempos antigos, mas nunca mais humanos serão capazes de nos caçar e destruir.” Por um momento os olhos dela brilharam perigosamente. Eu tomei um grande gole da minha coca, não querendo ver seus olhos assustadores. Quando ela continuou, ela voltou ao seu normal – toda a pista de perigo tinha sumido da sua voz e ela era apenas minha mentora e amiga. “Então, tudo o que isso significa é que eu quero me certificar que você ouça seus próprios instintos. Se você tiver um mal pressentimento sobre alguma situação ou alguém, preste atenção. E,é claro, se precisar falar comigo, pode vir a qualquer hora.”
“Obrigado, Neferet, isso significa muito.”
Ela dispensou meu agradecimento. “Isso é o que significa ser uma mentora e Alta Sacerdotisa – dois papéis que eu completamente espero que você assuma algum dia.”
Quando ela falava sobre meu futuro e sobre eu ser uma Alta Sacerdotisa, eu sempre tinha um sentimento engraçado. Era parcialmente esperança e excitação, e parcialmente medo.
“Na verdade, fiquei surpresa por você não ter ido me ver hoje depois que você terminou na biblioteca. Você não decidiu as novas direções das Filhas Negras?”
“Oh, uh, sim. Eu decidi.” Eu me forcei a não pensar sobre o encontro com Loren, e o meu encontro com Loren do muro... de jeito nenhum eu queria que Neferet e sua intuição pegasse algo sobre.. .bem... ele.
“Eu sinto sua hesitação, Zoey. Você prefere não dividir o que decidiu comigo?”
“Oh, não! Eu quero dizer, sim. Na verdade, eu fui a sua sala, mas você estava...” eu falei rapidamente, lembrando da cena que ouvi. Os olhos dela pareceram ver dentro da minha alma. Eu engoli com força. “Você estava ocupada com Afrodite. Então fui embora.”
“Oh, eu vejo. Agora o seu nervosismo ao meu redor faz muito mais sentido.” Neferet suspirou tristemente. “Afrodite... ela se tornou um problema. É uma pena. Como eu disse em Samhain quando percebi o quão errada ela tinha se tornado, eu me senti parcialmente responsável pelo comportamento dela e sua transformação na criatura negra que ela virou. Eu sabia que ela era egoísta, mesmo quando ela se juntou a escola. Eu deveria ter parado ela mais cedo e ter assumido um pulso firme com ela.” O olhar de Neferet pegou o meu. “O quanto você ouviu hoje?”
Um aviso desceu pela minha espinha. “Não muito,” eu disse rapidamente. “Afrodite estava chorando muito. Eu ouvi você dizer a ela para olhar interiormente. Eu sabia que você não queria ser interrompida.” Eu parei, tendo cuidado para não dizer que isso foi tudo que eu ouvi – e tendo cuidado de não mentir. E não desviei os olhos dos olhos afiados dela.
Neferet suspirou de novo e bebeu seu vinho. “Eu normalmente não gosto de falar sobre um calouro para outro, mas esse é um caso único. Você sabe que o dom dado pela deusa para Afrodite era de ver eventos desastrosos?”
Eu acenei, percebendo o verbo no passado que ela usou para mencionar a habilidade de Afrodite.
“Bem, parece que o comportamento de Afrodite fez com que Nyx retirasse o dom dela. É algo muito incomum. Uma vez que a deusa toca alguém, ela raramente retira o que ela deu.” Neferet encolheu os ombros tristemente. “Mas quem pode saber a mente da grande deusa da Noite?”
“Deve ser horrível para Afrodite,” eu disse, mais pensando alto do que realmente querendo fazer um comentário.
“Eu aprecio sua compaixão, mas não te contei isso para que você sinta pena de Afrodite. Ao invés disso, eu te digo para manter sua guarda. As visões de Afrodite não são mais validas. Ela pode dizer ou fazer coisas que são perturbadoras. Como a líder das Filhas Negras, será sua responsabilidade se certificar que ela não perturbe o delicado balanço de harmonia entre nossos calouros. É claro que nós encorajamos vocês a trabalhar seus problemas entre vocês. Vocês são muito mais do que adolescentes humanos, e esperamos mais de vocês, mas sinta-se livre para vir até mim se o comportamento de Afrodite se tornar muito” – ela pausou, como se estivesse considerando a próxima palavra com cuidado – “instável.”
“Eu vou,” eu disse, meu estômago começando a doer de novo.
“Ótimo! Agora, porque você não me conta seus planos para seu reinado como a líder das Filhas Negras.”
Eu tirei Afrodite da cabeça e contei meus planos para o Conselho de Prefeitos e as Filhas Negras. Neferet ouviu cuidadosamente e estava abertamente impressionada pela minha pesquisa e o que ela chamou de “reorganização lógica.”
“Então, o que você quer de mim é que deixe os professores votar nos dois novos Prefeitos, porque eu concordo com você que você e seus quatro amigos mais que provaram que merecem e já são um excelente Conselho.”
“Sim. O conselho quer nominar Erik Night para a primeira das suas vagas abertas.”
Neferet acenou com a cabeça. “Erik é uma escolha sábia. Ele é popular com os calouros, e tem um excelente futuro. Quem você tem em mente para a última posição?”
“Aí é onde o meu Conselho e eu discordamos. Eu acho que precisamos de alguém mais velho, e eu também acho que essa pessoa deve ser alguém que pertenceu ao circulo próximo de Afrodite.” Neferet levantou as sobrancelhas surpresa. “Bem, incluir um amigo dela irá reforçar o que eu tenho dito, que eu não vim aqui porque eu tenho sede de poder e armei para roubar o que era de Afrodite ou nada idiota como isso. Eu só quero fazer a coisa certa. Eu não queria começar algum tipo de guerra boba. Se um dos amigos dela estiver no meu Conselho, então o resto deles podem entender que não é sobre mim passando por cima dela – é sobre algo mais importante que isso.”
Neferet considerou pelo que pareceu ser uma eternidade. Finalmente ela disse, “você sabe que até os amigos dela a abandonaram.”
“Eu percebi isso hoje no salão de jantar.”
“Então qual é a razão de colocar um ex-amigo dela no Conselho?”
“Não estou convencida que eles sejam seus ex-amigos. Pessoas agem de forma diferente privadamente do que em público.”
“De novo, concordo com você. Eu já fiz o anuncio para a equipe que no domingo as Filhas e Filhos Negros irão fazer um Ritual da Lua Cheia e uma reunião especial. Eu espero que a maior parte dos antigos membros participe – por nenhuma outra razão que a curiosidade sobre os seus poderes.”
Eu engoli em seco e acenei. Eu já estava muito ciente que eu era a atração principal do circo de aberrações.
“Domingo é a hora certa para você contar as Filhas Negras sobre sua nova visão. Anunciar que tem uma vaga sobrando para o Conselho, e que deve ser preenchida por um sextanista. Você e eu vamos olhar as inscrições e decidir quem se encaixa melhor.”
Eu franzi. “Mas não quero que seja apenas nossa escolha. Eu quero que a equipe de professores vote, assim como os estudantes.”
“Eles vão,” ela disse suavemente. “Então vamos decidir.”
Eu queria dizer mais, mas seus olhos verdes ficaram frios; eu não tenho vergonha de admitir que ela me assusta. Então ao invés de discutir com ela (que era totalmente impossível) eu tomei um caminho diferente (como vovó diria).
“Eu também quero que as Filhas Negras se envolvam com caridade para a comunidade.”
Dessa vez as sobrancelhas de Neferet desapareceram completamente atrás de seu cabelo. “Você diz comunidade como em comunidade humana?”
“Sim.“
“Você acha que eles vão gostar da sua ajuda? Eles nos evitam. Eles nos detestam. Eles tem medo de nós.”
“Talvez seja porque eles não nos conhecem,” eu disse. “Talvez se agirmos mais como parte de Tulsa, sejamos tratados como parte de Tulsa.”
“Você leu sobre o a sociedade negra de Greenwood em 1920? Aqueles afro-americanos humanos eram parte de Tulsa, e Tulsa os destruiu.”
“Não é mais 1920,” eu disse. Era difícil olhar nos olhos dela, mas eu sabia, interiormente, que eu ia fazer a coisa certa. “Neferet, minha intuição está me dizendo que isso é algo que eu devo fazer.”
Eu vi a expressão dela se suavizar. “E eu te disse para seguir sua intuição, não foi?”
Eu acenei.
“Que caridade você vai escolher se envolver – desde que eles realmente permitam que você se envolva?”
“Oh, eu acho que eles vão nos deixar ajudar eles. Eu decidi contatar os Gatos de Rua – a caridade que resgata gatos.”
Neferet jogou para trás sua cabeça e riu.
Última edição por Beatriz em 26/06/12, 07:18 pm, editado 1 vez(es)
Beatriz- Filhos de Erebus
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Re: Traída - P.C. Cast e Kristin Cast online
8° Capítulo
- Spoiler:
- OITO
Eu já tinha saído do salão de jantar e estava indo para o dormitório quando eu percebi que não tinha dito para Neferet sobre os fantasmas, mas de jeito nenhum eu iria voltar lá para cima e começar o assunto. A conversa que eu já tive com Neferet me deixou completamente exausta, e apesar do lindo salão de jantar com uma linda vista e cristais e guardanapos de pano, eu estava ansiosa para sair dali. Eu queria voltar para o dormitório e contar a Stevie Rae sobre o que aconteceu com Loren e então fazer nada a não ser vegetar e assistir reprises ruins na TV e tentar esquecer (pelo menos por uma noite) que eu tinha um terrível sentimento sobre o desaparecimento de Chris e que agora eu era muito Importante no comando do grupo estudantil mais importante da escola. Tanto faz. Eu só quero ser eu por um tempo. Como eu disse a Neferet, Chris provavelmente já estava a salvo em casa. E tinha muito tempo para todo o resto. Eu suponho que também tenha que trabalhar no Ritual da Lua Cheia... meu primeiro circulo público e um ritual formal. Meu estômago começou a doer. Eu ignorei.
Eu estava na metade do caminho para o dormitório quando lembrei que também tinha uma redação para entregar segunda para a aula de sociologia. Claro, Neferet tinha me liberado da maior parte dos trabalhos dos terceiranistas para que eu pudesse me focar em ler o livro de sociologia mais avançado, mas eu estava tentando muito ser “normal” (O que quer que fosse isso – olá – sou uma adolescente e uma vampira caloura. Como tudo isso pode ser normal?), o que significava que eu me certificava de entregar os trabalhos quando o resto da aula entregava. Então voltei correndo para meu escritório na sala de aula, onde estava meu armário e todos os meus livros. Também era a sala de Neferet, mas eu acabei de deixar ela tomando vinho com vários outros professores no andar de cima. Para variar eu não tinha preocupações sobre ouvir algo horrível.
Como sempre, a porta não estava trancada. Porque ter fechaduras quando você tem a intuição de um vampiro para assustar os abelhudos ao invés disso? A sala estava escura, mas não importava. Eu só fui Marcada a um mês, mas eu já via tão bem com ou sem as luzes. Na verdade, melhor. Luzes muito intensas machucavam meus olhos – luz do sol era quase insuportável.
Eu hesitei enquanto abria meu armário, percebendo que não via o sol a quase um mês. Eu nem pensei sobre isso até agora. Huh. Estranho.
Eu estava considerando as bizarrices da minha vida nova quando notei um pedaço de papel que tinha sido enfiado dentro do meu armário. Ele caiu com a leve brisa que eu criei quando abri minha porta. Minha mão o segurou, e senti uma onda de choque quando percebi o que era.
Poesia.
Ou, mais precisamente, um poema. Era curto e a escrita era muito atraente. Eu li e reli, registrando o que era aquilo. Haiku.
Antiga Rainha desperta
Uma crisálida ainda não formada
Suas asas vão se desdobrar?
Eu deixei meus dedos acariciarem as palavras. Eu sabia quem as tinha escrito. Só havia uma resposta lógica. Meu coração se apertou quando sussurrei o nome dele, “Loren...”
“É serio Stevie Rae. Se eu te contar, você tem que jurar que não vai dizer nada a ninguém. E quando digo ninguém, me refiro especialmente a Damien e as Gêmeas.”
“Dang, Zoey, você pode confiar em mim. Eu disse que juro. O que você quer que eu faça, abra uma veia?”
Eu não disse nada.
“Zoey, você pode realmente confiar em mim. Prometo.”
Eu estudei o rosto da minha melhor amiga. Eu precisava conversar com alguém – alguém que não é um vampiro. Eu procurei dentro de mim, no núcleo do que Neferet chamava de intuição. Eu me senti certa e confiante em relação a Stevie Rae. Eu me sentia segura.
“Desculpe. Eu sei que posso confiar em você. É só que... eu não sei.” Eu balancei a cabeça, frustrada com minha própria confusão. “Ok, coisas estranhas aconteceram hoje.”
“Você quer dizer mais do que a estranheza original que acontece por aqui?”
“Yeah. Loren Blake foi para a biblioteca hoje enquanto eu estava lá. Ele foi a primeira pessoa com quem eu falei sobre minha idéia de Conselho de Prefeitos para as Filhas Negras.”
“Loren Blake? Como o vampiro mais lindo que a gente já viu? É melhor eu sentar.” Stevie Rae caiu na cama.
“É o que eu quero dizer.”
“Eu não acredito que você não disse nada sobre isso até agora. Você deve estar morrendo.”
“Bem, isso não é tudo. Ele... uh... me tocou. E mais de uma vez. Ok, na verdade eu vi ele mais uma vez hoje. Sozinho. E eu acho que ele me escreveu um poema.”
“O que!”
“Yeah, a principio foi perfeitamente inocente e eu não estava imaginando nada demais. Na biblioteca só conversamos sobre as idéias que eu tive sobre as Filhas Negras. Eu não achei que significasse algo. Mas, bem, ele tocou minha Marca.”
“Qual?” Stevie Rae perguntou. Os olhos dela eram enormes e redondos e ela parecia chocada como se fosse explodir.
“A do meu rosto. Naquela vez.”
“Como assim naquela vez!”
“Bem, depois que eu terminei de acariciar Persephone eu não estava com pressa para voltar para o dormitório. Então fui dar uma volta perto do muro oeste. Loren estava lá.”
“Ohmeumaravilhosodeus. O que aconteceu?”
“Eu acho que a gente flertou.”
“Você acha!”
“Estávamos rindo e sorrindo um para o outro.”
“Parece como flerte para mim. Deus, ele é totalmente lindo.”
“Nem me fale. Quando ele sorri eu mal consigo respirar. E olha isso – ele recitou um poema para mim,” eu disse. “Foi um poema que um homem escreveu sobre sua amante nua por baixo do luar.”
“Você tem que estar brincado!” Stevie Rae começou a se arejar com a mão. “Vai logo a parte interessante.”
Eu respirei fundo. “Foi muito confuso. Tudo estava indo muito bem. Como eu disse, estávamos rindo e conversando. Então ele disse que estava ali sozinho porque é assim que ele se inspira para escrever haiku –”
“O que é insanamente romântico!”
Eu acenei e continuei. “Eu sei. De qualquer forma, eu disse a ele que eu não queria atrapalhar a inspiração e incomodar ele, e ele disse que outra coisa que o inspirava que só a noite. E ele me pediu para ser a inspiração dele.”
“mulher merda.”
“Exatamente o que eu pensei.”
“Naturalmente você disse que ficaria feliz em inspirar ele.”
“Naturalmente,” eu disse.
“E...” Stevie Rae ficou prontamente ansiosa.
“E ele pediu para ver minha Marca. A dos meus ombros e costas.”
“Ele não pediu.”
“Ele pediu.”
“Cara, eu teria tirado minha camiseta mais rápido do que você pudesse dizer Bubba ama caminhões!”
Eu ri. “Bem, eu não tirei minha camiseta, mas deslizei minha jaqueta para baixo. Na verdade, ele me ajudou.”
“Você está me dizendo que Loren Blake, Vampiro Poeta Laureate e o homem mais gostoso, te ajudou a tirar sua jaqueta como um cavalheiro?”
“Yeah. Bem assim.” Eu demonstrei colocando minha jaqueta até os cotovelos. “E então eu não sei exatamente o que deu em mim, mas de repente eu não estava nervosa e agindo feito idiota. “Eu tirei um lado da minha camiseta para ele. Assim.” Eu coloquei minha camiseta para baixo, expondo minhas costas e ombro e uma boa parte do meu seio (aliviada de novo por estar usando um bom sutiã). “Foi quando ele me tocou. De novo.”
“Onde?”
“Ele tracejou a minha Marca nas minhas costas e ombro. Ele disse que eu parecia como uma antiga rainha vampira e recitou um poema para mim.”
“mulher merda,” Stevie Rae disse de novo.
Eu cai na cama a olhando e suspirando, colocando de volta minha camiseta. “Yeah, foi incrível por um tempo. Eu tinha certeza que estávamos conectados. Realmente conectados. Eu acho que a gente quase se beijou. Na verdade, eu sei que ele queria também. E então, do nada, ele mudou. Ele ficou todo educado e formal e me agradeceu por mostrar minha Marca e então eu me afastei.”
“Bem, isso não é grande surpresa.”
“Com certeza foi para mim. Quero dizer, num segundo ele estava me olhando diretamente nos olhos e enviando enormes sinais que ele me queria e no outro – nada.”
“Zoey, você ainda é uma estudante. Ele é um professor. Essa é uma escola de vampiros e um mundo diferente de uma escola normal, mas algumas coisas não mudam. Professores são fora de limites para alunos.”
Eu mordi o lábio. “Ele só é um professor por meio turno.”
Stevie Rae virou os olhos. “Como se isso importasse.”
“Não foi só isso que aconteceu. Eu acabei de encontrar esse poema no meu armário.” Eu entreguei a ela o pedaço de papel com o haiku nele.
Stevie Rae sugou o ar. “Ohminhadeusa. Isso é tão romântico que eu podia morrer. Como? Como ele tocou a Marca em suas costas?”
“Jesseh, como você acha? Com seus dedos. Ele tracejou as linhas.” Eu juro que ainda podia sentir o calor daquele toque.
“Ele recitou um poema de amor para você, tocou sua Marca, e então escreveu outro poema para você...” Ela suspirou sonhadora. “É como se vocês fossem Romeu e Julieta com todo esse negócio de amor proibido.” Enquanto se abanava dramaticamente ela parou e sentou direito. “Ah oh, e quanto a Erik?”
“Como assim, o que tem o Erik?”
“Ele é seu namorado, Zoey.”
“Não oficialmente,” eu disse timidamente.
“Bem, droga, o que o garoto tem que fazer para tornar “oficial”? Se ajoelhar? Ficou bem óbvio nesse mês que vocês estão saindo.”
“Eu sei,” eu disse miseravelmente.
“Então você gosta mais do Loren do que do Erik?”
“Não! Sim. Oh, diabos, eu não sei. É como se Loren fosse um mundo diferente. E não é como se ele e eu realmente possamos sair, ou algo assim.” Mas eu não tinha certeza sobre o algo assim. Loren e eu poderíamos nos ver secretamente? Eu queria?
Como se pudesse ler meus pensamentos Stevie Rae disse, “Você poderia ver Loren escondida.”
“Isso é ridículo. Ele provavelmente nem se sente assim sobre mim.” Mas mesmo quando disse as palavras eu lembrei do calor do corpo dele e o desejo em seus olhos escuros.
“E se ele se sentir, Z?” Stevie Rae me estudou cuidadosamente. “Você sabe, você é diferente do resto de nós. Ninguém foi Marcado como você antes. Ninguém teve uma afinidade pelos cinco elementos. Talvez as mesmas regras não se apliquem a você.”
Meu estomago se apertou. Desde que eu cheguei na House of Night eu estive lutando para me encaixar. E eu realmente queria fazer desse lugar meu novo lar – e ter amigos que eu considerasse uma família. Eu não queria ser diferente e não queria jogar por regras diferentes. Eu balancei a cabeça e falei através dos dentes cerrados, “Eu não quero ser assim, Stevie Rae. Eu só quero ser normal.”
“Eu sei,” Stevie Rae disse suavemente. “Mas você é diferente. Todos sabem disso. Além do mais, você não quer que Loren goste de você?”
Eu suspirei. “Eu não estou certa do que eu quero, a não ser que eu não quero que ninguém descubra sobre Loren e eu.”
“Meus lábios estão fechados.” Stevie Rae disse, com seu pequeno sotaque Okie, enquanto imitava fechar seus lábios e jogar a chave fora por cima dos ombros. “Ninguém vai conseguir uma palavra de mim,” ela murmurou através dos lábios meio fechados.
“Diabos! Isso me lembra, Afrodite viu Loren me tocar.”
“Aquela bruxa te seguiu até o muro!” Stevie Rae disse.
“Não, não, não. Ninguém me viu lá. Afrodite entrou no Media Center quando ele estava tocando meu rosto.”
“Ah, merda.”
“Ah, merda, está certo. E tem mais. Lembra quando perdi a aula de espanhol porque eu queria falar com Neferet? Eu não falei com ela. Eu fui até a sala dela e a porta estava entre aberta, então eu pude escutar o que estava acontecendo lá dentro. Afrodite estava lá.”
“Aquela vadia estava dedurando você!”
“Não tenho certeza. Só ouvi um pouco do que estavam dizendo.”
“Aposto que você ficou apavorada quando Neferet foi falar com você no salão de jantar para que fosse comer com ela.”
“Totalmente,” eu concordei.
“Não é de se admirar que você estivesse parecendo tão enjoada. Jeesh, tudo faz sentido agora.” Então os olhos dela ficaram maiores. “Afrodite te pôs em problemas com Neferet?”
“Não. Quando Neferet falou comigo hoje a noite ela disse que as visões de Afrodite eram falsas porque Nyx retirou o dom dela. Então o que quer que Afrodite tenha contado a ela, Neferet não acreditou.”
“Ótimo.” Stevie Rae parecia querer quebrar Afrodite ao meio.
“Não, não é bom. A reação de Neferet foi dura. Ela fez Afrodite chorar. Sério, Stevie Rae, Afrodite ficou destruída pelo que Neferet disse a ela. Além do mais, Neferet não parecia como si.”
“Zoey, eu não acredito que vamos fazer isso de novo. Você tem que parar de sentir pena de Afrodite.”
“Stevie Rae, você não está entendendo. Isso não é sobre Afrodite, é sobre Neferet. Ela foi cruel. Mesmo que Afrodite estivesse me dedurando e exagerando no que viu, a resposta de Neferet foi errada. E estou com um mal pressentimento em relação a isso.”
“Você está com um mal pressentimento sobre Neferet?”
“Sim... não... eu não sei. Apenas não é Neferet. É como uma coisa misturada – tudo vindo ao mesmo tempo. Chris... Loren... Afrodite... Neferet... alguma coisa está errada, Stevie Rae.”
Ela parecia confusa, e eu percebi que precisava de uma analogia Okie para ela entender. “Sabe como é logo antes de um tornado chegar? Quero dizer, o céu está limpo, mas o vento começa a se acalmar e mudar de direção. Você sabe que algo está vindo, mas nem sempre sabe o que. É assim que me sinto agora.”
“Como se uma tempestade estivesse vindo?”
“Sim. Uma enorme.”
“Então você quer que eu...?”
“Me ajude a cuidar da tempestade.”
“Eu posso fazer isso.”
“Obrigado.”
“Mas primeiro podemos ver filmes? Damien acabou de encomendar Moulin Rouge da Netflix. Ele está trazendo, e as Gêmeas conseguiram por as mãos em batatinhas que não são livres de gordura.” Ela olhou para seu relógio do Elvis. “Eles provavelmente estão lá embiaxo agora e irritados porque tem que esperar por nós.”
Eu amo o fato que eu pude descarregar o que parecia como um terremoto com Stevie Rae e em um segundo ela podia ser toda “ohminhadeusa” e no outro falar sobre algo tão simples como batatas e filmes. Ela me fazia sentir normal e adulta e como se tudo não fosse incrivelmente frustrante. Eu sorri para ela. “Moulin Rouge? Não é o que tem McGregor nele?”
“Definitivamente. Eu espero que possamos ver a bunda dele.”
“Você me convenceu. Vamos. E lembre-se –”
“Jeesh! Eu sei eu sei. Não diga nada sobre nada disso.” Ela parou e juntou as sobrancelhas. “Então me deixe dizer mais uma vez. Loren Blake está afim de você!”
“Terminou?”
“Yeah.” Ela riu travessamente.
“Eu espero que alguém tenha me trazido coca.”
“Sabe, Z, você é estranha sobre coca.”
“Tanto faz, Senhorita Lucky Charms*,” eu disse, a empurrando pela porta.
“Hey, Lucky Charms são bons para você.”
(*sucrilhos)
“Verdade? Então, me diga, o que são marshmallows – uma fruta ou um vegetal?”
“Ambos. Eles são únicos – como eu.”
Eu estava rindo da boba Stevie Rae e me sentindo melhor do que eu tinha me sentido o dia toda quando descemos as escadas e fomos para a sala do dormitório. As Gêmeas e Damien tinham sentado em uma grande TV de tela plana, e eles acenaram para nós. Eu vi que Stevie Rae estava certa, eles estavam com Doritos e os afundando em molho de cebola (parece nojento, mas é bem gostoso). Meu bom pressentimento ficou ainda melhor quando Damien me deu um enorme copo de coca.
“Vocês demoraram,” ele disse, dando espaço para podermos sentar ao lado dele no sofá. As Gêmeas, naturalmente, estavam sentadas em duas cadeiras idênticas que colocaram perto do sofá.
“Desculpe,” Stevie Rae disse, e então acrescentou com um sorriso para Erin, “Eu tive um movimento do estômago.”
“Excelente uso das descrições apropriadas, Stevie Rae,” Erin disse, parecendo satisfeita.
“Ugh, coloque o filme,” Damien disse.
“Espera, eu tenho o controle,” Erin disse.
“Espere!” Eu peguei dela antes dela apertar play. O volume estava no mudo, mas eu podia ver que a Chera Kimiko do canal Fox 23. O rosto dela parecia triste e sério enquanto ela falava diretamente para a câmera. Embaixo da tela corria a as palavras “corpo de adolescente encontrado.” “Aumente o volume.” Shaunee tirou a TV do mudo.
“Repetindo nossa estória principal dessa manhã: o corpo do jogador de futebol da Union, Chris Ford, foi descoberto por dois caiaquistas na tarde de sexta. O corpo esbarrou nas rochas e nos bancos de areia usadas na barragem da área da Rua Vinte e Um no Rio de Arkansas para criar a nova correnteza para recreação. Fontes nos informaram que o adolescente morreu devido a perda de sangue associado com múltiplas lacerações, e que ele pode ter sido espancado por um grande animal. Vamos ter mais informações depois que o exame do legista for liberado.”
Meu estômago, que finalmente tinha começado a se acalmar, se apertou. Eu senti meu corpo ficar frio. Mas a má noticia não acabou. Os lindos olhos marrons de Chera olharam seriamente para a câmera enquanto ela continuou.
“No salto desse trágico evento noticias reportam que outro jogador da Union está desaparecido.” A tela mostrou a foto de um cara fofo da Union usando o tradicional uniforme vermelho e branco. “Brad Higeons foi visto pela última vez depois da escola na sexta na Starbucks na Utica Square onde ele estava postando fotos de Chris. Brad não apenas era colega de Chris, ele também era seu primo.”
“Ohminhadeusa! O time de futebol da Union está caindo feito mosca,” Stevie Rae disse. Ela olhou para mim e vi os olhos dela se alargarem. “Zoey, você está bem? Você não parece muito bem.”
“Eu também o conhecia.”
“Isso é estranho,” Damien disse.
“Os dois sempre festejavam juntos. Todos os conheciam porque eles eram primos, embora Chris seja negro e Brad branco.”
“Faz perfeito sentido para mim,” Shaunee disse.
“Pra mim também, Gêmea,” Erin disse.
Eu mal podia ouvir eles pelo zumbido em meus ouvidos. “Eu... eu preciso ir dar uma volta.”
“Eu vou com você,” Stevie Rae disse.
“Não, você fica aqui e assiste o filme. Eu só – eu só preciso de ar.”
“Tem certeza?”
“Absoluta. Eu não demoro. Eu volto em tempo de ver a bunda de Ewan.” Embora eu quase pudesse sentir o olhar preocupado que Stevie Rae estava me dando (e ouvir as Gêmeas discutirem com Damien se eles realmente iriam ver a bunda de Ewan), eu sai apressada do dormitório para a fria noite de novembro.
Cegamente, me afastei do prédio principal da escola, instintivamente indo para a direção oposta de onde pudesse me encontrar com pessoas. Eu me forcei a continuar me mexendo e respirando. O que diabos tem de errado comigo? Meu peito está apertado e meu estômago está tão enjoado que eu tive que engolir com força para não vomitar. O zumbido nos meus ouvidos parecem ter melhorado, mas não houve alivio da ansiedade que tinha se apoderado de mim como um pacote. Tudo dentro de mim gritava, algo não está certo!
Algo não está certo! Algo não está certo!
Enquanto andei gradualmente notei que a noite, que estava limpa, com um céu cheio de estrelas ajudando a quase lua cheia a iluminar a grossa escuridão, de repente se encheu de nuvens. A suave brisa legal tinha virado fria, fazendo as folhas secas tremerem ao meu redor, misturando o cheiro de terra e vento com a escuridão... de alguma forma isso me acalmou e o tumulto de pensamentos desconexos e a ansiedade diminuíram o suficiente para mim poder pensar.
Eu fui para os estábulos. Lenobia disse que eu podia escovar Persephone quando eu precisasse pensar e ficar sozinha. Eu definitivamente preciso disso, e ter uma direção para ir – e um destino – era uma pequena coisa boa no meio do caos interno.
Os estábulos eram logo a frente, estendendo-se em forma grande e baixa, e minha respiração começou a vir mais fácil quando eu ouvi o som. A principio eu não soube o que era. Era muito abafado – muito estranho. Então achei que pudesse ser Nala. Era bem dela me seguir e reclamar para mim em sua estranha voz de velhinha, até que eu parasse e a pegasse. Eu olhei ao redor e chamei “gatinha-gatinha” suavemente.
O som ficou mais distinto, mas eu percebi que não era um gato. Um movimento perto do celeiro pegou meus olhos, e eu vi uma forma que estava sentada no banco perto da porta da frente. Só havia uma luz ali, e era do lado da porta. O banco era logo ali fora na ponta do alcance da luz amarela.
Eu me movi de novo, e notei que a forma deveria ser uma pessoa... ou um calouro... ou um vampiro. Estava sentada, mais meio arqueada, quase dobrada em si. O som começou de novo. Quanto cheguei mais perto pude ver que era um estranho choro – como se alguém estivesse sentado ali com dor.
Naturalmente, eu quis correr para a direção oposta, mas eu não podia. Não seria certo. Além do mais, eu senti – o conhecimento interior que me disse que não podia ir embora. Que o que quer que estivesse acontecendo no banco era algo que eu tinha que encarar.
Eu respirei fundo e me aproximei do banco.
“Uh, você está bem?”
“Não!” A palavra era um assustador e explosivo som sussurrado.
“Posso – posso te ajudar?” Eu perguntei, tentando ver nas sombras quem era que estava sentada ali. Eu pensei ver um cabelo colorido claro, e talvez algumas mãos cobrindo o rosto...
“A água! A água é tão fria e profunda. Não consigo sair... não consigo sair.”
Ela tirou as mãos do rosto e então olhou para mim, mas eu já sabia quem ela era. Eu reconheci sua voz. E eu também reconhecia o que estava acontecendo com ela. Eu me forcei a me aproximar com calma. Ela me encarou. O rosto dela estava coberto de lágrimas.
“Anda, Afrodite. Você está tendo uma visão. Precisamos ir ver Neferet.”
“Não!” Ela disse. “Não! Não me leve a ela. Ela não vai me ouvir. Ela – ela não acredita mais em mim.”
Eu lembrei o que Neferet disse mais cedo sobre Nyx ter retirado os dons de Afrodite. Porque eu deveria me meter com ela? Quem sabia o que estava acontecendo com Afrodite? Ela provavelmente estava fazendo algum patético plano para chamar atenção, e eu não tinha tempo para essa merda.
“Ótimo. Vamos dizer que eu também não acredito em você,” eu disse a ela. “Fique aqui e tenha suas visões ou o que for. Eu tenho outras coisas para me preocupar.” Eu virei para ir ao estábulo, e as mãos dela se contorceram, e ela agarrou meu pulso.
“Você tem que ficar!” Ela disse através dos dentes cerrados. Obviamente, ela estava tendo dificuldades para falar. “Você tem que ouvir a visão!”
“Não, eu não tenho.” Eu tirei os dedos dela do meu pulso. “O que quer que esteja acontecendo, é sobre você – não eu. Lide você com isso.” Dessa vez quando virei me afastei mais rapidamente.
Mas não rápida o bastante. As próximas palavras dela pareceram me cortar ao meio.
“Você tem que me ouvir. Senão sua avó vai morrer.”
- Spoiler:
- NOVE
“Do que diabos você está falando!” Eu gritei para ela.
Ela estava arfando em estranhas pequenas respirações ofegantes, e os olhos dela estavam começando a tremer. Mesmo na escuridão eu podia ver o branco deles começarem a aparecer. Eu agarrei os ombros dela e a chacoalhei.
“É o que eu vejo!”
Claramente tentando se controlar ela acenou com um pequeno sacudido. “Eu vou,” ela disse. “Apenas fique comigo.”
Eu sentei ao lado dela no banco e deixei ela agarrar minha mão, sem me importar que ela estava me apertando com tanta força que eu achei que ela fosse quebrar algo – sem me importar que ela fosse minha inimiga e alguém que eu nunca iria confiar – sem me importar com nada a não ser o fato de que vovó pudesse estar em perigo.
“Eu não vou a lugar nenhum,” eu disse assustada. Então lembrei como Neferet tinha estimulado ela. “Me diga o que você vê, Afrodite.”
“Água! É horrível... tão marrom e gelada. É tudo uma confusão... não posso – não posso abrir as portas de Saturno...”
Eu senti um terrível choque. Vovó tinha um Saturno! Ela o comprou porque era um dos carros ultra seguros que deveriam sobreviver a tudo.
“Mas onde está o carro, Afrodite? Em que água ele está?”
“Rio Arkansas,” ela disse. “A ponte – vai cair.”
Afrodite chorou, soando aterrorizada. “Eu vi o cara na minha frente cair e bater na barca. Está em chamas! Aqueles garotinhos... os que estavam tentando fazer motoristas de caminhões buzinarem quando passavam... eles estavam no carro.”
Eu engoli com força. “Ok, qual ponto? Quando?”
O corpo todo de Afrodite ficou tenso. “Eu não consigo sair! Eu não consigo sair! A água, é...” Ela fez um horrível barulho, que eu juro parecia como se ela estivesse se afogando, e então ela desmoronou no banco, a mão dela ficando mole na minha.
“Afrodite!” Eu chacoalhei ela. “Você tem que acordar. Você tem que me contar o que viu!”
Devagar, os olhos dela se mexeram. Dessa vez eu não vi o branco dos olhos dela, e quando ela os abriu eles pareciam normais. Afrodite bruscamente soltou minha mão e tremendo tirou seu cabelo do rosto. Eu notei que estava úmido, e que ela estava coberta de suor. Ela piscou mais algumas vezes antes de encontrar meus olhos. O olhar dela era firme, mas não podia ouvir nada a não ser exaustão na sua expressão ou em sua voz.
“Ótimo, você ficou,” ela disse.
“Me conte o que você viu. O que aconteceu com minha avó?”
“A ponte que o carro dela estava caiu e ela caiu no rio e se afogou,” ela disse firmemente.
“Não. Não, isso não vai acontecer. Me diga que ponte. Quando. Como. Eu vou impedir.”
Os lábios de Afrodite se ergueram na sombra de um sorriso. “Oh, quer dizer que você de repente acredita nas minhas visões?”
Medo por vovó era como uma dor que cozinhava dentro de mim. Eu agarrei o braço dela e levantei, a levantando comigo. “Vamos.”
Ela tentou se soltar, mas estava fraca, e eu a segurei facilmente. “Onde?”
“Para Neferet, é claro. Ela vai resolver essa merda, e você vai falar com ela.”
“Não!” Ela quase gritou. “Eu não vou deixar. Eu juro que não. Não importa o que, eu vou dizer que não lembro nada a não ser água e a ponte.”
“Neferet vai arrancar isso de você.”
“Não ela não vai! Ela vai ser capaz de te dizer que estou mentindo, que estou escondendo algo, mas ela não será capaz de dizer o que. Se você me levar até ela, sua avó morre.”
Eu me senti tão enjoada que comecei a tremer. “O que você quer, Afrodite? Você quer ser líder das Filhas Negras de novo? Ótimo. Pegue de volta. Só me conte sobre a vovó.”
Um olhar de pura dor passou no rosto pálido de Afrodite. “Você não pode me devolver, só Neferet pode.”
“Então o que você quer?”
“Eu só quero que você me escute para que saiba que Nyx não me abandonou. Eu quero que você acredite que minhas visões ainda são reais.” Ela encarou meus olhos. A voz dela era devagar e cansada. “E eu quero que você me deva. Algum dia você será uma poderosa Alta Sacerdotisa, mais poderosa até que Neferet. Algum dia eu posso precisar de proteção, e é quando você me dever vai ser útil.”
Eu queria dizer que não havia jeito de eu proteger ela de Neferet. Agora não – talvez nunca. E eu não iria querer. Afrodite estava acabada, e eu já testemunhei o quão egoísta e odiosa ela poderia ser. Eu não queria dever a ela; eu não queria nada a ver com ela.
E eu também não tinha escolha.
“Ótimo. Eu não vou te levar para Neferet. Agora o que você viu?”
“Primeiro me de sua palavra que você irá me dever. E lembre-se, essa não é uma promessa humana vazia. Quando vampiros dão sua palavra – sejam calouros ou adultos – é uma obrigação.”
“Se você me disser como salvar minha avó eu te dou minha palavra que irei te dever um favor.”
“Da minha escolha,” ela disse com malicia.
“Yeah, tanto faz.”
“Você tem que dizer o juramento completo.”
“Se você me disser como salvar minha avó eu te dou minha palavra que irei te dever um favor da sua escolha.”
“Então está dito; então será feito,” ela sussurrou. A voz dela mandou calafrios para as minhas costas, que eu ignorei.
“Me conte.”
“Eu tenho que sentar primeiro,” ela disse. De repente, tremendo de novo, ela caiu no banco.
Eu sentei ao lado dela e esperei impacientemente enquanto ela se ajeitava. Quando ela começou a falar eu senti como se a onda de horror do que ela estava vendo passasse por mim, e eu sabia dentro da minha alma que ela estava me dizendo a versão verdadeira. Se Nyx estava irritada com Afrodite, a deusa não estava mostrando isso hoje a noite.
“Esta tarde sua avó irá estar em Muskogee Turnpike vindo para Tulsa.” Ela parou e balançou a cabeça para o lado, como se estivesse ouvindo o vento ou algo assim. “Seu aniversário é mês que vem. Ela vai para a cidade comprar seus presente.”
Eu senti uma onda de surpresa. Afrodite estava certa. Meu aniversario é em dezembro – eu tinha um horrível aniversário no dia 24 de dezembro, então eu nunca realmente o celebrei. Todos sempre queriam que eu o juntasse com o natal. Mesmo ano passado, quando estava fazendo 16 anos e deveria ter tido uma enorme festa legal, eu não fiz nada especial. Era realmente chato... eu me balancei. Agora não era a hora de me prender as minhas reclamações de aniversário.
“Ok, então ela está vindo para a cidade esta tarde, e o que acontece?”
Afrodite estreitou os olhos, como se tivesse tentando ver além da escuridão. “É estranho. Eu normalmente posso dizer porque esses acidentes acontecem – como um avião que não funciona ou algo assim, mas dessa vez eu estava tão ligada em sua avó, que não tenho certeza porque a ponte quebra.” Ela olhou para mim. “Pode ser porque é a primeira visão que eu tive quando alguém que eu reconheço morre. Me desligou.”
“Ela não vai morrer,” eu disse firmemente.
“Então ela não pode estar naquela ponte. Eu lembrei do relógio no painel do carro ele dizia que era 15:15, então tenho certeza que acontece a tarde.”
Automaticamente olhei para meu relógio, eram 6:10. Vai amanhecer em menos de uma hora (e eu deveria estar indo para cama), o que significa que vovó pode estar acordando. Eu conhecia o horário dela. Ela acordava perto do amanhecer e ia dar uma caminhada com a suave luz do sol. Então ela voltava para sua aconchegante cabana e comia um leve café da manhã antes de começar o que quer que fosse que precisasse de trabalho na fazenda de lavanda. Eu ligaria para ela e me certificaria que ela ficasse em casa, então ela nem iria se arriscar dirigindo hoje. Ela estaria segura; eu me certificaria disso. Então outro pensamento passou pela minha mente. Eu olhei para Afrodite.
“O que acontece com as outras pessoas? Eu lembro que você disse algo sobre alguns garotos em um carro na sua frente, e o carro bate e pega fogo.”
“Yeah.”
Eu franzi a testa para ela, “Yeah, o que?”
“Yeah, eu estava observando do ponto de vista da sua avó e vi um bando de outros carros caírem ao meu redor. Aconteceu rápido, então não sei dizer quantos eram.”
Ela não disse mais nada, e eu balancei a cabeça enojada. “E quanto a salvar eles? Você disse que garotinhos morrem!”
Afrodite deu nos ombros. “Eu te disse minha visão foi confusa. Eu não consegui ver exatamente onde estava, e a única razão que eu sabia quando é, é porque eu vi a data na colisão da sua avó.”
“Então você vai deixar o resto das pessoas morrer?”
“Porque você se importa? Sua avó vai ficar bem.”
“Você me enoja, Afrodite. Você se importa com algo a não ser você mesma?”
“Tanto faz, Zoey. Como se você fosse tão perfeita? Eu não ouvi você se importar com mais ninguém a não ser sua avó.”
“É claro que fiquei mais preocupada com ela! Eu a amo! Mas eu também não quero que mais ninguém morra. E ninguém vai se eu puder impedir. Então, você precisa descobrir um jeito de me dizer de que ponte estamos falando.”
“Eu já te disse – fica em Muskogee Turnpike. Eu não sei dizer qual.”
“Pense mais! O que mais você vê?”
Ela suspirou e fechou os olhos. Eu vi o rosto dela enquanto suas sobrancelhas se enrugavam e ela pareceu se contrair. Com seus olhos ainda fechados ela disse, “Espere, não. Não é em Turnpike. Eu vi uma placa. É a ponte da I-40 por cima do Rio Arkansas – a que fica logo na curva de Turnpike perto da Webber Falls.” Então ela abriu os olhos. “Você sabe quando e onde. Não posso te dizer muito mais. Eu acho que algum tipo de barco, tipo uma barca, bate na ponte, mas é tudo o que eu sei. Eu não vi nada para identificar a barca. Então, o que você vai fazer para impedir?”
“Eu não sei, mas eu vou,” eu murmurei.
“Bem, enquanto você pensa sobre como salvar o mundo, eu vou voltar para o dormitório e fazer as unhas. Unhas estragadas é algo que eu considero trágico.”
“Sabe, ter pais horríveis não é exatamente uma desculpa para não ter coração,” eu disse. Ela se virou e eu a vi parar. As costas dele ficaram realmente arrumadas e quando ela olhou por cima dos ombros para mim eu pude ver que os olhos dela se estreitaram de raiva.
“O que você saberia sobre isso?”
“Sobre seus pais? Não muito a não ser que eles são controladores e que sua mãe é um pesadelo. Sobre pais problemáticos em total? Muito. Eu vivo com problemas sobre pais chatos desde que minha mãe casou novamente três anos atrás. É uma merda, mas não é uma desculpa para ser uma vaca.”
“Tente 18 anos de muito mais do que só “problemas sobre pais chatos” e talvez você comece a entender algo sobre isso. Até lá, você não sabe nada.” Então, como a velha Afrodite que eu conhecia e não podia confiar, ela virou o cabelo e se afastou, e balançando seu traseiro pequeno como se eu me importasse.
“Problemas. Essa garota tem grandes problemas.” Eu sentei no banco e comecei a remexer na minha bolsa procurando o celular, feliz por o carregar comigo embora fosse forçada a manter ele no silêncioso, sem nem poder vibrar. A razão podia ser resumida em uma palavra – Heath. Ele era meu humano quase ex-namorado, e desde que ele e minha definitivamente ex-melhor amiga, Kayla, tentaram me “resgatar” (que foi o que eles falaram – idiotas) da House of Night, Heath passou dos limites com o nível da sua obsessão por mim. É claro, não era realmente culpa dele. Fui eu que experimentei o sangue dele e comecei todo o negócio do Imprint com ele, mas ainda sim. De qualquer forma, mesmo que as mensagens dele tenham diminuído para um zilhão (ou seja, mais ou menos umas 20), por um, ou dois, ou três dias, eu ainda não sentia a vontade de deixar meu telefone ligado e ser incomodada por ele. E, certa o suficiente, quando o abri haviam duas ligações perdidas, as duas de Heath. Nenhuma mensagem no entanto, então talvez ele esteja demonstrando a habilidade de aprender.
Vovó soou sonolenta quando atendeu o telefone, mas assim que percebeu que era eu ela se alegrou.
“Oh, Zoeybird! É tão bom acordar com sua voz,” ela disse.
Eu sorri para o telefone. “Sinto saudades, vovó.”
“Eu também sinto sua falta, querida.”
“Vovó, a razão pela qual eu liguei é meio estranha, mas você vai ter que confiar em mim.”
“É claro que eu confio em você,” ela respondeu sem hesitar. Ela é tão diferente da minha mãe que as vezes eu me pergunto como elas podem ser parentes.
“Ok, hoje mais tarde você estava planejando ir para Tulsa fazer compras, certo?”
Então houve uma breve pausa, e ela riu. “Suponho que vá ser difícil manter surpresas de aniversário da minha neta vampira.”
“Eu preciso que você faça algo, vovó. Prometa que você não vai a lugar algum hoje. Não entre no carro. Não dirija para lugar nenhum. Fique em casa e relaxe.”
“O que está acontecendo, Zoey?”
Eu hesitei, sem ter certeza do que dizer a ela. Então com aquela sua habilidade de me entender, ela disse suavemente, “Lembre-se, você pode me contar qualquer coisa, Zoeybird. Eu acredito em você.”
Eu não percebi que estava segurando o folego até aquele momento. Soltando o fôlego eu disse, “A ponte na I-40 que passa pelo Rio Arkansas perto da Webber Falls vai cair. Você deveria estar nela, e você teria morrido.” Eu disse a última parte suavemente, quase sussurrando.
“Oh! Oh, meu! É melhor eu sentar.”
“Vovó, você está bem?”
“Eu suponho que esteja agora, mas eu não estaria se você não tivesse me avisado, que é porque estou me sentindo com uma leve dor de cabeça.” Ela deve ter pego uma revista ou algo assim porque eu pude ouvir ela se ventilando. “Como você descobriu isso? Você está tendo visões?”
“Não, eu não. É Afrodite.”
“A garota que costumava ser líder das Filhas Negras? Eu não achei que vocês duas fossem amigas.”
Eu bufei. “Não somos. Definitivamente não. Mas eu a encontrei tendo uma visão e ela me disse o que viu.”
“E você confia nessa garota?”
“Não, mas confio no poder dela, e eu a vi, vovó. Era como se ela estivesse lá, com você. Foi horrível. Ela viu a batida, e aqueles garotinhos morreram...” Eu tive que parar para respirar. A verdade de repente me tocou: minha avó poderia ter morrido hoje.
“Espere, tinha mais pessoas na batida?”
“Yeah, quando a ponte caiu vários carros caem no rio.”
“Mas e quanto as outras pessoas?”
“Eu vou cuidar disso também. Você fique em casa.”
“Eu não deveria ir para ponte e tentar impedir eles?”
“Não! Fique longe de lá. Eu vou me certificar que ninguém se machuque – eu prometo. Mas eu tenho que saber que você estará segura,” eu disse.
“Ok, querida. Eu acredito em você. Você não tem que se preocupar comigo. Eu vou ficar segura em casa. Você cuide do que precisar fazer, e se precisar de mim, me ligue. A qualquer hora.”
“Obrigado, vovó. Eu te amo.”
“Eu também te amo, u-we-tsi a-ge-hu-tsa.”
Depois de desligar eu passei um tempinho sentada ali, me permitindo parar de tremer, mas apenas por um pouco. Um plano já estava se formando na minha cabeça, e eu não tinha tempo para surtar. Eu precisava botar meu plano em ação.
- Spoiler:
- DEZ
“Então porque não podemos contar a Neferet sobre essa confusão? Só o que ela tem que fazer são algumas ligações, como ela fez mês passado quando Afrodite teve uma visão sobre um avião cair no aeroporto de Denver,” Damien disse, tendo cuidado de manter sua voz baixa. Eu me apressei de volta ao dormitório, juntei meu grupo, e dei a eles a versão curta da visão de Afrodite.
“Ela me fez prometer que não iria falar para Neferet. As duas estão tendo algum tipo de estranha briga.”
“Já era hora de Neferet começar a ver que vaca ela é,” Stevie Rae disse.
“Vaca odiosa,” Shaunne disse.
“Bruxa do inferno,” Erin concordou.
“Yeah, bem, o que ela é não importa. São as visões dela e as pessoas que estão em perigo de morrer,” eu disse.
“Eu ouvi que as visões dela não são mais acreditáveis porque Nyx retirou seu favor em relação a Afrodite,” Damien disse. “Talvez seja por isso que ela te fez prometer não ir a Neferet, porque isso é algo que ela inventou e ela quer que você surte e faça algo estranhamente embaraçoso e faça você parecer incompetente, ou se meta em problemas.”
“Eu também pensaria isso se não tivesse visto ela ter a visão. Ela não estava fingindo, tenho certeza.”
“Mas ela está dizendo a verdade toda?” Stevie Rae perguntou.
Eu pensei por um segundo. Afrodite já tinha admitido para mim que ela podia esconder partes da sua visão de Neferet. O que me faz pensar que ela não está fazendo a mesma coisa comigo? Então lembrei da brancura em seu rosto, do jeito que ela agarrou minha mão, e o medo na voz dela enquanto ela se juntava a minha avó na morte. Eu tremi.
"Ela estava dizendo a verdade,” eu disse. “Vocês vão ter que confiar na minha intuição.” Eu olhei para meus quatro amigos. Nenhum deles estava feliz sobre isso, mas eu sabia que cada um deles confiava em mim e que eu podia contar com eles. “Então, o negócio é o seguinte, eu já liguei para vovó. Ela não estará na ponte, mas um bando de pessoas irá. Precisamos descobrir um jeito de salvar essas outras pessoas.”
“Afrodite disse que uma barca vai bater na ponte e fazer ela cair?” Damien perguntou.
Eu acenei.
“Bem, você poderia fingir ser Neferet e fazer o que ela faz, ligar para quem quer que esteja no comando da barca e dizer a eles que um dos estudantes teve uma visão sobre a tragédia. As pessoas escutam Neferet; eles tem medo de não ouvir. É um fato bem conhecido que as informações dela salvam vidas humanas.”
“Já pensei sobre isso, mas não vai funcionar porque Afrodite não viu a barca claramente. Ela nem tem certeza se é uma barca. Então não tem como começar a contatar alguém. E não posso fingir ser Neferet. É errado. Eu quero dizer, em falar em pedir para se meter em problemas. Você não pode me dizer que quem quer que eu esteja falando não vai retornar a ligação com algum tipo de relatório para Neferet. Então o inferno está a solta.”
“Cena horrível,” Shaunee disse.
“Yeah, Neferet poderia descobrir que a bruxa teve outra visão, então nossa promessa de não dizer nada é quebrada,” Erin disse.
“Ok, então parar a barca não tem como, e fingir ser Neferet também. Isso deixa fechar a ponte como nossa única opção,” Damien disse.
“Foi o que eu pensei também,” eu disse.
“Ameaça de bomba!” Stevie Rae disse de repente. Todos olhamos para ela. “Huh?” Erin perguntou.
“Explique,” Shaunee disse.
“Ligamos para quem quer que os malucos que fazem ameaças de bomba ligam.”
“Na verdade isso poderia funcionar,” Damien disse. “Quando tem uma ameaça de bomba num prédio eles sempre o evacuam. Então é de imaginar que se houver uma ameaça de bomba na ponte, a ponte seja fechada, pelo menos até descobrirem que a bomba é falsa.”
“Se eu ligar do celular eles não vão saber que sou, vão?” Eu perguntei.
“Oh, por favor,” Damien disse, balançando a cabeça como se eu fosse uma idiota completa. “É claro que eles podem rastrear celulares. Isso não é os anos 90.”
“Então o que eu faço?”
“Você ainda pode usar um telefone. Mas vai ter que ser um descartável,” Damien explicou.
“Que nem uma câmera descartável?”
“Onde você esteve?” Shaunne perguntou.
“Quem não sabe sobre celulares descartáveis?” Erin disse.
“Eu não sei,” Stevie Rae disse.
“Exato,” As Gêmeas falaram juntas.
“Aqui” – Damien pegou um Nokia que parecia muito nerd do bolso – “use o meu.”
“Porque você tem um descartável?” Eu estudei o telefone. Parecia normal.
“Eu comprei depois que meus pais surtaram por eu ser gay. Até eu ser Marcado e vir aqui eu senti que eles estavam me castigando para a vida toda. Quero dizer, não que eu esperasse que eles fossem me trancar num armário ou algo assim, mas eu estava preparado. Desde então sempre carrego um.”
Nenhum de nós sabia o que dizer. É uma droga que os pais de Damien tenham surtado tanto sobre ele ser gay.
“Obrigado, Damien,” eu finalmente disse.
“Sem problemas. Quando você terminar desligue ele e me devolva. Eu vou destruir ele.”
“Ok.”
“E se certifique de dizer a eles que a bomba está plantada embaixo das linhas de água. Assim eles fecham a ponte por tempo o suficiente para mandar os motoristas pararem.”
Eu acenei. “Boa idéia. Vou dizer a eles que a bomba vai explodir as 15:15, que é a hora exata em que Afrodite disse que marcava o painel do carro da minha vó quando ela bateu.”
“Eu não sei quanto tempo essas coisas levam, mas você provavelmente deveria ligar lá pelas duas e meia, me parece tempo o suficiente para eles fecharem a ponte, mas não tempo demais para descobrirem que é uma ameaça falsa, e deixar os carros voltarem a para a ponte cedo demais,” Stevie Rae disse.
“Uh, gente,” Shaunee disse. “Pra quem você vai ligar?”
“Diabos, eu não sei.” Eu estava sentindo o estresse nos ombros e sabia que eu ficaria com uma enorme dor de cabeça em breve.
“Pesquise no Google,” Erin disse.
“Não,” Damien disse rapidamente. “Não queremos nenhum tipo de traço no mulher. Você só precisa ligar para uma filial local do FBI. Estará na lista telefônica. Eles vão fazer o que fazem com as ligações dos loucos.”
“Como os rastrear e colocar eles na cadeia pelo resto da eternidade,” eu murmurei mau humorada.
“Não, não vão pegar você. Você não está deixando nenhum rastro. Eles não terão motivo para pensar que é um de nós. Ligue as 14:30. Diga a eles que plantou uma bomba de baixo da ponte porque...” Damien hesitou.
“Por causa da poluição!” Stevie Rae disse.
“Poluição?” Shaunne disse.
“Eu não acho que deve ser por causa da poluição. Eu acho que deve ser porque você está cansada da interferência do governo nos setores privados,” Erin disse.
Eu pisquei para ela. O que diabos ela disse?
“Excelente ponto, Gêmea,” Shaunne disse.
Erin riu. “Eu pareço meu pai. Ele estaria orgulhoso. Bem, não sobre fingir explodir uma ponte, mas as outras coisas, yeah.”
“Entendemos, Gêmea,” Shaunee disse.
“Eu ainda acho que deve ser porque você está cansada da poluição. Poluição é um problema real,” Stevie Rae disse teimosamente.
“Ok, que tal eu dizer que é por causa da interferência do governo e da poluição em nossos rios? Isso seria uma razão para por uma bomba numa ponte.” Eles me olharam com expressões em branco. Eu suspirei. “Por causa da poluição no rio.”
“Ohhh,” eles disseram.
“Vamos ser terroristas nerds,” Stevie Rae disse com uma risada.
“Eu acho que isso é uma coisa boa,” Damien disse.
“Então temos um acordo? Eu ligo para o FBI, e mantemos nossa boca fechada sobre a visão de Afrodite.”
Eles acenaram.
“Ótimo. Ok. Eu vou encontrar uma lista telefônica e olhar para o numero do FBI, e então –”
Um movimento pegou o canto da minha visão, e eu olhei para cima para ver Neferet escoltando dois homens de ternos no dormitório. Todos ficaram instantaneamente em silêncio, e ouvi um sussurro de “Eles são humanos...” começar a zumbir pelo dormitório. Então não tive tempo para pensar ou escutar, porque era óbvio que Neferet e os dois homens estavam andando diretamente para mim.
“Ah, Zoey, aí está você.” Neferet sorriu para mim com seu calor usual. “Esses cavalheiros precisam falar com você. Eu acredito que podemos ir para a biblioteca. Isso não deve levar muito tempo.” Neferet gesticulou para os homens e eu seguirmos ela enquanto saímos da sala (com todos olhando abertamente para nós com caras de bobos) para o pequeno aposento que chamávamos de biblioteca do dormitório, mas era mais uma sala de mulher com algumas cadeiras confortáveis e algumas prateleiras com papel. Só haviam duas garotas nos mulher, e com um rápido pedido Neferet se livrou delas. Elas saíram com pressa, e ela fechou a porta atrás delas, então virou para nos olhar. Eu olhei para o relógio em cima do mulher. Eram 7:06 de uma manhã de sábado. O que estava acontecendo?
“Zoey, esse é o Detetive Marx” – ela apontou para o mais alto dos dois caras – “e Detetive Martin da divisão de homicídios do departamento de Policia de Tulsa. Eles querem te fazer algumas perguntas sobre o garoto humano que foi morto.”
“Ok,” eu disse, me perguntando que tipo de perguntas eles poderiam querer me fazer. Diabos, eu não sabia nada. Eu nem o conhecia tão bem.
“Srta. Montgomery,” Detetive Marx começou, mas ele foi cortado por Neferet.
“Redbird,” ela disse.
“Senhora?”
“Zoey legalmente mudou seu sobrenome para Redbird quando se tornou emancipada como menor ao entrar nessa escola mês passado. Todos os nossos alunos são legalmente emancipados. É útil devido a natureza única da nossa escola.”
O policial deu um breve aceno. Eu não consegui perceber se ele estava ou não incomodado, mas acho que do jeito que ele continuou a olhar para Neferet a resposta era não.
“Srta. Redbird,” ele continuou, “recebemos informações que você conhecia Chris Ford e Brad Higeons. É verdade?”
“Yeah, quero dizer sim,” eu corrigi rapidamente. Claramente essa não era uma boa hora para soar como uma adolescente bobona. “Eu conheço... bem, eu conhecia os dois.”
“Como assim, conhecia?” Detetive Martin, o policial baixo, disse afiadamente.
“Bem, é que eu não ando mais com adolescentes humanos, mas mesmo antes de ser Marcada eu não via muito Chris ou Brad.” Eu me perguntei porque ele estava tão tenso, então percebi que era porque Chris estava morto e Brad estava desaparecido e o jeito que eu falei no passado provavelmente soou muito mal.
“Quando foi a última vez que você viu os dois garotos?” Marx perguntou.
Eu mordi o lábios, tentando lembrar. “Há meses – desde o inicio da temporada de futebol, e então quando duas ou talvez três festas aconteceram e eles também estavam lá.”
“Então você não estava com nenhum deles?”
Eu franzi. “Não. Eu estava meio que saindo com o quarterback da Broken Arrow. É a única razão pela qual eu conhecia os caras da Union.” Eu sorri, tentando relaxar. “As pessoas acham que os jogadores da Union odeiam os jogadores da BA. Não é verdade. A maior parte deles cresceu juntos. Vários deles ainda são amigos.”
“Srta. Redbird, você está na House of Night a quanto tempo?” O policial baixo perguntou como se tentasse ser agradável.
“Zoey está conosco a quase um mês,” Neferet respondeu por mim.
“E nesse tempo Chris ou Brad te visitaram?”
Totalmente surpresa, eu disse. “Não!”
“Você está dizendo que humanos adolescentes não te visitam?” Martin fez a pergunta rapidamente.
Me pegando com a guarda baixa eu balbuciei feito uma idiota e tenho certeza que parecia completamente culpada. Graças a Deus, Neferet me salvou.
“Dois amigos de Zoey a viram na primeira semana dela aqui, embora eu não acho que dê para chamar eles de visitas oficiais,” ela disse com um suave sorriso adulto, mirando nos detetives que claramente dizia garotos serão garotos. Eles acenaram e me encorajaram. “Vá em frente e conte sobre seus dois amigos que acharam que seria divertido escalar nossos muros.”
Os olhos verdes de Neferet se trancaram nos meus. Eu contei a ela tudo sobre Heath e Kayla subirem o muro com a ridícula idéia de me soltarem. Ou pelo menos essa era a idéia de Heath. Kayla, minha ex-melhor amiga, só queria que eu visse que ela estava dando em cima de Heath. Eu disse a Neferet tudo isso, nada mais. Como eu acidentalmente experimentei o sangue de Heath - até Kayla me pegar e surtar totalmente. Olhando nos olhos de Neferet eu sabia tanto como se ela tivesse dito as palavras em voz alta que era para manter o meu pequeno incidente sobre provar sangue para mim mesma, o que era mais que ok para mim.
“Não foi nada demais, foi um mês atrás. Kayla e Heath acharam que deveria vir aqui e me soltar.” Eu parei balançando a cabeça como achasse que fossem completamente loucos, e o policial alto soltou , “Kayla e Heath quem?’
“Kayla Robinson e Heath Luck*,” eu disse. (Yeah, o sobrenome de Heath realmente é Luck, mas a única coisa que ele teve sorte particularmente é não pegar uma DST.) “De qualquer forma, Heath é meio devagar as vezes, e Kayla, bem, Kayla é muito boa com sapatos e cabelo, mas não muito boa com senso comum. Então eles não pensaram no “Hey, ela está virando uma vampira e se ela deixar a House of Night ela vai morrer” problema. Então expliquei a eles que não só eu não queria ir embora, eu não poderia ir embora. E foi isso.”
(*sorte)
“Nada diferente aconteceu quando você viu seus amigos?”
“Você diz quando voltei para o dormitório?”
“Não. Me deixe refazer a pergunta. Nada aconteceu quando você viu Kayla e Heath?” Martin disse.
Eu engoli. “Não.” O que não era exatamente uma mentira. Aparentemente não é incomum para calouros sentirem ânsia por sangue. Não deveria ser tão cedo na minha Mudança, mas minha marca também não deveria ser completa e eu não deveria ter tatuagens decorativas de um vampiro adulto também. Sem mencionar o fato de que nenhum calouro ou vampiro tinha sido Marcado nos ombros e costas como eu. Ok, eu não sou exatamente um calouro normal.
“Você não cortou o garoto e bebeu o sangue dele?” A voz do policial mais baixo era gelado.
“Não!’ Eu chorei.
“Você está acusando Zoey de algo?” Neferet disse, se aproximando de mim.
“Não, senhora. Simplesmente a questionamos para tentar ter uma idéia mais clara da dinâmica dos amigos de Chris Ford e Brad Higeons. Tem vários aspectos do caso que são raros e...” O policial baixo continuou enquanto minha mente trabalhava feito louca.
“O que está acontecendo?” Eu não tinha cortado Heath; eu o arranhei. E eu não tinha feito de propósito. E “beber” o sangue dele não foi exatamente o que eu fiz – foi mais uma lambida. Mas como diabos eles sabia tudo sobre isso? Heath não era muito inteligente, mas eu não acho que ele ia sair contando as pessoas (especialmente não detetives) que a garota que ele gostava bebia sangue. Não. Heath não teria dito nada, mas –
E eu soube porque eles estavam me fazendo essas perguntas.
“Tem algo que vocês devem saber sobre Kayla Robinson,” eu disse de repente, interrompendo o fala chata do policial baixo. “Ela me viu beijar Heath. Bem, na verdade Heath me beijou. Ela gosta dele.” Eu olhei de um policial para o outro. “Sabe, ela realmente gosta de Heath, como em querer namorar ele agora que eu estou fora do caminho. Então quando ela me viu beijar ele ela ficou fula e começou a gritar comigo. Ok, eu admito que não fui muito madura. Eu também fiquei fula com ela. Quero dizer, é errado quando sua melhor amiga vai atrás do seu namorado. De qualquer forma” – eu fiquei incomodada, como se estivesse embaraçada de admitir o que eu ia contar a eles – “eu disse algumas coisas maldosas para Kayla e a assustei. Ela surtou e foi embora.”
“Que tipo de coisa maldosa?” Detetive Marx perguntou.
Eu suspirei. “Algo do tipo que se ela não fosse embora eu ia voar para fora do muro e sugar o sangue dela.”
“Zoey!” A voz de Neferet era afiada. “Você sabe que isso é inapropriado. Já temos problemas o suficiente de imagem sem você assustar adolescentes humanos de propósito. Não é de se admirar que a pobre criança tenha falado com a policia.”
“Eu sei. Sinto muito.” Embora eu soubesse que Neferet estivesse atuando comigo, eu ainda tive que me conter para não chorar com o poder da voz dela. Eu olhei para os detetives. Os dois estavam olhando para Neferet com olhos abertos e vidrados. Huh. Então, até agora ela só tinha mostrado seu lindo rosto. Eles não faziam idéia do tipo de poder que estavam lidando.
“E você não viu nenhum dos adolescentes desde então?” O policial alto perguntou depois de uma pausa desconfortável.
“Só mais uma vez, e só foi o Heath, durante o Ritual de Samhain.”
“Desculpe, o que?”
“Samhain é o nome antigo para uma noite que você provavelmente conhece como Halloween,” Neferet explicou. Ela voltou a ser incrivelmente linda e gentil, e eu pude entender porque os policiais pareciam confusos, mas eles devolveram o sorriso dela como se não tivessem escolha. Conhecendo os poderes de Neferet – eles podem não ter. “Continue, Zoey,” ela me disse.
“Bem, tinha vários de nós e estávamos fazendo o ritual. Tipo uma missa de Igreja ao ar livre” eu expliquei. Ok, não tem nada a ver como uma missa de igreja ao ar livre, mas de jeito nenhum eu ia explicar nosso circulo e chamar os espíritos de vampiros carnívoros mortos para dois policiais humanos. Eu olhei para Neferet. Ela acenou me encorajando. Eu respirei fundo e mentalmente editei o que aconteceu e falei. Eu sabia que não importava o que eu dissesse. Heath não lembrava de nada sobre aquela noite – a noite que ele quase foi morto por uma orla de antigos vampiros fantasmas. Neferet se certificou que essa memória fosse permanentemente bloqueada. Tudo o que ele sabia é que ele me encontrou com um bando de outros garotos e então desmaiou. “De qualquer forma, Heath atrapalhou o ritual. Foi muito embaraçoso, especialmente porque... bem... ele estava completamente bêbado.”
“Heath estava bêbado?”
Eu acenei. “Sim, ele estava bêbado. Mas eu não quero meter ele em problemas.” Eu já tinha decidido não mencionar a infeliz, mas temporária, experimentação com maconha.
“Ele não está com problemas.”
“Ótimo. Eu quero dizer, ele não é meu namorado mas é basicamente um cara legal.”
“Não se preocupe com isso, Srta. Redbird, só me diga o que aconteceu.”
“Nada na verdade. Ele invadiu nosso ritual, e foi embaraçoso. Eu disse a ele que ele precisava ir para casa e não voltar, que tínhamos terminado. Ele fez papel de bobo e desmaiou. Deixamos ele lá, e foi isso.”
“Você não o viu desde então?”
“Não.”
“Você ouviu falar dele de alguma forma?”
“Yeah, ele liga demais e deixa mensagens irritantes no meu celular. Mas está melhorando,” eu adicionei rapidamente. Eu realmente não queria por ele em problemas. “Eu acho que ele finalmente está entendendo que terminamos.”
O policial alto fez algumas anotações, e então pôs a mão no bolso e pegou um saco de plástico que tinha algo dentro.
“E quanto a isso, Srta. Redbird? Você já viu isso antes?”
Ele me entregou o plástico e eu percebi o que estava ali dentro. Era um pingente prateado com um longo colar de veludo preto. O pingente era da forma de duas luas crescentes de costas contra a lua cheia incrustado de granada. Era o símbolo triplo da deusa – mãe, mulher, e senhora. Eu tinha um igual porque era o colar que a líder das Filhas Negras usava.
Beatriz- Filhos de Erebus
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Aluno Morada da Noite
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Afinidade: Água
Re: Traída - P.C. Cast e Kristin Cast online
11° Capítulo
- Spoiler:
- ONZE
“Onde você conseguiu isso?” Neferet perguntou. Eu percebi que ela estava tentando manter a voz controlada, mas havia uma poderosa, ponta raivosa que era impossível esconder.
“Esse colar foi encontrado perto do corpo de Chris Ford.”
Minha boca abriu, mas eu não conseguia dizer nada. Eu sabia que meu rosto tinha ficado pálido, e meu estômago se apertou dolorosamente.
“Você reconhece o colar, Srta. Redbird?” Detetive Marx repetiu a pergunta.
Eu engoli e limpei a garganta. “Sim. É o pingente da líder das Filhas Negras.”
“Filhas Negras?”
“As Filhas e Filhos Negros é uma organização exclusiva da escola, feita para os melhores estudantes,” Neferet disse.
“E você pertence a essa organização?” Ele perguntou.
“Eu sou a líder.”
“Então você se importaria de mostrar seu colar?”
“Eu – eu não tenho ele comigo. Está no meu quarto.” O choque estava começando a me deixar tonta.
“Cavalheiros, vocês estão acusando Zoey de algo?” Neferet disse. A voz dela era calma, mas a ameça de raiva ultrajada que passou por ela pincelou contra a minha pele, fazendo minha pele formigar e se arrepiar. Eu pude ver pelos olhares nervosos que os detetives dividiam o que eu senti também.
“Senhora, estávamos simplesmente fazendo perguntas a ela.”
“Como ele morreu?” Minha voz era fraca, mas soava incrivelmente alta no tenso silêncio que cercava Neferet.
“De lacerações múltiplas e perda de sangue,” Marx disse.
“Alguém o cortou com uma faca ou algo assim?” No noticiário eles falaram que Chris pode ter sido atacado por um animal, então eu já sabia a resposta da pergunta, mas me senti obrigada a perguntar.
Marx balançou a cabeça. “Os ferimentos eram nada que uma faca pudesse fazer. Eram mais como arranhões de animais e mordidas.”
“O corpo dele foi quase todo drenado de sangue,” Martin acrescentou.
“E vocês estão aqui porque parece ser o ataque de um vampiro,” Neferet disse mal humorada.
“Estamos aqui procurando por respostas, senhora,” Marx disse.
“Então sugiro que façam um exame de álcool no corpo do humano. Pelo pouco que eu sei do grupo de adolescentes que o garoto tinha como amigos, eles bebiam bastante. Ele provavelmente ficou intoxicado e caiu no rio. As lacerações podem ter sido feitas pelas rochas, ou talvez até animais. Não é incomum que coiotes sejam encontrados perto do rio, mesmo dos limites da cidade de Tulsa,” Neferet disse.
“Sim, senhora. Testes estão sendo feitos no corpo. Mesmo com o sangue drenado, ainda vai nos dizer muitas coisas.”
“Ótimo. Tenho certeza que uma das muitas coisas que vai te dizer é que o garoto humano era um bêbado, talvez estivesse até alto. Eu acho que vocês deveriam procurar mais razões que possam ter causado a morte dele ao invés de um ataque de vampiros. Agora, eu assumo que vocês terminaram aqui?”
“Mais uma pergunta, Srta. Redbird,” Detetive Marx perguntou sem olhar para Neferet. “Onde você estava na quinta feira entre 8 e 10 horas?”
“Da noite?” eu perguntei.
“Sim.”
“Estava na escola. Aqui. Em aula.”
Martin me deu um olhar surpreso. “Escola? Nessa hora?”
“Talvez você devesse fazer seu próprio dever de casa antes de interrogar meus alunos. As aulas na House of Night começam as 8 da noite e vão até 3 da manhã. Vampiros sempre preferiram a noite.” A ponta de perigo ainda estava na voz de Neferet. “Zoey estava na aula quando o garoto morreu. Agora terminamos?”
“Por enquanto terminamos Srta. Redbird.” Marx virou algumas páginas do bloco de notas em que esteve escrevendo e acrescentou, “Precisamos falar com Loren Blake.”
Eu tentei não reagir ao nome de Loren, mas sei que meu corpo deu um pulo e eu senti meu rosto esquentar.
“Desculpe, Loren foi embora ontem antes do amanhecer no jato particular da escola. Ele foi para a Costa Leste para dar apoio aos nossos estudantes que estão na final do concurso de monólogo internacional de Shakespear. Mas eu certamente posso mandar a ele uma mensagem para ligar a vocês quando voltar no domingo,” Neferet disse enquanto andava em direção a porta, claramente se despedindo dos dois homens.
Mas Marx não se moveu. Ele ainda estava me observando. Devagar ele pegou dentro do bolso um cartão. Me entregando ele disse, “Se você pensar em algo – qualquer coisa – que você acredite que possa nos ajudar a encontrar quem fez isso com Chris, me ligue.” Então ele acenou para Neferet. “Obrigado pelo seu tempo, senhora. Voltamos no domingo para falar com o Sr. Blake.”
“Levo vocês a saída,” Neferet disse. Ela apertou meus ombros, e andando rapidamente até os dois detetives, os levou para fora do aposento.
Eu fiquei sentada ali tentado reorganizar meus pensamentos. Neferet mentiu, e não só por omitir que eu bebi o sangue de Heath e Heath quase ser morto durante o ritual de Samhain. Ela mentiu sobre Loren. Ele não tinha deixado a escola ontem antes do amanhecer. No amanhecer ele estava no muro junto comigo.
Eu juntei minhas mãos tentando impedir que elas tremessem.
Eu não fui dormir até as 10 horas (da manhã). Damien, as Gêmeas, e Stevie Rae queriam saber tudo sobre a visita dos detetives, e dizer a eles que estava tudo bem comigo. Eu pensei que rever os detalhes pudesse me dar uma idéia do que diabos estava acontecendo. Eu estava errada. Ninguém conseguiu descobrir porque o colar de liderança das Filhas Negras estava no corpo de um garoto humano. Sim, eu chequei minhas coisas e o meu estava seguro na minha caixa de jóias. Erin, Shaunee, e Stevie Rae pensaram que de alguma forma Afrodite estava por trás dos policiais, pegar o colar e talvez até das mortes. Damien e eu não tínhamos certeza. Afrodite não agüentava humanos, mas isso não era a mesma coisa que os seqüestrar e matar um jogador de futebol que não podia exatamente ser escondido na bolsa dela. Ela definitivamente não saia com humanos. E, sim, ela costumava ter um colar de liderança das Filhas Negras, mas Neferet tinha pego dela e me dado na noite em que eu me tornei líder das Filhas e Filhos Negros.
Além do mistério do colar, tudo que podemos descobrir era que “A nojenta vaca da Kayla” (como as Gêmeas a chamaram) tinha basicamente contado a policia que eu era a assassina porque ela tinha ciúmes que Heath ainda era louco por mim. Obviamente os policias não tinham nenhum suspeito de verdade e se apressaram para vir aqui por causa da palavra de uma adolescente invejosa. É claro meus amigos não sabiam nada sobre o problema de beber sangue. Eu ainda não consegui me fazer contar que eu bebi (lambi, tanto faz) o sangue de Heath. Então dei a eles a mesma versão editada que eu dei aos policiais. As únicas pessoas que sabiam a verdadeira história sobe o sangue (além de Heath e a A nojenta vaca da Kayla) eram Neferet e Erik. Eu contei a Neferet, e Erik me encontrou lá depois da minha grande cena com Heath, então ele sabia a verdade. Falando nisso – eu de repente queria que Erik voltasse logo para a escola. Eu estive tão ocupada ultimamente que não tive tempo para sentir falta dele, ou pelo menos não tive até o dia que eu desejei ter alguém que não fosse uma Alta Sacerdotisa que eu pudesse contar o que estava acontecendo.
Domingo, eu lembrei a mim mesma quando tentei adormecer. Erik voltaria no domingo. O mesmo dia que Loren voltaria. (Não, eu não conseguia pensar sobre as coisas que poderiam estar acontecendo entre Loren e eu, e como isso era parte da ocupação que me impediu de sentir falta de Erik). E porque diabos os detetives precisam falar com Loren? Nenhum de nós conseguiu descobrir.
Eu suspirei e tentei relaxar. Eu realmente odeio precisar dormir e não conseguir. Mas eu não conseguia manter minha mente quieta. Não havia só a confusão com Chris Ford/Brad Higeons na minha cabeça, mas em breve eu teria que ligar para o FBI e fingir ser uma terrorista. Acrescente isso ao fato que eu mal pensei sobre o circulo que eu precisava lançar no Ritual da Lua Cheia que eu deveria liderar, não era de se admirar que eu tinha uma terrível dor de cabeça devido a tensão.
Eu olhei para o relógio. Eram 10:30. Daqui 4 horas eu precisava levantar e ligar para o FBI, e então tentar descobrir como passar o dia enquanto eu esperava para saber as noticias sobre o acidente da ponte (que com sorte eu fosse impedir), e as noticias sobre o garoto Higeons ser encontrado (com sorte, vivo), e tentar descobrir como liderar o Ritual da Lua Cheia (com sorte, sem me envergonhar totalmente).
Stevie Rae, que eu juro podia dormir de pé no meio de uma nevasca, roncou suavemente do outro lado do quarto. Nala estava empoleirada perto da minha cabeça no meu travesseiro. Mesmo ela parou de reclamar para mim e respirava profundamente em seu estranho ronco de gato. Eu me preocupei brevemente se deveria checar ela por alergias. Ela espirrava bastante. Mas eu decidi que só estava obsessivamente aumentando meu nível de estresse. A gata era tão gorda quanto um peru. Quero dizer, a barriga dela parecia que ela tinha uma bolsa e poderia esconder seu filhote de canguru ali. Provavelmente era por isso que ela espirrava. Carregar toda essa gordura de gato provavelmente não era fácil.
Eu fechei os olhos e comecei a contar carneiros. Literalmente. Deveria funcionar. Certo? Então inventei um campo na cabeça com um portão e tinha pequenas ovelhinhas brancas que começaram a pular por ele. (Eu acho que esse é o jeito certo de contar as ovelhinhas. Ovelhinhas... hee hee.) Depois da ovelha número 56 minha mente começou a ficar desfocada e eu finalmente dormi e tive um vivido sonho onde eu notei que as ovelhinhas estavam usando o uniforme de futebol da Union. Eles tinham uma pastora que os dirigia até o portão onde eles pulavam (que agora parecia um pequeno pasto de bodes). A eu que flutuava gentilmente por cima da cena das ovelhas parecia um super herói. Eu não podia ver o rosto da pastora, mas mesmo de costas eu podia ver que ela era alta e linda. O cabelo castanho dela ia até a cintura. Como se ela pudesse me ver observando ela, ela se virou na minha direção com seus olhos verdes lodosos e olhou para mim. Eu ri. É claro que Neferet estava no comando, mesmo que fosse só um sonho. Eu acenei para ela, mas invés de responder, Neferet estreitou os olhos de um jeito perigoso e de repente virou. Parecendo um animal selvagem, ela pegou uma ovelha jogadora de futebol, a ergueu, e em um movimento quebrou sua garganta com uma força incrível, rasgou a garganta com as unhas compridas, colocando seu rosto contra a garganta que sangrava do animal. A eu que sonhava ficou aterrorizada assim como bizarramente tentada pelo que Neferet estava fazendo. Eu queria olhar para longe, mas não podia... eu não ia... então o corpo da ovelha começou a tremer como ondas de calor subindo de um ponto em ebulição. Eu pisquei e não era mais uma ovelha. Era Chris Ford, e seus olhos mortos estavam bem abertos, parados e me encarando acusatoriamente.
Eu arfei em horror e tirei meu olhar do sangue, querendo olhar para a paisagem gloriosa do sonho, mas minha visão ficou presa porque não era mais Neferet que se alimentava da garganta de Chris. Era Loren Blake, e seus olhos estavam sorrindo para mim sobre o rio vermelho. Eu não podia olhar para longe. Eu encarei e encarei...
Meu corpo do sonho tremeu quando uma voz familiar passou por mim. Primeiro o sussurro era tão suave que eu não podia ouvir, mas enquanto Loren bebia a última gota do sangue de Chris as palavras se tornaram audíveis assim como visíveis. Elas dançavam no ar ao meu redor com uma luz prateada que era tão familiar quanto a voz.
... Lembre-se, escuridão nem sempre trás o mal, assim como luz nem sempre trás o bem.
Meus olhos abriram e eu sentei, respirando com força. Me sentindo tremer e levemente enjoada, eu olhei para o relógio. 12:30. Eu dei um gemido. Eu só dormi por duas horas. Não era de se admirar que eu estivesse me sentindo tão mal. Quietamente eu fui até o banheiro que eu dividia com Stevie Rae para jogar água no meu rosto e tentar lavar minha grogues. Pena que lavar o horrível pressentimento do sonho bizarro que eu tive não era tão fácil.
De jeito nenhum eu ia ser capaz de dormir agora. Eu andei pé por pé até a nossa janela e espiei para fora. Era um dia cinzento. Baixas nuvens escureciam o sol e a luz, a garoa constante fazendo tudo parecer borrado. Combinava perfeitamente com meu humor, e também fazia a luz do sol ser suportável. Quanto tempo fazia desde que eu saia na luz do sol de qualquer forma? Eu pensei sobre isso e percebi que eu não vi mais do que um ocasional amanhecer em um bom mês. E de repente eu não podia mais ficar do lado de dentro. Eu me senti claustrofóbica, como se estivesse presa numa tumba, num caixão.
Eu fui até o banheiro e abri a pequena jarra de vidro em que estava a maquiagem que escondia completamente a tatuagem dos calouros. Quando cheguei na House Of Night eu tive um mini ataque de pânico quando percebi que até entrar no terreno da escola, eu nunca tinha visto um calouro. Nunca. Naturalmente, eu pensei que isso significasse que os vampiros mantivessem os calouros do lado de dentro dos muros da escola por 4 anos. Não demorou muito para descobrir a verdade: calouros tinham uma certa liberdade, mas se eles escolhessem sair dos muros da escola eles precisavam seguir duas importantes regras, primeiro tinham que cobrir sua Marca e não usar nada que mostrasse uma das insígnias das turmas.
Segundo (e, para mim, mas importante), quando um calouro entra na House Of Night, ele ou ela deve ficar próximo de um vampiro adulto. A Mudança de humano para vampiro é bizarra e complexa – nem mesmo com a ciência de hoje era entendida completamente. Mas uma coisa era certa sobre a Mudança, se um calouro fosse cortado do contado com um vampiro adulto, o processo aumentava e o adolescente morria. Toda vez. Então, podíamos deixar a escola para fazer compras ou algo assim, mas se ficássemos longe dos vampiros mais de algumas horas nossos corpos iriam começar a rejeitar o processo e morreríamos. Não é de se admirar que antes de eu ser Marcada eu achei nunca ter visto um calouro. Eu provavelmente tinha visto, mas (a) ele/ela/eles tinham coberto a Marca, e (b) ele/ela/eles entendiam que não podiam desperdiçar tempo como um adolescente normal. Eles estavam lá, mas ficariam ocupados e disfarçados.
A razão para o disfarce também fazia sentido. Não era sobre querer se esconder e se misturar com os humanos e espionar ou algo ridículo que os humanos iriam assumir. A verdade é que humanos e vampiros coexistem em um estado de paz inquietante. Mostrar que calouros deixaram a escola e foram fazer compras e ao cinema como qualquer outro garoto normal era pedir por problemas e exageros. Eu só podia imaginar o que as pessoas como meu padrasto –perdedor diriam. Provavelmente os vampiros adolescentes estavam andando em gangues, fazendo qualquer tipo de comportamento pecaminosos de delinqüentes juvenis. Ele era um idiota. Mas ele não seria o único humano adulto a surtar. Claramente as regras dos vampiros faziam sentido.
Decidida, eu encarei, escondendo minhas Marcas safiras que mostravam o mundo em que vivia. Era incrível o quão bem aquelas coisas escondiam as Marcas. Enquanto minha lua crescente desaparecia, junto com a rede de espirais azuis que emolduravam meus olhos, eu vi a velha Zoey reaparecer e não estava certa de como eu me sentia sobre ela. Ok, eu sabia que haviam muitas outras mudanças em mim do que apenas algumas tatuagens podiam representara, mas a ausência das Marcas de Nyx era chocante. Me deu um estranho e, inesperado senso de perda.
Olhando para trás, eu deveria ter ouvido a minha hesitação interna, esfregado o rosto, pego um livro, e ido diretamente para cama.
Invés disso, eu sussurrei, “Você parece bem jovem,” para meu reflexo, e pus minha jeans e um suéter preto. Então eu procurei (silenciosamente – se eu acordasse Stevie Rae ou Nala de jeito nenhum eu ia poder sair dali sozinha) entre as minhas roupas, até que encontrei um antigo canguro da Invasão Borg 4D e o coloquei, junto com meu confortável tênis Puma, e um boné da OSU* na cabeça e com meus óculos de sol Maui Jim eu estava pronta. Antes de poder (sabiamente) mudar de idéia, eu peguei minha bolsa e sai de fininho do quarto.
(*faculdade de Ohio)
Ninguém estava na sala do dormitório. Eu abri a porta e respirei fundo para me firmar antes de sair. Todo aquele negócio de vampiro-pega-fogo-se-o-sol-o-toca era uma mentira ridícula, mas era verdade que a luz do sol causava dor aos vampiros. Como a caloura que estava estranhamente “avançada” no processo de Mudança, era definitivamente desconfortável para mim, mas cerrei os dentes e sai para a garoa.
O campus parecia totalmente deserto. Era estranho não passar por um estudante ou vampiro na calçada que passava por trás do prédio principal (que ainda me lembrava de um castelo) até o estacionamento. Meu antigo Bug VW 1966* foi fácil de encontrar no meio dos caros carros que os vampiros preferiam. Seu motor confiável bravejou por um segundo, então virou e fez barulho como se fosse novinho.
(*sim, isso é um fusca)
Eu abri a porta da garagem com o controle que Neferet tinha me dado depois que vovó trouxe meu carro. O portão de ferro da escola abriu silenciosamente.
Apesar do fato de que até a fraca e enevoada luz do dia incomodava meus olhos e fez minha pele formigar, meu humor melhorou assim que eu sai dos portões da escola. Não é que eu odeie a House Of Night nem nada disso. Na verdade, a escola e meus amigos tinham se tornado minha casa e minha família. Era só que eu precisava fazer algo mais. Eu precisava me sentir normal de novo – normal como em Zoey – Antes de ser Marcada, quando a maior preocupação era a prova de geometria e o único “poder” que eu tinha era a habilidade de encontrar sapatos bonitos em promoção.
Na verdade, compras parecia uma boa idéia. Utica Square era a menos de um quilometro da rua da House of Night, e eu adorava a loja American Eagle. Meu guarda roupa tinha, tragicamente, super estocado com roupas escuras como púrpura, preto, e marinho desde que eu tinha sido Marcada. Um suéter vermelho brilhante era exatamente o que eu precisava.
Eu estacionei no estacionamento menos usado atrás das lojas em que American Eagle ficava no meio. As árvores eram grandes, então eu gostei da sombra, junto com o fato que haviam poucas pessoas no estacionamento. Eu sei que meu reflexo mostrava uma adolescente normal, mas eu ainda estava Marcada por dentro, e estava mais do que apenas um pouco nervosa sobre minha primeira viagem a luz do dia no meu antigo mundo.
Não que eu esperasse me encontrar com alguém que eu conhecesse. Eu era aquela que meus amigos da escola chamavam de “estranha” e “forasteira” porque eu gostava de fazer compras nas lojas chiques versus o barulhento, chato, e cheirando a praça de alimentação – shopping. Vovó Redbird era responsável por meus gostos fora do comum. Ela custumava chamar de “viagem de campo” quando ela me levava por Tulsa em um dia divertido de viagem. De jeito nenhum eu ia me encontrar com Kayla e os alunos da Broken Arrow ou da Utica, e logo o cheiro familiar da American Eagle estava fazendo sua mágica em mim. Quando eu finalmente paguei o suéter vermelho meu estômago tinha parado de doer, e apesar do fato de ser o meio do dia e eu não tenha dormido, minha dor de cabeça também sumiu.
Mas eu estava faminta. Havia uma Starbucks do outro lado da rua da American Eagle. Era na esquina que emoldurava um bonito jardim no meio da praça. Com o úmido, e sombrio dia eu aposto que ninguém estaria sentada nas pequenas mesas de ferro na aberta calçada. Eu poderia pedir um cappuccino gostoso, um dos seus enormes muffins de blueberry*, uma cópia do Tulsa World**, e sentar do lado de fora e fingir que sou uma colegial.
(*fruta)
(**jornal)
Parecia um ótimo plano. Eu estava totalmente certa – não havia ninguém sentado nas mesas de fora, e eu sentei na que estava mais perto de uma enorme árvore de magnólia colocando a quantidade certa de açúcar no cappuccino enquanto eu mordiscava meu super muffin.
Eu não lembro quando senti a presença dele. Começou com sutileza, como uma estranha coceira embaixo da minha pele. Eu me mexi inquieta na cadeira, tentando me concentrar na página de cinema e pensar que talvez eu pudesse convencer Erik a ir numa sessão no final de semana que vem... mas eu não conseguia prestar atenção nas reviews dos filmes. A irritante, coceira por baixo da minha pele não desaparecia. Completamente irritada eu olhei para cima e congelei.
Heath estava parado embaixo de um poste a menos de 450 metros de mim.
- Spoiler:
- DOZE
Heath estava colocando algum tipo de pôster no poste. Eu pude ver o rosto dele claramente e me surpreendeu o quão bonito ele parecia. Ok, claro, eu o conheço desde a 3º série e o vi ficar fofo para bobo para fofo para gostoso, mas nunca vi essa aparência nele. Havia algo amargo no seu rosto, linhas que não sorriam que o faziam aparecer muito mais velho que 18 anos. Era como se eu tivesse vendo uma ponta do homem que ele iria se tornar – e era uma boa ponta. Ele era alto e loiro, com bochechas altas e um queixo realmente muito forte. Mesmo a distância eu percebi os cílios grossos que eram surpreendentemente escuros, e ver as gentis sobrancelhas que o emolduravam.
E então, como se ele pudesse ver meu olhar, os olhos dele saíram do poste e se trancaram no meu. Eu vi o corpo dele ficar completamente duro, e então um calafrio passou por ele, como se alguém tivesse jogado um ar gelado contra a sua pele.
Eu deveria ter levantado e entrado na Starbucks, enquanto estava cheio com ondas de pessoas conversando e rindo, e onde seria impossível para mim e Heath ficarmos sozinhos. Mas eu não fui. Eu só fiquei sentada ali enquanto ele soltava os pôsteres. Eles caíram pela calçada como pássaros morrendo enquanto ele andou rapidamente na minha direção. Ele parou na frente da pequena mesa sem dizer nada pelo que pareceu uma eternidade. Eu não sabia o que fazer, especialmente porque eu estava inesperadamente nervosa. Finalmente eu não consegui agüentar mais o silêncio.
“Olá, Heath.”
O corpo dele tremeu como se alguém tivesse pulado de trás de uma porta e o matado de susto.
“Merda!” A palavra saiu da boca dele em uma onda de ar. “Você realmente está aqui!”
Eu franzi para ele. Ele nunca foi exatamente brilhante, mas mesmo para ele isso soava bem idiota. “É claro que estou. O que você achou que eu fosse, um fantasma?”
Ele sentou na cadeira na minha frente como se suas pernas não pudessem mais agüentar ele. “Sim. Não. Eu não sei. É que eu te vejo bastante e você nunca realmente está lá. Eu achei que essa fosse só outra dessas vez.”
“Heath, do que você está falando?” Eu estreitei meus olhos e cheirei na direção dele. “Você está bêbado?”
Ela balançou a cabeça.
“Alto?”
“Não. Eu não bebo a um mês. E parei de fumar também.”
As palavras pareciam simples, mas eu pisquei e senti como se estivesse tentando ser razoável com a minha mente. “Você parou de beber?”
“E fumar. Eu parei com tudo. É uma das razões do porque tenho te ligado tanto. Eu queria que você soubesse que eu mudei.”
Eu realmente não sabia o que dizer. “Oh, bem. Eu, uh, estou feliz.” Eu sei que eu soava uma retardada, mas o jeito que os olhos de Heath se focaram nos meus foi quase uma coisa física. E tinha mais uma coisa. Eu podia sentir o cheiro dele. Não era o cheiro de colônia, ou um cheiro de homem. Era um profundo, e sedutor cheiro que me lembrava de calor e luz do luar e sonhos sensuais. Estava vindo dos poros dele e me fez querer colocar minha cadeira do outro lado da mesa para ficar mais perto dele.
“Porque você não retornou minhas ligações? Você nem me mandou uma mensagem de resposta.”
Eu pisquei, tentando bloquear a atração que eu estava sentindo por ele e pensar claramente. “Heath, não tem porque. Não pode ter mais nada entre você e eu,” eu disse razoavelmente.
“Você sabe que tem algo entre nós.”
Eu balancei a cabeça e abri a boca para explicar para ele o quão errado ele estava, mas ele me interrompeu.
“Sua Marca! Sumiu.”
Eu odiei o tom excitado dele, e automaticamente respondi, “Você está errado de novo. Minha Marca não sumiu. Só está coberta para que os humanos estúpidos por aqui não surtem.” Eu ignorei o olhar de magoa que pareceu tomar o seu rosto adulto e o transformar de volta no garoto bonito que eu costumava ser louca. “Heath,” eu suavizei minha voz. “Minha Marca nunca vai sumir. Ou eu passo pela Mudança para um vampiro, ou vou morrer nos próximos três anos. Essas são minhas duas opções. Nunca será como antes. Nunca poderá ser o que costumava ser entre nós.” Eu parei, e então adicionei gentilmente, “desculpe.”
“Zo, eu entendo. O que eu não entendo é porque isso tem a ver com o fim entre nós.”
“Heath, isso acabou entre nós antes de eu ser Marcada, lembra?” Eu disse, exasperada.
Ao invés da sua resposta convencia ele continuou olhando nos meus olhos, e sério, disse, “Isso é porque eu estava agindo feito idiota. Você odiava o fato de eu estar sempre bêbado e alto. E você estava certa. Eu estava fazendo merda. Eu parei com isso. Agora estou focado no futebol e nas minhas notas para poder entrar na OSU.” Ele me deu aquele adorável sorriso de gatinho que derretia meu coração desde a 3ª série. “É onde a minha namorada também vai. Ela vai se tornar uma veterinária. Uma vampira veterinária.”
“Heath – eu –” eu hesitei, me forçando a engolir o enorme calombo que estava de repente queimando minha garganta e me fazendo querer chorar. “Eu não sei se ser uma veterinária é o que eu ainda quero fazer, e mesmo que seja, isso não significa que possamos ir juntos.”
“Você está vendo outra pessoa.” Ele não parecia bravo, ele só parecia extremamente triste. “Eu não lembro muito daquela noite. Eu tentei, mas sempre que eu penso muito sobre isso, tudo vira um enorme pesadelo que não faz sentido nenhum e eu fico com uma horrível dor de cabeça.”
Eu estava muito parada. Eu sabia que ele estava falando do ritual de Samhain para o qual ele me seguiu e onde Afrodite tinha perdido o controle dos vampiros fantasmas. Heath quase tinha morrido. Erik estava lá, e como Neferet disse, ele se provou um guerreiro quando ficou ao lado de Heath e lutou com os espectros, me dando tempo para lançar meu próprio circulo e mandar os fantasmas de volta de onde eles tinham fugido. Da última vez que eu vi Heath ele estava inconsciente e sangrando devido as múltiplas lacerações. Neferet me assegurou que iria curar os ferimentos dele e obscurecer a memória dele. Claramente, a escuridão tinha ficado fina.
“Heath, não pense nessa noite. Aquilo já acabou e é melhor se –”
“Você estava lá com alguém,” ele me interrompeu. “Você está saindo com ele?”
Eu suspirei. “Sim.”
“Me dê uma chance para te ter de volta, Zo.”
Eu balancei a cabeça, embora as palavras dele tivessem tocado meu coração. “Não, Heath, é impossível.”
“Porque?” Ele deslizou sua mão pela mesa e a colocou em cima da minha. “Eu não me importo com o negócio dos vampiros. Você ainda é a Zoey. A mesma Zoey que eu sempre conheci. A Zoey que foi a primeira garota que eu beijei. A Zoey que me conhece melhor do que qualquer um no mundo. A Zoey que eu sonho toda noite.”
O cheiro dele passou por mim através das mãos dele, quente e delicioso, e eu pude sentir o pulso dele batendo contra meus dedos. Eu não queria dizer a ele, mas eu precisava. Eu olhei diretamente nos olhos dele e disse, “A razão pela qual você não me superou é porque quando provei seu sangue aquela vez no muro da escola eu comecei um Imprint em você. Então você me quer porque é o que acontece quando um vampiro, ou aparentemente alguns calouros, bebem sangue de uma vitima humana. Neferet, nossa Alta Sacerdotisa, disse que você não teve um Imprint completo comigo, e se eu ficar longe de você vai sumir e você será normal de novo e vai esquecer de mim, então é o que eu tenho feito.” Eu terminei com pressa. Eu sabia que ele provavelmente surtaria e me chamaria de monstro ou algo assim, mas eu não tinha escolha, e agora que ele sabia ele podia colocar toda sua perspectiva e –
A risada dele interrompeu minha conversa interior. Ele jogou sua cabeça para trás e estava rindo com a típica exuberância de Heath, e o familiar, e doce, som bobo daquilo fez ficar difícil não sorrir para ele.
“O que?” Eu disse, tentando franzir a testa.
“Oh, Zo, você me mata.” Ele apertou minha mão. “Eu sou louco por você desde a 8º série. Como se isso tivesse algo haver sobre você sugar meu sangue?”
“Heath, acredite em mim, começamos o Imprint.”
“Estou bem com isso.” Ele riu para mim.
“Você também ficará bem comigo vivendo mais do que você por várias centenas de anos?”
Feito bobo, ele remexeu suas sobrancelhas para mim. “Eu acho que tem coisas piores do que ter uma gostosa vampira jovem quando eu tiver, tipo, cinqüenta.”
Eu virei os olhos. Ele era uma figura. “Heath, não é tão simples. Tem várias coisas para se considerar.”
Ele fez um movimento circular em cima da minha mão. “Você sempre faz as coisas ficarem muito complicadas. Ter você e eu. É tudo que precisamos considerar.”
“Não é tudo o que há, Heath.” Uma idéia veio para mim e ergui minhas sobrancelhas e dei a ele um sorriso inocente. “Falando nisso, como vai minha ex melhor amiga Kayla?”
Totalmente não afetado, ele deu nos ombros. “Eu não sei. Eu não a vejo mais.”
“Porque não?” Isso era estranho. Mesmo que ele não estivesse saindo com Kayla, eles andavam nos mesmos grupos por anos, todos andávamos.
“Não é a mesma coisa. Eu não gosto das coisas que ela diz.” Ele olhou para mim.
“Sobre mim?”
Ele acenou.
“O que ela tem dito?” Eu não consegui decidir se eu estava mais magoada ou fula.
“Só coisas.” Ele ainda não olhava para mim.
Eu estreitei os olhos percebendo. “Ela acha que eu tenho algo a ver com Chris.”
Ele moveu os ombros inquieto. “Não você, ou pelo menos ela não disse você. Ela acha que são os vampiros no entanto, mas muitas pessoas também.”
“Você acha?” Eu perguntei suavemente.
Os olhos dele olharam nos meus. “De jeito nenhum! Mas algo ruim está acontecendo. Alguém está seqüestrando jogadores de futebol. É por isso que eu estava aqui hoje. Estou colocando pôsteres da foto de Brad. Talvez alguém lembre dele se arrastando ou algo assim.”
“Eu sinto muito sobre Chris.” Eu entrelacei meus dedos nos dele. “Eu sei que vocês eram amigos.”
“É uma droga. Não acredito que ele está morto.” Ele engoliu com força, e eu sabia que ele estava tentando não chorar. “Eu acho que Brad também está morto.”
Eu também achava que ele estava, mas eu não podia dizer isso em voz alta. “Talvez não. Talvez eles o encontrem.”
“Yeah, talvez. Hey, o funeral de Chris é na segunda. Você iria comigo?”
“Eu não posso, Heath. Você sabe o que aconteceria se um calouro aparecesse no funeral de um garoto que as pessoas acham que um vampiro matou?”
“Eu acho que seria ruim.”
“Sim, seria. E é o que eu estou tentado fazer você ver. Você e eu juntos – teríamos que lidar com problemas assim o tempo todo.”
“Não quando sairmos da escola, Zo. Então você poderia usar esse negócio que você tem no rosto agora, e ninguém saberia.”
O que ele estava dizendo provavelmente deveria me irritar, mas ele estava tão sério, tão certo que se eu escondesse minhas tatuagens tudo voltaria a ser como antes. E eu não podia ficar brava porque eu entendia o que ele queria. Não era o que eu estava fazendo aqui? Tentar reviver parte da minha antiga vida?
Mas essa não era mais eu, e dentro de mim que eu não queria ser. Eu gostava da nova Zoey, mesmo que estivesse dizendo adeus para a velha Zoey e não fosse só difícil, mas um pouco triste também.
“Heath eu não quero esconder minha Marca. Não seria quem eu sou.” Eu respirei fundo e continuei. “EU FUI Marcada especialmente pela deusa, e Nyx me deu alguns poderes incomuns. Não seria possível para mim fingir que eu sou a humana Zoey de novo, mesmo que eu quisesse. E, Heath, eu não quero.”
Os olhos dele passaram pelo meu rosto. “Ok. Vamos fazer do seu jeito e mandar as pessoas que não gostarem pro inferno.”
“Essa não sou eu, Heath. Eu não –”
“Espere, você não tem que dizer nada agora. Só pense sobre isso. Podemos nos encontrar aqui de novo em alguns dias.” Ele riu. “Eu até venho a noite.”
Era muito mais difícil do que eu imaginei dizer a Heath que eu nunca mais o veria de novo. Na verdade, eu não imaginei que teria que ter essa conversa com ele. Eu pensei que tínhamos acabado. Sentar aqui com ele parecia estranho – parte normal, parte impossível. O que na verdade descrevia nossa relação muito bem. Eu suspirei e olhei para nossas mãos dadas, e dei uma olhada no relógio.
“Oh, merda!” Eu tirei minhas mãos dele e peguei minha bolsa da American Eagle. Era 14:15. Eu tinha que fazer a ligação para o FBI em 15 minutos. “Eu tenho que ir, Heath. Eu estou realmente atrasada para algo na escola. Eu – eu te ligo mais tarde.” Eu comecei a me afastar com pressa e fiquei surpresa por ele vir comigo.
“Não,” ele me interrompeu quando comecei a dizer a ele para ir embora. “Te levou até o carro.”
Eu não discuti com ele. Eu conhecia esse tom. Por mais bobo e irritante que Heath pudesse ser, o seu pai o tinha criado bem. Desde a 3º série ele era um cavalheiro, abrindo as portas para mim e carregando meus cadernos, mesmo quando os amigos dele o chamavam de maricas nerd. Me levar até o carro era só algo que Heath fazia. Ponto.
Meu VW estava estacionando sozinho embaixo de uma grande árvore, bem como quando eu estacionei. Como sempre, ele me passou e abriu minha porta. Eu não pude me impedir de sorrir para ele. Quero dizer, havia um motivo pelo qual eu gostei do garoto pelos últimos três anos – ele era realmente doce.
“Obrigado, Heath,” eu disse, e fui sentar no banco do passageiro. Eu ia abaixar a janela e dizer tchau para ele, mas ele já estava dando a volta no carro e em dois segundos ele estava sentado no lado do passageiro rindo para mim. “Uh, você não pode vir comigo,” eu disse a ele. “E estou com pressa, então não posso te dar uma carona.”
“Eu sei. Eu não preciso de carona. Eu tenho minha caminhonete.”
“Ok, bem. Então tchau. Te ligo mais tarde.”
Ele não se moveu.
“Heath, você tem que –”
“Eu tenho que te mostrar algo, Zo.”
“Pode me mostrar rapidamente?” Eu não queria ser maldosa com ele, mas eu realmente tinha que voltar para escola e fazer aquela ligação. Porque diabos eu não pus o telefone descartável de Damien na minha bolsa? Eu bati impaciente na direção enquanto Heath colocava as mãos no bolso da jeans e sentia algo.
“Aqui está. Eu comecei a carregar isso a algumas semanas atrás, só por precaução.” Ele tirou algo que tinha uns 5 centímetros e saiu do bolso dele. Estava enrolado no que parecia papelão.
“Heath, verdade. Eu preciso ir e você...” Minhas palavras morreram quando o ar saiu do meu corpo. Ele desenrolou a coisinha. A lâmina contrastou com a luz e brilhou sedutoramente. Eu tentei falar, mas minha boca tinha ficado seca.
“Eu quero que você beba meu sangue, Zoey,” ele disse simplesmente.
Um calafrio de um terrível desejo percorreu meu corpo. Eu estava agarrando o volante com as duas mãos para me impedir de tremer... ou pegar a lâmina e cortar sua doce e quente pele, para que seu delicioso sangue pingasse e pingasse e...
“Não!” Eu gritei, odiando o jeito que o poder na minha voz o fez se encolher. Eu engoli e me controlei. “Só guarde isso e saia do meu carro, Heath.”
“Eu não tenho medo, Zo.”
“Eu tenho!” Eu quase chorei.
“Você não tem que ter medo. É apenas você e eu, como sempre foi.”
“Você não sabe o que está fazendo, Heath.” Eu nem conseguia olhar para ele. Eu estava assustada de que se não ficasse eu não seria capaz de dizer não.
“Sim eu sei. Você bebeu um pouco do meu sangue aquela noite. Foi... foi incrível. Eu não consegui parar de pensar sobre isso.”
Eu queria gritar de frustração. Eu não fui capaz de parar de pensar sobre isso também, não importava o quanto eu pensava. Mas não podia dizer isso a ele. Eu não diria isso a ele. Ao invés disso, eu finalmente olhei para ele e forcei minhas mãos a relaxarem. Só de pensar em beber o sangue dele fazia minha pele parecer apertada e quente. “Eu quero que você vá, Heath. Isso não é certo.”
“Eu não me importo com o que as pessoas pensam, Zoey. Eu amo você.”
E antes de poder impedir ele, ele levantou a navalha e passou pelo lado do pescoço dele. Fascinada, eu observei a fina linha de sangue escarlate derramando pelo branco da pele dele.
E então o cheiro me atingiu – rico e escuro e sedutor. Como chocolate, só que mais doce e selvagem. Em segundos o pequeno carro estava cheio dele. Me atraiu como nada que eu tinha experimentando antes. Não era só que eu queria provar aquilo. Eu precisava provar. Eu tinha que provar.
Eu nem percebi que estava me mexendo até que Heath falou, mas de repente eu estava inclinada no pequeno espaço entre nossos assentos e o sangue dele me atraiu.
“Sim. Eu quero que você faça isso, Zoey.” A voz de Heath soava profunda e rouca, como se tivesse dificuldade de controlar sua respiração.
“Eu – eu quero provar, Heath.”
“Eu sei, querida. Vá em frente,” ele sussurrou.
Eu não consegui me parar. Minha língua fez um barulho e eu bebi o sangue do pescoço dele.
- Spoiler:
- TREZE
O gosto explodiu na minha boca. Quando minha saliva tocou a ferida superficial o sangue dele começou a fluir mais rapidamente, e com um gemido que eu mal reconheci como meu, eu abri minha boca e pressionei meus lábios contra a pele dele, lambendo a deliciosa linha escarlate. Eu senti os braços de Heath passarem ao meu redor enquanto os meus se envolviam ao redor dos ombros dele para poder segurar ele mais firmemente contra a minha boca. A cabeça dele foi para trás e eu o ouvi gemer “sim.” Uma das mãos dele segurou minha bunda e a outra foi para debaixo do meu suéter para apertar meu seio.
O toque dele só fez tudo ficar melhor. Calor viajando através do meu corpo, me colocando em chamas. Como se outra pessoa estivesse controlando meus movimentos, minha mão deslizou do ombro de Heaht, pare o seu peito, para esfregar o duro membro que estava na frente dos jeans dele. Eu suguei o pescoço dele. Idéias racionais saíram da minha mente. Tudo o que eu podia fazer era sentir e provar e tocar. Em algum lugar na profundeza da minha mente eu sabia que estava reagindo num nível que era quase animalesco em sua necessidade e ferocidade, mas eu não me importei. Eu queria Heath. Eu o queria como nada mais que eu queria na vida.
“Oh, Deus, Zo, sim,” ele arfou e seus quadris começaram a se mexer junto com a minha mão.
Alguém bateu na janela do lado do passageiro. “Hey! Vocês não podem ficar se agarrando aqui!”
A voz do homem passou por mim, cortando o calor que estava crescendo dentro de mim. Eu vi um deslumbre do uniforme do guarda de segurança, e comecei a me afastar de Heath, mas ele colocou minha cabeça no lado do seu pescoço e virou seu corpo para que o guarda, que obviamente estava parado do lado de fora da porta do passageiro, não pudesse me ver muito bem, e para que o sangue que estava pingando do pescoço de Heath ficasse complemente escondido.
“Vocês garotos me ouviram!” O cara gritou. “Saiam daqui antes de eu pegar o nome de vocês e ligar para seus pais.”
“Sem problemas, senhor,” Heath gritou naturalmente. Incrivelmente, ele soava perfeitamente normal, só um pouco sem ar. “Estamos indo embora.”
“É melhor. Estou de olho em vocês dois. Droga de adolescentes...” ele murmurou enquanto ele se afastava.
“Ok, ele está longe o bastante para não conseguir ver o sangue,” Heath disse enquanto relaxou seu aperto em mim.
Instantaneamente eu me afastei, me pressionando contra a porta, o mais longe possível de Heath que eu pudesse. Com mãos trêmulas eu abri minha bolsa e peguei um lenço entregando para ele, sem o tocar.
“Pressione isso contra o seu pescoço para parar de sangrar.”
Ele fez o que eu disse.
Eu abri minha janela, colocando minhas mãos juntas, e respirando o ar puro profundamente, tentando bloquear o cheiro do sangue de Heath da minha mente.
“Zoey, olhe para mim.”
“Eu não posso, Heath.” Eu engoli as lágrimas que queimavam na minha garganta. “Por favor vá embora.”
“Não até você me olhar e ouvir o que eu tenho para te dizer.”
Eu virei a cabeça e olhei para ele. “Como diabos você pode estar tão calmo e parecendo tão normal?”
Ele ainda estava pressionando o lenço contra o seu pescoço. O rosto dele estava corado e o cabelo dele estava bagunçado. Ele sorriu para mim, e eu não achei que algum dia vi alguém que parecia tão adorável.
“Fácil, Zo. Ficar com você é totalmente normal para mim. Você me deixa louco a anos.”
Eu tive a toda a eu-não-estou-pronta-para-transar-com-você conversa com ele quando tinha quinze anos e ele tinha quase 17. Ele disse naquela época que entendia e estava disposto a esperar – é claro isso não significa que nós não tenhamos ficado de forma pesada – mas o que tinha acabado de acontecer no carro foi diferente. Foi mais quente. Eu sabia que se eu me permitisse continuar a ver ele eu não seria uma virgem por muito mais tempo, e não porque Heath fosse me pressionar. Seria porque eu não seria capaz de controlar minha ânsia por sangue. A idéia me assustava tanto quanto me fascinava. Eu fechei os olhos e esfreguei minha testa. Eu estava ficando com dor de cabeça. De novo.
“O seu pescoço dói?” Eu perguntei, espiando ele através dos meus dedos como se estivesse vendo um filme de luta idiota.
“Não. Estou bem, Zo. Você não me machucou nem um pouco.” Ele se inclinou e puxou minha mão da frente do meu rosto. “Tudo ficará bem. Pare de se preocupar tanto.”
Eu queria acreditar nele. E, de repente eu percebi, que eu também queria ver ele de novo. Eu suspirei. “Eu vou tentar. Mas eu realmente tenho que ir. Eu não posso me atrasar de volta para a escola.”
Ele colocou minha mão nele. Eu podia sentir o pulsar do sangue dele, e sabia que ele estava pulsando com meu próprio coração, como se eu e ele tivéssemos ficando internamente sincronizados. “Me prometa que você vai me ligar,” ele disse.
“Eu prometo.”
“E você vai me encontrar aqui de novo essa semana.”
“Eu não sei quando posso vir. Nessa semana vai ser difícil para mim.”
Eu esperei que ele discutisse comigo, mas ele apenas acenou e apertou minha mão. “Ok, eu entendo. Viver 24 horas por dia na escola é provavelmente uma droga. Que tal isso: Sexta jogamos contra a Jenks em casa. Você poderia me encontrar na Starbucks depois do jogo?”
“Talvez.”
“Você vai tentar?”
“Sim.”
Ele riu e se inclinou para me dar um rápido beijo. “Essa é a minha Zo! Te vejo sexta.” Ele saiu do carro e antes de fechar a porta se abaixou e disse, “Eu amo você, Zo.”
Enquanto dirigi para longe eu pude ver ele pelo meu espelho retrovisor. Ele estava parado no meio do estacionamento, o lenço pressionado contra o seu pescoço, dando tchau para mim com um aceno.
“Você não tem idéia do que está fazendo, Zoey Redbird,” eu disse alto para mim mesma enquanto o céu cinza se abria e derramava chuva por cima de tudo.
Era 14:35 quando eu entrei de fininho de volta para nosso quarto. O fato de eu estar com o tempo curto foi na verdade bom. Não me deu a chance de pensar demais no que eu tinha que fazer. Stevie Rae e Nala ainda estavam dormindo. Na verdade, Nala tinha abandonado minha cama vazia e estava empoleirada ao lado da cabeça de Stevie Rae no travesseiro dela, o que me fez sorrir. (A gata era uma notaria abraçadora de travesseiros.) Silenciosamente eu abri a gaveta da minha mesa do mulher e agarrei o telefone descartável de Damien, junto com o pedaço de papel onde escrevi o numero do FBI, e então fui para o banheiro.
Eu respirei fundo algumas vezes, me acalmando, lembrando do conselho de Damien: Seja rápida. Soe um pouco irritada, e meio louca, mas não pareça uma adolescente. Eu disquei o número. Quando um homem que soou um oficial atendeu, “Federal Bureau of Investigation.* Como posso te ajudar?” Eu baixei a voz e a deixei afiada, cortando minhas palavras como se tivesse que ter cuidado para me segurar por causa da quantidade de ódio que estava crescendo entre elas (que é como Erin, com seu inesperado e bizarro conhecimento policial, descreveu como eu deveria fingir me sentir). “Eu quero reportar uma bomba.” Eu continuei falando, sem dar tempo para ele me interromper, mas falando devagar e claramente porque eu sabia que nossa ligação estava sendo gravada. “Meu grupo, Natureza Jihad** (Shaunee inventou esse nome), a plantou abaixo da linha de água em uma das torres de comando (palavra que Damien inventou) da ponte que cursa o Rio Arkansas na I-40 perto da Webber Falls. Está armada para explodir as 15:15 (Usar o horário militar foi outra brilhante idéia de Damien). Estamos assumindo completa responsabilidade por esse ato de desobediência civil (mais uma contribuição de Erin, embora ela tenha dito que terrorismo não é um ato de desobediência civil, é... bem... terrorismo, que é definitivamente diferente) prostestando contra o governo a interferência dos Estados Unidos nas nossas vidas e contra a poluição dos rios americanos. Fique atento porque esse é apenas nosso primeiro ataque!” Eu desliguei. Então rapidamente virei o pedaço de papel rasgado e disquei o outro telefone que estava escrito.
(*Agência Federal de Investigação)
(**guerra santa, no islamismo)
“Fox News Tulsa!” Disse uma mulher alegre.
Essa parte na verdade foi minha idéia. Eu achei melhor ligar para uma estação de TV local para termos uma chance melhores de ter a ameaça reportada rapidamente pela estação, e então podíamos manter um olho nas noticias e talvez saber quando (ou se) nossa tentativa de fechar a ponte tinha sido um sucesso. Eu respirei fundo e me lancei no resto do plano.
“Um grupo terrorista conhecido como Natureza Jihad ligou para o FBI com informações de que eles plantaram uma bomba na ponte da I-40 no Rio Arkansas perto de Webber Falls. Está armada para explodir as 15:15 hoje.” Eu cometi o erro de fazer uma pausa durante uma fração de segundo, e a mulher, que de repente não parecia feliz, disse, “Quem é você, senhora, e de onde você conseguiu essa informação?”
“Abaixo a intervenção do governo e a poluição e viva o poder das pessoas!” Eu gritei e então desliguei. Imediatamente eu desliguei o celular. Então meus joelhos não se seguravam mais e eu cai na tampa fechada na privada. Eu consegui. Eu realmente consegui.
Duas batidas soaram contra a porta do banheiro, seguido pelo suave som fanhoso do sotaque de Stevie Rae.
“Zoey? Você está bem?”
“Yeah,” eu disse fracamente. Eu me forcei a levantar e ir até a porta. Eu abri a porta para ver o rosto amassado de Stevie Rae olhando ao redor de mim como um sonolento coelho.
“Você ligou?” Ela sussurrou.
“Yeah, e não temos que sussurrar. É apenas você e eu.” Nala bocejou e fez um mal humorado mee-uf-ow para mim no meio do travesseiro de Stevie Rae.
“O que aconteceu? Eles falaram algo?”
“Não depois da parte do “Olá FBI.” Damien disse que eu não deveria dar a chance deles falarem, lembra?”
“Você disse a eles que éramos a Natureza Jihad?”
“Stevie Rae. Não somos a Natureza Jihad. Só estamos fingindo ser.”
“Bem, eu ouvi você gritando abaixo o governo e a poluição, então pensei... talvez... na verdade não sei o que eu pensei. Eu acho que só fui pega pelo momento.”
Eu virei os olhos. “Stevie Rae, eu só estava fingindo. A moça do canal de noticias perguntou quem eu era e eu acho que meio que surtei. E, sim, eu disse a eles tudo que dissemos que eu deveria. Eu espero que funcione.” Eu tirei meu canguru e o pendurei nas costas da cadeira para secar.
Stevie Rae de repente registrou que meu cabelo estava molhado e minha Marca coberta, algo que eu totalmente esqueci quando me apressei para fazer a ligação. Diabos.
“Você foi em algum lugar?”
“Yeah,” eu disse relutantemente. “Eu não consegui dormir, então foi para a American Eagle na Utica e comprei um suéter novo.” Eu apontei para a sacola da American Eagle jogada no canto.
“Você deveria ter me acordado. Eu teria ido com você.”
Se ela não tivesse soado tão magoada eu teria tempo para pensar o quanto eu ia contar a ela sobre Heath antes de falar, “eu me encontrei com meu ex-namorado.”
“Ohminhadeusa! Me conte tudo.” Ela se jogou na cama, olhos brilhando. Nala reclamou e pulou do travesseiro dela para o meu. Eu peguei uma toalha e comecei a secar meu cabelo.
“Foi na Starbucks. Ele estava pendurando pôsteres com a foto de Brad.”
“E? O que aconteceu quando ele viu você?”
“Conversamos.”
Ela virou os olhos. “Anda – o que mais?”
“Ele parou de beber e ficar alto.”
“Isso, isso é forte. Ele beber e fumar não foi o motivo de você parar de ver ele pra começar?”
“Yeah.”
“Hey, e quanto a vadia Kayla e ele?”
“Heath disse que não está vendo ela por causa das merdas que ela diz sobre vampiros.”
“Vê! Estavamos certas sobre ela ser o motivo que aqueles policias estiveram aqui perguntado de você,” Stevie Rae disse.
“É o que parece.”
Stevie Rae estava me vendo mais atentamente. “Você ainda gosta dele, não gosta?”
“Não é tão simples.”
“Bem, na verdade, parte disso é simples. Quero dizer, se você não gosta dele, é basicamente isso. Você não verá ele de novo. Simples,” Stevie Rae disse logicamente.
“Eu ainda gosto dele,” eu admiti.
“Eu sabia!” Ela fez uma pequena dancinha na cama. “Cara, você tem um zilhão de caras, Z. O que você vai fazer?”
“Eu não faço idéia,” eu disse miseravelmente.
“Erik volta da competição de Shakespeare amanhã.”
“Eu sei. Neferet disse que Loren foi apoiar Erik e o resto do pessoal daqui, então isso significa que ele volta amanhã também. E eu disse a Heath que o encontraria sexta depois do jogo.”
“Você vai contar a Erik sobre ele?”
“Eu não sei.”
“Você gosta de Heath mais do que de Erik?”
“Eu não sei.”
“E quanto a Loren?”
“Stevie Rae, eu não sei.” Eu esfreguei a dor de cabeça que parecia ter se firmado em mim. “Podemos não falar sobre isso por um tempo – pelo menos até eu descobrir o que fazer.”
“Ok. Vamos.” Ela agarrou meu braço.
“Onde?” eu pisquei para ela, totalmente confusa. Ela foi de Heath para Erik para Loren e então deixou para lá tão rápido.
“Você precisa da sua dose de Count Chocula, e eu preciso dos meus Lucky Charms. E ambas precisamos ver a CNN e as noticias locais.”
Eu comecei a passar pela porta. Nala se esticou, miou mal humoradamente, e então relutantemente me seguiu. Stevie Rae balançou a cabeça para nós duas.
“Anda vocês duas. Tudo vai parecer melhor depois que você tiver seu Count Chocula.”
“E uma coca,” eu disse.
Stevie Rae estragou seu rosto como se ela tivesse de sugar limão. “Para o café da manhã?”
“Eu tenho o pressentimento que esse vai ser um dia de coca.”
Beatriz- Filhos de Erebus
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Re: Traída - P.C. Cast e Kristin Cast online
14° Capítulo
Logo logo posto os outros capítulos. Lembrando que é apenas um teste.
Att: Beatriz
- Spoiler:
- CATORZE
Graças a Deus, não tivemos que esperar muito antes de ouvir algo. Stevie Rae, as Gêmeas, e eu estávamos assistindo o Show do Dr. Phil e exatamente as 15:30 (Stevie Rae e eu estávamos na segunda tigela e eu na terceira coca) quando a Fox News interrompeu o programa com uma Reportagem Especial.
“Aqui é Chera Kimiko com noticias inéditas. Soubemos que logo depois das 14:30 desta tarde o filial de Oklahoma do FBI recebeu uma ameaça de bomba de um grupo terrorista que se auto proclama Natureza Jihad. A Fox News descobriu que o grupo alega ter plantado uma bomba na ponte da I-40 do Rio Arkansas não muito longe de Webber Falls. Vamos ao vivo com Hannah Downs para mais noticias.”
Nós quatro sentamos muito paradas e assistimos a câmera filmar uma repórter jovem que estava parada na frente de uma ponte que parecia normal. Bem, era normal exceto pela horda de homens uniformizados que estavam vasculhando ao redor.
Eu respirei aliviada. A ponte definitivamente estava fechada.
“Obrigado, Chera. Como vocês podem ver a ponte toda foi fechada pelo FBI e a policia local, incluindo time ATF de Tulsa. Eles estão fazendo uma profunda busca pela suposta bomba.”
“Hannah, eles já encontraram alguma coisa?” Chera perguntou.
“É muito cedo para dizer, Chera. Eles acabaram de lançar os barcos do FBI.”
“Obrigada, Hannah.” A câmera voltou para o noticiário. “Vamos te manter informado nessa história inédita quando tivermos mais informações da suposta bomba, ou do seu grupo terrorista. Até lá, a FOX retorna você para...”
“Uma ameaça de bomba. Isso foi inteligente.”
As palavras foram faladas tão suavemente e eu estava tão concentrada na TV que levou um segundo para a voz de Afrodite ser registrada por mim. Quando foi eu olhei para cima rapidamente. Ela estava parada na minha direita, só um pouco atrás do sofá onde Stevie Rae e eu estávamos sentadas. Eu esperava que o rosto dela estivesse com a sua usual arrogância, então fiquei surpresa quando ela acenou levemente, de forma quase respeitosa, para mim.
“O que você quer?” A voz de Stevie Rae era afiada, e eu notei várias que estavam ocupadas assistindo TV em seus grupos pararam o que estavam fazendo para olhar. Mas Afrodite imediatamente mudou sua expressão, ela notou também.
“De um ex-refrigerador? Nada!” Ela disse.
Eu senti Stevie Rae se endurecer ao meu lado. Eu sabia que ela odiava ser lembrada que Afrodite e seu grupo da Filhas Negras usaram o sangue dela no ritual que tinha dado totalmente errado mês passado. Ser usada como um “refrigerador” não é uma coisa boa – e ser chamado de um é um insulto.
“Hey, sua bruxa vadia do inferno,” Shaunne disse em um tom doce e amigável. “Isso nos lembra, parece que o novo grupo das Filhas Negras –”
“Que seriamos nós e não você e suas amigas vadias,” Erin acrescentou.
“...Tem uma nova vaga para um refrigerador amanhã,” Shaunee continuou suavemente.
“Yeah, e já que você não é mais nada, o único jeito de entrar no ritual é ser um lanche,” Erin disse. “Você está aqui para se inscrever para o trabalho?”
“Se você estiver, desculpe. Não tem como dizer por onde você andou e não gostamos de coisas nojentas,” Shaunee disse.
“Vai se fuder, vadia,” Afrodite respondeu.
“Nem se você implorar,” Shaunee disse.
“Ya ho,” Erin terminou.
Stevie Rae só ficou sentada ali, parecendo pálida e chateada. Eu queria bater a cabeça de todas elas juntas.
“Ok, parem.” Todos calaram a boca. Eu olhei para Afrodite. “Nunca mais chame Stevie Rae de refrigerador de novo.” Então me virei para as Gêmeas. “Calouros serem usados durante nossos rituais é uma das coisas que eu vou cortar, então não precisamos de um garoto para agir como nosso sacrifício. O que significa que ninguém vai ser um lanche.” Ok, eu não tinha realmente gritado com as Gêmeas, mas elas me deram olhares idênticos de magoa e choque. Eu suspirei. “Estamos todos no mesmo lado,” eu disse quietamente, me certificando que minha voz não fosse até as garotas que obviamente estavam escutando. “Então seria bom a gente parar de brigar.”
“Não se engane. Não estamos do mesmo lado – nem de perto.” Então, com uma risada que era mais com um resmungo, ela se afastou.
Eu observei ela ir embora e logo antes dela ir para porta da frente ela olhou para mim, encontrou meus olhos, e piscou.
O que foi isso? Ela parecia quase divertida, como se fossemos amigas e estivéssemos só brincando. Mas isso não era possível. Era? “Ela me dá calafrios,” Stevie Rae disse.
“Afrodite tem problemas,” eu disse, e as 3 olharam para mim como se eu tivesse acabado de dizer que Hitler não foi tão mal. “Gente, eu realmente quero que as novas Filhas Negras seja um grupo que aproxima as pessoas, não um grupo metido e tão exclusivo que só alguns são escolhidos para se juntar.” Elas me encararam. “Foi o aviso dela que salvou minha avó e várias outras pessoas hoje.”
“Ela só te contou porque ela quer algo de você. Ela é odiosa, Zoey. Nunca pense que ela não é,” Erin disse.
“Por favor não me diga que você está pensando em deixar ela voltar as Filhas Negras,” Stevie Rae disse.
Eu balancei a cabeça. “Não. E mesmo que eu quisesse, o que eu não quero,” eu adicionei rapidamente, “de acordo com nossas novas regras ela não se qualifica como membro. As Filhas e Filhos Negros tem que manter nossos ideais por seu comportamento.”
Shaunne bufou. “De jeito nenhum a bruxa sabe ser autêntica, fiel, sábia, séria, e sincera sobre nada a não ser seus odiosos planos.”
“Para dominação mundial,” Erin disse.
“E não ache que elas estão exagerando,” Stevie Rae me disse.
“Stevie Rae, ela não é minha amiga. Eu só... eu não sei...” Eu me debati, tentando transformar as palavras do instinto que tão freqüentemente sussurrava para mim e me dizia o que fazer, em palavras. “Eu acho que eu sinto pena dela as vezes. E eu também acho que a entendo um pouco. Afrodite só quer ser aceita, mas ela age da forma errada. Ela acha que manipulação e mentiras misturadas com controle podem forçar as pessoas a gostar dela. É o que ela vê em casa, e é o que a faz como é agora.”
“Desculpe, Zoey, mas isso é bobagem,” Shaunne disse. “Ela é velha demais pra agir como uma idiota porque ela tem uma mãe problemática.”
“Por favor. Só por favor com a culpe-a-mamãe-porque-sou-uma-vaca merda,” Erin disse.
“Sem querer ser maldosa nem nada, mas você tem uma mãe problemática também, Zoey, e você não deixa ela, ou seu padrasto-perdedor, mexer com você,” Stevie Rae disse. “E Damien tem uma mãe que não gosta mais dele porque ele é gay.”
“Yeah, e ele não se tornou uma bruxa odiosa e vadia,” Shaunne disse. “Na verdade, ele é o oposto. Ele é tipo... tipo...” Ela pausou, olhando para Erin para ajuda. “Gêmea, qual é o nome da personagem de Julie Andrews em O som da música?”
“Maria. E você está certa, Gêmea. Damien é como aquela freira legal. Ele precisa relaxar um pouco ou ele nunca vai conseguir nada.”
“Eu não acredito que vocês estão discutindo minha vida amorosa,” Damien disse.
Todos pulamos com culpa e murmuramos, “desculpe.”
Ele balançou a cabeça enquanto Stevie Rae e eu dávamos espaço para ele sentar no nosso lado. “E saibam que eu não quero só “conseguir algo” como vocês tão nojentamente descreveram. Eu quero uma relação duradoura com alguém que eu realmente goste, e estou disposto a esperar por isso.”
“Já, fräulein,” Shaunee sussurrou.
“Maria,” Erin murmurou.
Stevie Rae tentou esconder sua risada com uma tosse.
Damien estreitou os olhos para as três. Eu decidi que era minha deixa para falar.
“Funcionou.” Eu disse rapidamente. “Eles fecharam a ponte.” Eu tirei o celular dele do meu bolso e o entreguei para ele. Ele checou para se certificar que estivesse desligado e acenou.
“Eu sei, eu vi as noticias e vim para cá.” Damien olhou para o relógio digital no DVD que ficava junto com a TV, então ele riu para mim. “São 15:20. Conseguimos.”
Nós 5 sorrimos um para o outro. Era verdade; eu estava aliviada, mas eu ainda tinha um sentimento de preocupação que eu não parecia me livrar que era mais do que apenas estresse por Heath. Talvez eu precisasse de uma quarta coca.
“Ok, bem, isso foi cuidado. Então porque vocês estão sentadas aqui falando da minha vida amorosa?” Damien disse.
“Ou da falta dela,” Shaunee sussurrou para Erin, que tentou, sem sucesso (como Stevie Rae) não rir.
As ignorando, Damien levantou e olhou para mim. “Bem, vamos.”
“Huh?”
Ele virou os olhos e balançou a cabeça. “Eu tenho que fazer tudo? Você tem uma performance espiritual amanhã, o que significa que temos uma sala de recreação para transformar. Você achou que Afrodite ia se voluntariar para arrumar as coisas para você?”
“Acho que não pensei sobre isso.” Como se eu tivesse tido tempo?
“Bem, pense agora.” Ele pegou minha mão e me levantou. “Temos que trabalhar.”
Eu agarrei minha coca e segui Damien até a muito fria, e cheia de nuvens tarde de sábado. A chuva tinha parado, mas as nuvens estavam ainda mais escuras.
“Parece que vai nevar,” eu disse, olhando para o céu lodoso.
“Oh, cara, bem que eu queria. Eu amo neve!” Stevie Rae girou ao redor com seus braços esticados, parecendo uma garotinha.
“Se mude para Connecticut. Você terá mais neve do que consegue agüentar. Fica bem cansativo depois de meses e meses de frio e umidade. Por favor. É por isso que nós pessoas do norte somos tão mal humoradas,” Shaunee disse divertida.
“Não me importa o que você diz. Você não pode estragar para mim. Neve é mágica. Eu acho que faz a terra parecer como um fofo cobertor branco.” Ela abriu seus braços e gritou, “Eu quero neve!”
“Yeah, bem, eu quero aqueles quatrocentos-e-quinze-doláres jeans que eu vi no catalogo da Victoria Secret’s,” Erin disse. “O que prova que nem sempre podemos ter o que queremos, neve ou jeans legais.”
“Ohhhh, Gêmea, talvez entre em liquidação. Essas jeans são bonitas demais para desistir.”
“Então porque você não pega sua jeans favorita e vê se consegue reproduzir a estampa você mesma? Não pode ser tão difícil, sabe,” Damien disse logicamente (e muito gay).
Eu estava abrindo a boca para concordar com Damien quando o primeiro floco de neve caiu na minha cabeça. “Hey, Stevie Rae, o seu desejo se tornou realidade. Está nevando.”
Stevie Rae gritou alegremente. “Yeah! Neve mais forte!”
E ela definitivamente foi atendida. Quando chegamos na sala de recreação, grandes flocos de neve estavam cobrindo tudo. Eu tinha que admitir que Stevie Rae estava certa. A neve era como um cobertor mágico que cobria a terra. Tornou tudo suave e branco, e até mesmo Shaunne (da mau humorada, e cheia de neve Connecticut) estava rindo e tentando pegar os flocos com a língua.
Estávamos todos rindo quando chegamos na sala de recreação. Havia vários garotos lá dentro. Alguns estavam jogando sinuca, outros vídeo games das antigas máquinas de arcade. Nossa risada e se escovar para tirar a neve fez vários deles parar o que estavam fazendo e abrir as cortinas que abrigavam a grande sala da luz do sol.
“Yep!” Stevie Rae gritou o óbvio. “Está nevando!”
Eu apenas sorri e fui até a pequena área da cozinha atrás do prédio, com Damien, as Gêmeas, e a louca por neve Stevie Rae me seguindo. Eu sabia que havia um depósito na cozinha, e dentro as coisas que as Filhas Negras mantinham para seus rituais. É melhor começar a arrumar as coisas, e é melhor começar a fingir que eu sei o que diabos estou fazendo.
Eu ouvi a porta se abrir e então fechar atrás de mim, e estava surpresa por ouvir a voz de Neferet.
“A neve é bem bonita, não?”
Os garotos parados perto das janelas responderam Neferet com respeitosos acenos. Eu estava surpresa por me sentir um pouco incomodada, o que eu instantaneamente reprimi, enquanto parei e virei para cumprimentar minha mentora. Como patinhos, minha gangue me seguiu.
“Zoey, ótimo. Estou feliz por encontrar você aqui.” Neferet falou com uma afeição tão óbvia para mim que o incomodo que eu sentia de repente sumiu. Neferet era mais que minha mentora. Ela era como uma mãe para mim, e era egoísta da minha parte ficar irritada por ela vir procurar por mim.
“Olá, Neferet,” eu disse de forma acolhedora. “Estávamos nos aprontado para arrumar a sala para o ritual de amanhã a noite.”
“Excelente! Esse era um dos motivos pelo qual eu queria te ver. Se você precisar de qualquer coisa para o ritual, por favor não hesite em pedir. E eu definitivamente estarei aqui amanhã a noite, mas não se preocupe” – ela sorriu para mim de novo – “não vou ficar para o ritual todo só o tempo suficiente para mostrar meu apoio por sua visão para as Filhas Negras. E então vou deixar as Filhas e Filhos Negros em suas mãos capazes.”
“Obrigado, Neferet,” eu disse.
“Agora, a segunda razão pela qual queria encontrar você e seus amigos” – ela dividiu seu sorriso brilhante com meu grupo – “é que quero apresentar nosso novo estudante para você.” Ela fez uma menção, e um garoto que eu não tinha notado até agora devagar foi para frente. Ele era fofo, de um jeito estudioso, com cabelo cor de areia e olhos azuis muito bonitos. Claramente ele era um nerd, mas um nerd adorável em potencial (tradução: ele toma banho, escova os dentes, ele tem uma pele boa e o cabelo não está cortado como de um perdedor completo). “Eu gostaria que vocês todos conhecessem Jack Twist. Jack, essa é minha caloura, Zoey Redbird, líder das Filhas Negras, e seus amigos e Conselho de Prefeitos, Erin Bates, Shaunee Cole, Stevie Rae Johnson, e Damien Maslin.” Neferet gesticulou apontado para cada um, e “oi” foi dito ao redor. O garoto novo parecia um pouco nervoso e pálido, mas fora isso ele tinha um sorriso legal e não parecia socialmente incapaz ou nada disso. Eu estava me perguntando porque Neferet tinha me procurado para apresentar o garoto quando ela explicou.
“Jack é um poeta e um escritor, e Loren Blake vai ser o mentor dele, mas Loren não voltará da sua viagem até amanhã. Jack também vai ser o colega de quarto de Erik Night. Como você sabe, Erik também volta só amanhã. Então achei que seria bom se vocês cinco mostrassem a Jack o lugar e se certifiquem que ele se sinta bem vindo e se ajeite aqui.”
“É claro, ficaríamos felizes,” Eu disse sem hesitar. Nunca é divertido ser o garoto novo.
“Damien, você pode mostrar a Jack onde é o quarto de Erik, não pode?”
“Claro, sem problemas,” Damien disse.
“Eu sabia que podia contar com Zoey e seus amigos.” O sorriso de Neferet era incrível. Parecia iluminar a sala sozinho e me fez ficar de repente orgulhosa que todos os garotos ao redor estivessem vendo Neferet mostrar um favor tão óbvio para nós. “Lembre-se, se precisar de qualquer coisa amanhã, só me avise. Oh, porque é o seu primeiro ritual eu pedi a cozinha para preparar algo especial para você e as Filhas e Filhos Negros para depois. Deve ser uma linda celebração por você, Zoey.”
Eu fiquei sobrepujada pela consideração dela, e não pude me impedir de comparar com o frio jeito despreocupado que minha mãe me tratava. Diabos, a verdade era que minha mãe não se importava o bastante para me tratar como alguma coisa mais. Eu a vi apenas uma vez durante um mês inteiro, e depois da cena idiota que o marido perdedor tinha feito com Neferet, parecia que eu não iria ver ela de novo tão cedo. Como se eu me importasse? Não. Não quando tenho bons amigos e uma mentora como Neferet me apoiando.
“Eu realmente agradeço, Neferet,” eu disse, engolindo com força o calombo de emoções que tinha se construído na minha garganta.
“É meu prazer e o mínimo que posso fazer por minha caloura no seu primeiro Ritual da Lua Cheia como a líder das Filhas Negras.” Ela me deu um rápido abraço, e então saiu da sala, acenando gentilmente para os garotos que a saudavam respeitosamente.
“Wow,” Jack disse. “Ela é realmente incrível.”
“Claro que é,” eu disse. Então eu ri para meus amigos (e o novato). “Então, prontos para trabalhar? Temos muitas coisas para arrumar aqui.” Eu vi o pobre Jack ficar completamente perdido. “Damien, é melhor você dar a Jack um rápido resumo do ritual dos vampiros para ele não ficar perdido.” Eu comecei a andar de volta para a cozinha (de novo), e ouvi Damien começar sua pequena atuação de professor, começando com os fatos sobre o Ritual da Lua Cheia.
“Uh, Zoey, posso te ajudar?”
Eu olhei por cima do ombro. Drew Partain, um pequeno, e atlético garoto que eu reconheci porque eu e ele éramos da mesma turma de esgrima (ele é um esgrimista incrível – tão bom quanto Damien, e isso é algo), estava parado com um grupo de caras perto da parede com janelas. Ele sorria para mim, mas eu notei que ele ficava olhando para Stevie Rae. “Tem várias coisas para serem arrumadas. Eu sei porque os rapazes e eu costumávamos ajudar Afrodite a arrumar a sala.”
“Huh,” eu ouvi Shaunee dizer. Antes de Erin poder adicionar o tom sarcástico, eu disse, “Yeah, podemos usar uma ajuda.” E então eu testei ele. “Mas meu ritual vai ser diferente. Damien pode mostrar o que eu quero dizer.” Eu esperei pelos olhares desdenhosos que os caras costumavam jogar em Damien e para alguns outros garotos gays na escola, mas Drew só deu nos ombros e disse, “tudo bem por mim. Só nos diga o que fazer.” Ele riu e piscou para Stevie Rae, que riu e corou.
“Damien, eles são seus,” eu disse.
“Está com certeza congelando em algum lugar,” Damien sussurrou, mal movendo os lábios. Então, em sua voz regular ele disse, “bem, a primeira coisa que Zoey não gosta é que isso pareça um necrotério com todas as máquinas empurradas na parede e cobertas com tecido preto. Então vamos ver se conseguimos colocar a maior parte deles na cozinha e no corredor.” O grupo de Drew começou a trabalhar junto com Damien e o novato, e Damien voltou a sua mini-lição.
“Vamos pegar as velas e as colocar aqui,” eu disse ao caras, e fiz menção para as Gêmeas e Stevie Rae me seguirem.
“Damien morreu e foi direto para o céu de gays,” Shaunee disse assim que saímos do campo de audição.
“Hey, já era hora daqueles garotos parerem de agir como ignorantes e se comportar como se tivessem algum senso,” eu disse.
“Ela não quer dizer isso, embora eu concorde com você,” Erin disse. “Ela quis dizer o Sr. Jack o novato-cara-fofo-e-gay Twist.”
“Porque você acha que ele é gay?” Stevie Rae perguntou.
“Stevie Rae, eu juro que você tem que melhorar seus horizontes, garota,” Shaunee disse.
“Ok, eu também estou perdida. Porque você acha que Jack é gay?” Eu perguntei.
Shaunee e Erin dividiram um longo olhar de sofrimento, e então Erin explicou, “Jack Twist é gostoso Jack Gyllenhall o cowboy totalmente gay de Brokeback Mountain.”
“E por favor! Qualquer um que escolha esse nome e parece um nerd fofo desse jeito é totalmente, e completamente jogador do time de Damien.”
“Huh,” eu disse.
“Bem, eu vou,” Stevie Rae disse. “Você sabe, eu nunca vi esse filme. Não foi para o Cinema 8 de Henrietta.”
“Não diga?” Shaunee disse.
“Por favor. Estou chocada,” Erin disse.
“Bem, Stevie Rae. Eu acredito que é hora para um bom DVD mostrando esse excelente tapa,” Shaunee disse.
“Os caras se beijam?”
“Deliciosamente,” Shaunee e Erin falaram juntas.
Eu tentei, mas falhei miseravelmente de não rir da expressão no rosto de Stevie Rae.
- Spoiler:
- QUINZE
Estavamos quase terminando de arrumar a sala quando alguém ligou a TV no noticiario da noite. Nós cinco dividimos olhares rápidos – para o que eles estavam chamando de “a bomba travessa da Nature Jihad” como história principal. Embora soubesse que minha ligação não podia ser rastreada, e tenha visto Damien “acidentalmente” derrubar e esmagar o seu celular, eu só respirei mais facilmente quando Chera Kimiko repetiu que até agora a policia não tinha pistas sobre a identidade do grupo terrorista.
Em uma história relacionada ao Rio Arkansas a Fox News reportou que essa tarde Samuel Johnson, capitão de uma barca de transporte do frio, teve um ataque cardíaco enquanto pilotava a barca. Foi uma “coincidência de sorte” que o trafego no rio foi segurado pela policia e os paramédicos estarem tão perto. A vida dele foi salva, e nenhum dano foi feito a barca ou a ponte.
“Era isso!” Damien disse. “Ele teve um ataque cardíaco e bateu a barca na ponte.”
Eu acenei entorpecida. “E isso prova que a visão de Afrodite era verdade.”
“Não que isso seja uma boa noticia,” Stevie Rae disse.
“Eu acho que é,” eu disse. “Desde que Afrodite nos conte sobre as visões dela, pelo menos podemos levar elas a sério.”
Damien balançou a cabeça. “Tem que haver uma razão para Neferet acreditar que Nyx retirou seu dom de Afrodite. É uma pena não podermos contar a ela sobre isso, então talvez ela explicasse o que está acontecendo, ou talvez até mudasse de idéia sobre Afrodite.”
“Não, eu dei minha palavra de que não diria nada.”
“Se Afrodite realmente está mudando de bruxa para não bruxa, ela mesma vá falar com Neferet,” Shaunee disse.
“Talvez você devesse falar com ela sobre isso,” Erin disse. Stevie Rae fez um barulho rude.
Eu virei meus olhos para Stevie Rae, mas ela não notou porque Drew estava vindo até nós e ela estava muito ocupada corando para prestar atenção em mim.
“Que você acha, Zoey?” Ele perguntou sem tirar os olhos de Stevie Rae.
Que você tem uma queda pela minha colega de quarto, é o que eu queria dizer, mas eu achei que ele era meio fofo e Stevie Rae corou claramente mostrando que também achava, então eu decidi contra mortificar ela. “Parece bom,” eu disse.
“Não parece muito ruim daqui também,” Shaunee disse, dando um olhar de cima abaixo para Drew.
“Concordo, Twin,” Erin disse, mexendo as sobrancelhas para Drew.
O garoto não notou nenhuma das Gêmeas. Parecia que tudo que ele notava era Stevie Rae.
“Estou faminto,” ele disse.
“Eu, também,’’ Stevie Rae disse.
“Então, que tal algo para comer?” Drew perguntou.
“Ok,” Stevie Rae disse rapidamente, então ela pareceu lembrar que todos estávamos parados ali olhando para ela, e o rosto dela ficou ainda mais corado. “Deus, é hora da janta. É melhor todos irmos comer algo.” Com um nervoso gesto, ela passou seus dedos pelos seus cabelos e chamou Damien, que estava profundamente engajado numa conversa com Jack. (Pelo que eu ouvi eles gostavam dos mesmos tipos de livros e estavam debatendo que Harry Potter é o melhor. Claramente, eles eram nerds parecidos.) “Damien, vamos comer. Você e Jack não estão com fome?”
Jack e Damien trocaram olhares, e Damien respondeu, “Yeah, estamos indo.”
“Ok,” Stevie Rae disse, ainda rindo para Drew. “Acho que todos estamos com fome.”
Shaunee suspirou, e foi para a porta. “Por favor. O jovem hormônio do amor nessa sala é o suficiente para me deixar com dor de cabeça.”
“Eu sinto como se estou no filme Lifetime. Espere por mim, Gêmea,” Erin disse.
“Porque as Gêmeas estão tão cínicas sobre amor?” Perguntou Damien quando ele e Jack cruzaram a sala para se juntar a nós.
“Elas não estão. Estão apenas bravas porque os últimos caras que saíram com elas eram chatos,” Damien disse.
Como um grupo, saímos para a mágica noite de neve de novembro. Os flocos tinham mudado e estavam menores, mais ainda estavam caindo aos montes, fazendo a House of Night parecer ainda mais misteriosa e mais parecida com um castelo do que o usual.
“Yeah, as Gêmeas são duras com os caras. É como se eles tivessem trabalho dobrado,” Stevie Rae disse. Eu notei que ela estava andando bem próxima de Drew e que ocasionalmente os braços deles se tocavam.
Eu ouvi vários murmúrios de concordância dos caras que estavam ajudando a arrastar os móveis na sala de recreação. E eu imaginei que seria intimidante para qualquer cara (vampiro ou humano) sair com uma das Gêmeas.
“Você lembra quando Thor convidou Erin para sair?” Disse um dos amigos de Drew, cujo nome eu acho que é Keith.
“Yeah, ela o chamou de lêmure. Sabe, como os imbecis lêmures daquele filme da Disney,” Stevie Rae disse, rindo.
“E Walter saiu com Shaunee num total de 2 encontros e meio. Então, no meio da Starbucks, ela o chamou de processador Pentium 3,” Damien disse.
Eu dei a ele um olhar totalmente sem entender.
“Z, estamos no Pentium 5 até agora.”
“Oh.”
“Erin ainda o chama de Devagar McDevarinstain* toda vez que o vê,” Stevie Rae disse.
(*Piadinha referente a Grey’s Anatomy)
“Claramente vai ser necessário dois caras muito especiais para saírem com as Gêmeas,” eu disse.
“Eu acho que existe alguém para todo mundo,” Jack disse de repente. Todos viramos para ele e ele corou. Antes de qualquer um responder a ele eu falei, “Eu concordo com Jack.” Mas descobrir qual deles é a parte difícil, eu adicionei silenciosamente para mim mesma.
“Totalmente!” Stevie Rae disse com seu jeito alegre e otimista de sempre. “Absolutamente,” Damien disse, piscando para mim. Eu sorri para ele.
“Hey!” Shaunee saiu de trás de uma árvore. “Do que vocês estavam falando?”
“Da sua vida amorosa inexistente!” Damien respondeu alegremente.
“Verdade?” Ela disse.
“Verdade,” Damien disse.
“Que tal falar de quanto frio e molhado você está?” Shaunee disse.
Damien franziu. “Huh?Eu não estou.”
Erin saiu do outro lado da árvore, com uma bola de neve na mão. “Você ficará!” Ela gritou, jogando e atingindo Damien no meio do peito.
É claro que a guerra de bola de neve começou. O pessoal correu para se esconder enquanto juntavam novas bolas de neve e miravam em Shaunee e Erin. Eu comecei a me afastar.
“Eu disse a você que neve é ótimo!” Stevie Rae disse.
“Bem, então vamos esperar por uma nevasca,” Damien gritou, mirando em Erin. “Muita neve e neve. Muito melhor para mulher de bola de neve!” Ele jogou a bola, mas Erin era rápida e pulou para se proteger em tempo de não ser atingida bem na cabeça.
“Onde você está indo, Z?” Stevie Rae perguntou de trás do arbusto ornamental. Eu notei que Drew estava do lado dela, jogando bolas contra Shaunee.
“Para o Media Center – eu tenho que ver as palavras para o ritual amanhã, então vou pegar algo para comer e voltar para o dormitório quando acabar.” Eu continuei me afastando cada vez mais rápido. “Odeio perder a diversão, mas...” e eu voltei para dentro, fechando a porta em tempo de ouvir os três plop plop plop de três bolas de neve contra a madeira.
Eu não estava só dando uma desculpa para sair da guerra de bola de neve. Amanhã eu teria que lançar um circulo e liderar um ritual que pode ser tão antigo quanto a lua.
Eu não sabia o que diabos estava fazendo.
Ok, claro. Eu lancei um circulo com meus amigos um mês atrás como uma pequena experiência para ver se eu tinha uma afinidade com os elementos, ou se eu estava maluca. Até eu sentir o poder do vento, fogo, água, terra, e espírito passarem por mim e meus amigos testemunharem isso, e pus de lado a idéia de estar maluca. Não que eu seja totalmente cinitica nem nada, mas por favor. Apenas por favor (como as Gêmeas diriam). Ser capaz de sentir o poder dos cinco elementos era bizarro. Eu quero dizer, minha vida não era um filme dos X-Men (embora eu definitivamente gostaria de passar um tempo de qualidade com Wolverine).
O Media Center estava previsivelmente vazio; era, afinal de contas, sábado a noite. Só nerds total passavam a noite de sábado no Media Center. Sim, eu sabia muito bem o que isso me fazia. Eu já decidi onde começar a procurar. Eu peguei o catalogo no mulher e procurei por livros antigos de feitiços e rituais, ignorando qualquer um recentemente publicado. Eu fiquei particularmente atraída pelo titulo Ritos Místicos da Lua de Cristal por Fiona. Eu mal reconheci o nome dela como uma das Vampiras Poetas Laureates dos anos 1800 (tinha uma foto legal dela no nosso dormitório). Eu escrevi o número do livro e o encontrei numa prateleira obscura, empoeirada e sozinha. Eu pensei que era um excelente sinal ser um daqueles livros de capa de couro e bem grosso. Eu queria um fundamento e tradição para que sobre minha liderança as Filhas Negras soubessem algo mais do que a influência moderna de Afrodite.
Eu abri meu bloco de notas, e peguei minha caneta favorita, o que me fez pensar sobre o que Loren tinha dito sobre preferir escrever poesia a mão do que no mulher... e me fez pensar sobre Loren tocando meu rosto... e minhas costas... e a conexão que passou entre nós. Eu sorri e senti minhas bochechas ficarem quentes, e então percebi que estava sentada ali rindo e corando como uma retardada por um cara que era velho demais para mim, e um vampiro. As duas coisas me deixavam nervosa (como deveriam). Quero dizer, ele era totalmente lindo, mas ele tinha 20 e poucos. O que, infelizmente, só o fazia ser mais delicioso, especialmente depois da minha breve mas suja cena de beber sangue e ficar com Heath.
Eu bati minha caneta contra a página em branco. Ok, eu estive beijando e passando um tempo com Erik. Sim, eu gostava dele. Não, eu não tinha ido muito longe. Uma razão era que apesar da evidência ao contrario, eu normalmente não agia feito uma vadia. Outra razão era que eu ainda estava muito ciente do incidente que eu vi com Afrodite, a ex namorada de Erik, de joelhos na frente dele tentando dar um boquete, e eu não queria que houvesse confusão pela parte de Erik de que eu definitivamente não era uma vadia como Afrodite. (Eu ignorei a memória de mim esfregando o calombo nas calças de Heath.) Então, eu definitivamente estava atraida por Erik, que todos achavam ser meu namorado oficial, embora não tenhamos feito muito sobre aquela atração.
Minha mente mudou para Loren. Lá fora com a luz do luar minha pele nua para ele, Loren me fez sentir como mulher – não uma inexperiente, nervosa garota, que é como eu tendia a me sentir perto de Erik. Mas quando vi o desejo nos olhos de Loren eu me senti linda e poderosa e muito, muito sexy. E eu tinha que admitir a mim mesma que eu gostava muito desse sentimento.
E como diabos Heath se encaixava em tudo isso? Eu me sentia diferente sobre Heath tanto quanto sobre Erik ou Loren. Heath e eu tínhamos uma história. Nos conhecíamos desde crianças, e estavamos saindo, indo e voltando, nos últimos anos. Eu sempre me sentia atraída por Heath, e ficamos muito, mas ele nunca me excitou antes do jeito que ele excitou quando cortou seu pescoço e me fez beber o sangue dele.
Eu tremi e automaticamente mordi os lábios. Só de pensar nisso me fez sentir quente e aterrorizada ao mesmo tempo. Eu definitivamente queria ver ele de novo. Mas era porque eu ainda gostava dele, ou por causa da intensa ânsia de sangue que eu sentia por ele?
Eu não tinha idéia.
Verdade, eu gostava de Heath a anos. Ele era meio bobo as vezes, mas geralmente de um jeito fofo. Ele me tratava bem, e eu gostava de sair com ele – pelo menos essas coisas eram verdade antes dele começar a beber e ficar alto. Então sua bobeira virou idiotice, e eu parei de confiar nele. Mas ele disse que parou com isso, então isso não significava que ele voltou a ser o cara que eu gostava tanto? E se fosse, o que diabos eu deveria fazer sobre (1) Erik, (2) Loren, (3) o fato que beber o sangue de Heath era completamente contra as regras da House of Night, e (4) eu definitivamente ia beber mais do sangue dele.
Meu suspiro soou suspeitosamente como um choro. Eu realmente precisava falar com alguém.
Neferet? De jeito nenhum. Eu não ia contar para um vampiro adulto sobre Loren. Eu deveria admitir que bebi o sangue de Heath (de novo – suspiro) e provavelmente tinha intensificado o Imprint entre nós. Mas eu não podia. Pelo menos ainda não. Eu sei que era egoísta, mas eu não queria me meter em problemas com ela enquanto ainda estava tendo que estabelecer a liderança das Filhas Negras.
Stevie Rae? Ela era minha melhor amiga, e eu queria contar a ela, mas se eu realmente ia falar com ela então eu teria que admitir que bebi o sangue de Heath. Duas vezes. E o quanto eu queria beber de novo. Isso não iria assustar ela? Me assustava. Eu não agüentava imaginar minha melhor amiga olhando para mim como um monstro. Além do mais, eu não achei que ela fosse entender – não de verdade.
Eu não podia contar a vovó. Ela definitivamente não ia gostar do fato de Loren ter 20 e poucos. E eu não conseguia imaginar falar com ela sobre a parte da luxuria com a ânsia de sangue. Ironicamente, eu percebi que a única pessoa que não surtaria sobre a ânsia por sangue, e definitivamente ia entender sobre a parte da luxuria era – Afrodite. E, estranhamente, parte de mim queria falar com ela, especialmente depois de descobrir que as visões dela eram verdadeiras. Eu tinha um pressentimento em relação a Afrodite que estava me dizendo que tinha muito mais acontecendo com ela que o fato dela poder definitivamente ser uma vadia odiosa. Ela irritou Neferet – isso era óbvio. Mas Neferet tinha dito a Afrodite, em palavras frias e odiosas, que Nyx tinha retirado seu favor em relação a ela, e ela deixou claro para mim (e praticamente a escola toda) que as visões de Afrodite eram falsas. Mas eu tinha prova de que elas não eram. Isso me deu um assustador pressentimento, mas eu estava começando a imaginar o quanto eu realmente podia confiar em Neferet.
Forçando meus pensamentos de volta ao Media Center e a pesquisa que eu tinha que fazer, eu abri o antigo livro de ritual, e um pedaço de papel caiu dele. Eu peguei o papel, achando que algum garoto tinha deixado notas nele e congelei. Meu nome estava escrito em cima com uma elegante letra que eu definitivamente conhecia.
Para Zoey.
Atraente Sacerdotisa.
A noite não pode bloquear seu sonho escarlate. Aceite o desejo que chama.
As palavras do poema mandaram um calafrio para mim. O que diabos? Como alguém, ainda mais Loren que deveria estar na Costa Leste, iria saber que eu ia pegar o livro!
Minha mão tremia, então larguei o papel e devagar reli o poema. Se eu tirasse o fato de que era incrivelmente romântico que o Vampiro Poeta Laureate estava me escrevendo poesia e lesse o poema sem estar totalmente surpresa por quão sexy ele era eu percebi algo tão perturbador quanto o haiku estar aqui pra começo de conversa. A noite não pode bloquear seu sonho escarlate. Eu estava ficando absolutamente louca, eu essa linha faz parecer que Loren sabe sobre mim beber sangue? E de repente o poema parecia errado... perigoso... como um aviso que não estava escrito, e eu comecei a me perguntar sobre o poema. E se Loren não tivesse escrito ele? E se foi Afrodite? Eu a ouvi falar com seus pais. Ela deveria estar trabalhando para me expulsar da liderança das Filhas Negras. Isso seria parte do plano dela? (Jeesh, “o plano dela.” Eu estava começando a soar como uma história em quadrinhos bem ruim.)
Ok, Afrodite me viu com Loren, mas como ela poderia saber sobre o haiku? E também, como Afrodite saberia que eu voltaria para o Media Center procurar esse antigo livro em particular? Isso parecia mais como uma estranha parte dos poderes psíquicos que um vampiro adulto pode ter – embora eu não tivesse idéia de como. Eu quero dizer, eu nem sabia que ia escolher esse livro até uns minutos atrás.
Nala pulou na mesa do mulher, me dando um belo susto. Ela reclamou e se esfregou contra mim.
“Ok, ok. Vou trabalhar.” Mas enquanto pesquisava no velho livro por rituais e feitiços tradicionais minha mente continuou dando voltas sobre o poema e o sentimento inquieto que parecia ter permanentemente se alojado dentro de mim.
- Spoiler:
- DEZESSEIS
Eu estava carregando Nala para fora do Media Center – a gata estava tão adormecida que nem se incomodou de reclamar para mim quando eu a peguei. Eu olhei o relógio e sai da aposento, e não conseguia acreditar que várias horas tinham passado. Não era de se admirar que meu traseiro e meu pescoço estivessem tão duros. Mas ficar temporariamente desconfortável não importava porque eu descobri o que fazer no Ritual da Lua Cheia. Foi um enorme peso tirado das minhas costas. Eu ainda estava nervosa, e não passei muito tempo considerando o fato que quando eu fizesse o ritual eu o faria na frente de vários adolescentes, cuja maioria provavelmente não estava muito feliz por mim ter tomado a liderança de Afrodite. Eu só precisava me manter focada no ritual, e lembrar os incríveis sentimentos que me preenchiam quando eu invocava os 5 elementos. Com sorte.
Eu abri a pesada porta da escola e entrei num outro mundo. Estava nevando bastante, e deve ter nevado o tempo todo que estive no media Center. O terreno da escola estava complemente coberto por um confortável branco. O vento estava chicoteando e a visibilidade era terrível. As luzes que marcavam o obscuro caminho não eram muito mais que pontos brilhantes de luz amarela contra a branca escuridão. Eu provavelmente deveria ter voltado para o prédio e feito meu caminho até o hall da escola e de lá para o dormitório, ficando do lado de dentro o máximo que pudesse, e então dar uma rápida corridinha até o dormitório das meninas, mas eu não queria. Eu pensei sobre como Stevie Rae tinha estado. A neve era realmente mágica. Mudava o mundo, o fazia mais silêncioso, suave, mais misterioso. Como uma caloura, eu já tinha adquiro um pouco da proteção dos vampiros contra o frio, o que costumava a me assustar. Quero dizer, me fazia pensar de frias criaturas mortas, que existiam bebendo sangue dos vivos – totalmente nojento, mesmo que eu ficasse bizarramente atraída pela idéia. Agora eu sabia mais sobre o que eu estava me tornando, então eu entendia que minha proteção contra o frio era mais um metabolismo alto que ser uma morta viva. Vampiros não estão mortos. Eles só Mudam. Eram os humanos que gostavam de provocar os mitos apavorantes sobre os mortos vivos, o que eu estava começando a achar mais do que um pouco irritante. De qualquer forma, eu realmente gostei de ser capaz de andar na nevasca sem sentir que ia congelar. Nala se apertou contra mim, ronronando alto quando enrolei meus braços contra ela de forma protetora. A neve abafou meus passos e pareceu por um momento que eu estava sozinha em um mundo onde preto e branco existiam juntos para formar uma cor única apenas para mim.
Eu só dei alguns passos quando eu suspirei e teria me batido na testa se meus braços já não estivessem ocupados com minha gata. Eu precisava ir para o depósito de feitiços e rituais da escola e pegar um pouco de eucalipto. Pelo que eu li no velho livro de rituais, eucalipto é associado a cura, proteção, e purificação – três coisas que eu achei importante evocar durante meu primeiro ritual como líder das Filhas Negras. Eu suponho que pudesse pegar eucalipto amanhã, mas eu iria precisar dele amarrado como um corpo como parte do feitiço que eu estava planejando lançar, e... bem... era provavelmente inteligente praticar para não derrubar nada durante o ritual ou, pior, de repente descobrir que o eucalipto não era tão flexível quanto eu esperava e quebrar em pedaços quando eu tentasse fazer um nó e então eu ficaria vermelha e iria querer me arrastar para fora da sala de recreação e me amontoar numa posição fetal e chorar...
Eu tirei aquela linda imagem da cabeça, virei, e comecei a fazer o caminho para voltar ao prédio principal. Foi quando eu vi uma forma. Chamou minha atenção porque não pertencia ali – e não só porque era incomum outro calouro ser bobo o bastante para ser pego andando no meio de uma tempestade. O que me pareceu mais estranho era que aquela pessoa, porque definitivamente não era um gato ou um arbusto, não estava andando na calçada. Ele estava andando para a sala de recreação, mas estava cortando caminho pelo gramado. Eu parei e me apertei contra a neve que caia. A pessoa estava usando uma longa capa escura com um capuz puxado para cima como um chapéu.
Uma vontade de seguir ele me atingiu com tal força que eu perdi o ar. Era quase como se eu não tivesse vontade própria, e eu sai da calçada e corri atrás da pessoa misteriosa, que tinha alcançado a ponta da linha de árvores que cresciam junto ao muro.
Meus olhos se alargaram. No instante que a figura entrou nas sombras, quem quer que fosse, ele ou ela, começou a se mover com uma velocidade nada humana, a capa caindo atrás selvagemente por causa do vento fazendo ela parecer asas. Vermelho? Eu vi flashes escarlate contra partes de pele branca? Neve atingiu meu olho e minha visão focou borrada, mas eu segurei Nala com mais força e comecei a correr rápido, embora eu soubesse que estava sendo levada para uma área ao lado leste do muro que tinha a porta escondida. O mesmo lugar que eu vi os dois fantasmas ou espectros ou o que seja. O lugar que eu disse a mim mesma que eu não queria ir de novo, muito menos sozinha.
Sim, eu deveria dar meia volta e marchar diretamente para o dormitório. Naturalmente, eu não fui.
Meu coração estava batendo feito louco e Nala estava resmungando no meu ouvido quando eu entrei na linha das três árvores e continuei a correr junto ao muro, o tempo todo pensando o quão absolutamente insano era eu estar aqui fora seguindo o que era provavelmente algum garoto que estava tentando sair da escola de fininho, e na pior das hipóteses um fantasma seriamente assustador.
Eu perdi a pessoa de vista, mas eu sabia que estava me aproximando da porta escondida, então diminui a velocidade, automaticamente ficando nas sombras mais profundas e me movendo de árvore em árvore. Estava nevando ainda mais agora, e Nala e eu estávamos cobertas de branco e eu estava começando a sentir o frio. O que eu estou fazendo aqui? Não importava o que minha intuição estava me dizendo, minha mente estava dizendo que eu estava agindo feito louca e que eu precisava me levar (e minha trêmula gata) de volta para o dormitório. Isso não era da minha conta. Talvez um dos professores estivesse checando... eu não sei... o territorio para se certificar que algum calouro maluco (como eu) não estivesse andando pela tempestade.
Ou talvez alguém tivesse se enfiado na escola depois de matar brutalmente Chris Ford e seqüestrar Brad Higeons, e agora estava fugindo de fininho de novo, e se eu o/a confrontasse eu seria morta também.
Yeah, certo. Em falar de uma super imaginação.
E então ouvi as vozes.
Eu diminui a velocidade, praticamente andando com a ponta dos pés até que finalmente os vi. Haviam duas figuras paradas perto da porta escondida que estava aberta. Eu pisquei com força, tentando ver mais claramente através da cortina branca. A pessoa mais perto da porta era a que eu estava seguindo, e agora ele não estava correndo (com uma ridícula velocidade) e eu pude ver que ele estava parado firmemente, meio abaixado com uma postura meio curvada. Eu troquei minha atenção para a outra figura, e eu senti o calafrio que estava acariciando minha pele com a neve afundando em minha alma. Era Neferet.
Ela parecia misteriosa, e poderosa com seu cabelo voando ao redor dela e a neve cobrindo seu longo vestido preto. Ela estava virada para mim, então pude ver que a expressão dela era firme, quase irritada, e ela estava falando seriamente com a pessoa de capa, usando suas mãos expressivamente. Silenciosamente, eu me movi para mais perto, feliz por estar usando uma roupa preta para me misturar bem com as sombras perto da parede. Dessa nova posição eu ouvi pedaços do que Neferet estava dizendo.
“... tenha mais cuidado com o que você faz! Eu não vou...” eu ouvi parada, tentando ouvir através do vento, e percebi que a brisa estava me trazendo mais do que apenas as palavras de Neferet. Eu podia sentir o cheiro mesmo por cima do cheiro da neve que caia. Era seco, um cheiro de mofo, estranhamente deslocado nessa noite fria e molhada. “... muito perigoso,” Neferet estava dizendo. “Obedeça ou...” Eu perdi o resto da frase, e ela parou. A figura de capa respondeu com um estranho grunhido, que era mais animal do que humano.
Nala, que estava empoleirada de baixo do meu queixo e parecia ter adormecido, de novo, de repente mexeu a cabeça com rapidez. Eu me abaixei ainda mais atrás das árvores em cujas sombras eu estava me escondendo enquanto Nala começou a rosnar.
“Shhh,” eu sussurrei para ela e tentei a acariciar para que se acalmasse. Ela se aquietou, mas pude sentir que o pelo nas costas dela tinham levantado e seus olhos se estreitaram em bolinhas raivosas enquanto ela encarava a pessoa de capa.
“Você prometeu!”
O som gutural da voz do homem misterioso fez minha pele se arrepiar. Eu espiei atrás da árvore em tempo de ver Neferet levantar a sua mão como se fosse bater nele. Ele foi se encostar contra o muro, fazendo o capuz cair do seu rosto, e meu estômago se apertou com tanta força que eu pensei que fosse vomitar.
Era Elliott. O garoto morto cujo “fantasma” tinha atacado Nala e eu mês passado.
Neferet não bateu nele. Ao invés disso ela gesticulou violentamente em direção a porta escondida. Ela levantou a voz, então tudo o que ela disse foi carregado pelo vento.
“Você não pode mais ter! Dessa vez não está certo. Você não entende tais coisas, e você não pode me questionar. Agora saia daqui. Se você me desobedecer de novo você irá sentir minha ira, e a ira de uma deusa é terrível de se contemplar.”
Elliott se afastou de Neferet. “Sim, deusa,” ele sussurrou.
Era ele; eu sabia que era. Embora sua voz fosse rouca eu reconheci. De alguma forma Elliott não tinha morrido, e ele não tinha Mudado para um vampiro adulto. Ele era outra coisa. Algo terrível.
Embora ele fosse nojento, a expressão de Neferet se suavizou. “Eu não desejo ficar enraivecida com meu filho. Você sabe que é minha grande alegria.”
Revoltada, eu observei quando Neferet se inclinou para frente e acariciou o rosto de Elliott. Os olhos dele começaram a brilhar com aquela cor de sangue antigo, e mesmo a distância eu pude ver que o corpo inteiro dele tremia. Elliott era baixo, gordinho, nada atraente cuja pele muito branca e cabelo ruivo eram estranhos. Ele ainda era essas coisas, mas agora as pálidas bochechas dele eram magras e seu corpo era arqueado, como se tivesse se curvado para dentro. Então Neferet teve que se abaixar para beijar os lábios dele. Totalmente enojada, eu ouvi Elliott gemer de prazer. Ela se ergueu e riu. Era um som escuro e sedutor.
“Por favor, deusa!” Elliott lastimou.
“Você sabe que não merece.”
“Por favor, deusa!” Ele repetiu. O corpo dele estava tremendo violentamente.
“Muito bem, mas lembre-se. O que uma deusa dá, ela também pode tirar.”
Incapaz de parar de ver, eu vi Neferet levantar seu braço e dobrar sua manga. Então ela passou a unha no ante braço, deixando uma linha escarlate que imediatamente começou a pingar sangue. Eu senti a sedução do sangue dela. Quando ela segurou seu braço, o oferecendo a Elliott, eu me pressionei contra o tronco da árvore, me forçando a ficar parada e escondida enquanto ele caia de joelhos diante dela, fazendo sons selvagens e gemidos, e começava a sugar o sangue de Neferet. Eu tirei meus olhos dele para olhar para Neferet. Ela jogou sua cabeça para trás e seus lábios estavam abertos como se ter o grotesco Elliott sugando seu sangue fosse uma experiência sensual.
Dentro de mim eu sentia um desejo. Eu queria abrir a pele de alguém e...
Não! Eu me abaixei completamente atrás da árvore. Eu não me tornaria um monstro. Eu não seria uma aberração. Eu não podia deixar essa coisa me controlar. Devagar e silenciosamente eu comecei a voltar, me recusando a olhar para os dois de novo.
- Spoiler:
- DEZESSETE
Eu ainda estava me sentindo abalada, confusa, e mais do que um pouco enjoada do estômago, quando finalmente cheguei no dormitório. Amontoados de garotos estavam empoleirados na sala assistindo TV e bebendo chocolate quente. Eu peguei uma toalha de um armário perto da porta e me juntei a Stevie Rae, as Gêmeas, e Damien que estavam sentados assistindo nosso programa de TV favorito Project Runway, e comecei a secar a reclamona Nala. Stevie Rae não percebeu que eu estava quieta. Ela estava muito ocupada falando sobre como a guerra de bola de neve que eu evitei mais cedo tinha virado uma enorme batalha depois do jantar que durou até alguém jogar uma bola que atingiu uma janela do escritório de Dragon. Dragon era o que todos chamavam de professor de esgrima, e ele não é um vampiro que qualquer calouro quer irritar.
“Dragon terminou a guerra de bola de neve.” Stevie Rae riu. “Mas foi muito divertido.”
“Yeah, Z, você perdeu uma briga incrível,” Erin disse.
“Derrubamos Damien e seu namorado,” Shaunee disse.
“Ele não é meu namorado!” Damien disse, mas seu pequeno sorriso pareceu acrescentar um silêncioso “ainda” no fim da frase.
“Tanto...”
“...faz,” falaram as Gêmeas.
“Eu acho que ele é fofo,” Stevie Rae disse.
“Eu também,” Damien disse, ficando corado.
“O que você acha dele, Zoey?” Stevie Rae perguntou.
Eu pisquei para Stevie Rae. Era como se eu tivesse dentro de um tanque no meio de um furacão, e todo mundo estivesse do lado de fora sem noção adorando o maravilhoso tempo.
“Está tudo bem, Zoey?” Damien disse.
“Damien, você pode me conseguir um pouco de eucalipto?” eu disse bruscamente.
“Eucalipto?”
Eu acenei. “Yeah, alguns cabos, e um pouco de salva também. Eu preciso dos dois para o ritual de amanhã.”
“Yeah, sem problemas,” Damien disse, me observando mais atentamente.
“Você já sabe o que fazer com o ritual, Z?” Stevie Rae perguntou.
“Eu acho que sim.” Eu pausei e respirei fundo. Então encontrei o olhar questionador de Damien. “Damien, já houve algum caso de um calouro que pareceu morrer, mas mais tarde foi encontrado vivo?”
Para o crédito dele, Damien não surtou e me perguntou se eu fique maluca. Eu pude sentir que as Gêmeas e Stevie Rae estavam me encarando como se eu tivesse dito que ia para a versão vampira de Girls Gone Wild* mas eu as ignorei e continuei focada em Damien. Todos sabíamos que ele passava horas estudando, e ele lembrava tudo que lia. Se algum de nós soubesse a resposta para essa bizarra pergunta, seria ele.
(*um programa de televisão em que garotas enlouquecem, mostram os peitos e dão pra todo mundo)
“Quando o corpo de um calouro começa a rejeitar a Mudança não tem como parar. Isso está claro em todos os livros. É também o que Neferet nos disse, Zoey.” Eu nunca o vi soar tão sério. “Qual o problema?”
“Por favor, por favor, por favor me diga que você não está se sentindo doente!” Stevie Rae praticamente chorou.
“Não! Nada disso,” eu disse rapidamente. “Estou bem. Prometo.”
“O que está acontecendo?” Shaunee disse.
“Você está nos assustando,” Erin disse.
“Não é minha intenção,” eu disse a eles. “Ok, isso vai sair tudo errado, mas eu acho que vi Elliott.”
“Huh!”
“O que!” as Gêmeas falaram juntas.
“Eu não entendo,” Damien disse. “Elliott morreu mês passado.”
Stevie Rae alargou os olhos. “Como Elizabeth!” ela disse. Antes de eu poder dizer algo, ela falou, uma longa sentença sem respirar, “Mês passado Zoey achou que tinha visto o fantasma de Elizabeth no muro leste mas não falamos nada porque não queríamos assustar vocês.”
Eu abri a boca para explicar sobre Elliott – e Neferet. E fechei de novo. Eu deveria ter percebido antes de dizer uma única paralavra para eles que eu absolutamente não podia contar sobre Neferet. Vampiros eram todos intuitivos em algum grau. A Alta Sacerdotisa Neferet era incrivelmente intuitiva. Tanto que ela geralmente parecia ser capaz de ler a mente das pessoas. De jeito nenhum meus amigos podiam andar pela escola que eu a vi deixar Elliott o vivo morto nojento sugar o sangue dela sem Neferet saber tudo que estava na mente deles.
O que eu testemunhei hoje a noite eu manteria completamente para mim.
“Zoey?” Stevie Rae pôs sua mão no meu braço. “Você pode nos contar.” Eu sorri para ela e desejei com todo o coração que eu pudesse.
“Eu achei ter visto o fantasma de Elizabeth mês passado. E hoje a noite eu vi Elliott,” eu finalmente disse.
Damien franziu. “Se você viu fantasmas porque me perguntou sobre calouros se recuperarem da rejeição da Mudança?”
Eu olhei nos olhos do meu amigo e menti. “Porque parecia mais fácil do que acreditar que eu estava vendo fantasmas – ou pelo menos até eu falar. Então eu soei louca.”
“Ver um fantasma teria me apavorado,” Shaunee disse.
Erin acenou concordando de forma entusiasmada.
“Foi como com Elizabeth?” Stevie Rae peguntou.
Pelo menos não tinha que mentir sobre isso. “Não. Ele parecia mais real, mas eu vi os dois no mesmo lugar, perto do muro leste, e os olhos dos dois eram de uma cor vermelho estranho.”
Shaunee tremeu.
“Eu com certeza vou ficar longe do assustador muro leste,” Erin disse.
Damien, sempre o estudioso, acariciou o queixo como um professor. “Zoey, talvez você tenha outra afinidade. Talvez você possa ver calouros mortos.”
Eu teria pensado que isso era possível, mesmo que fosse nojento, se não tivesse visto o suposto fantasma, sólido e totalmente real, beber o sangue da minha mentora. Ainda sim, era uma boa teoria, e um excelente jeito de manter Damien ocupado. “Você pode estar certo,” eu disse.
“Ugh,” Stevie Rae disse. “Eu espero que não.”
“Eu também. Mas você poderia fazer uma pesquisa para mim, Damien?”
“É claro. Eu também vou checar qualquer referencia sobre assombração de calouros.”
“Obrigada, eu agradeço.”
“Sabe, eu acho que li algo sobre uma antiga história grega sobre espíritos de vampiros que andavam por entre antigas tumbas de...”
Eu não prestei atenção na lição de Damien, mas estava feliz por ver que Stevie Rae e as Gêmeas estavam mais envolvidas ouvindo as histórias de fantasmas dele e então me fazendo perguntas mais especificas. Eu odiava mentir para eles, especialmente já que eu teria gostado de contar tudo a eles. O que eu vi realmente me assustou. Como diabos eu ia enfrentar Neferet de novo?
Nala esfregou seu rosto contra o meu e então sentou no meu colo. Eu olhei a TV e a acariciei enquanto Damien continuava sua história sobre antigos vampiros fantasmas. E então eu percebi o que eu estava vendo e então passei por Stevie Rae para pegar o controle que estava em cima da mesa ao lado dela, fazendo Nala mee-uf-ow reclamar incomodada e sair do meu colo. Eu nem tive tempo para acalmar ela, mas rapidamente aumentei o volume.
Era Chera Kimiko de novo em uma reprise do noticiário da tarde.
“O corpo do segundo adolescente da Union High School, Brad Higeons, foi encontrado pelo segurança de um museu essa tarde em um riacho que passa pelo terreno do Museu Philbrook. A causa da morte não foi oficialmente revelada ainda, mas fontes contaram ao Fox News que o garoto morreu de perda de sangue e múltiplas lacerações.”
“Não...” eu senti minha cabeça rodar. Tinha um terrível sino nos meus ouvidos.
“Esse é o rio que cruzamos quando fomos para o Philbrook para o Ritual de Samhain mês passado,” Stevie Rae disse.
“É na rua aqui de baixo,” Shaunee disse.
“As Filhas Negras costumavam ir até lá escondidas para fazer os rituais,” Erin disse.
Então Damien disse o que todos estávamos pensando. “Alguém está tentando fazer parecer que vampiros estão matando garotos humanos.”
“Talvez eles estejam.” Eu não queria dizer isso em voz alta, e pressionei meus lábios fechados, imediatamente sentindo culpa por ter escapado.
“Porque você diria isso, Zoey?” Stevie Rae parecia chocada.
“Eu-eu não sei. Eu realmente não queria,” eu gaguejei, sem ter certeza do que eu quis dizer quando disse isso.
“Você está com medo, só isso,” Erin disse.
“É claro que você está. Você conhecia os dois,” Shaunee disse. “E além de tudo isso, você viu um fantasma hoje.”
Damien estava me estudando de novo. “Você teve um pressentimento sobre Brad antes de saber da morte dele, Zoey?” Ele perguntou quietamente.
“Sim. Não.” Eu suspirei. “Eu achei que ele estava morto assim que ouvi que ele foi seqüestrado,” eu admiti.
“Algo especifico veio com o sentimento? Você sabe mais alguma coisa?” Damien disse.
Como se a pergunta de Damien tivesse espetado minha memória, os pedaços de palavras que ouvi Neferet dizer passaram na minha mente:... muito perigoso... Você não pode ter mais... Você não pode entender... E você não pode me questionar... Eu senti um terrível calafrio que não tinha nada a ver com a tempestade lá de fora. “Nada especifico veio com o pressentimento. Eu tenho que ir para o meu quarto,” eu disse, de repente incapaz de olhar para eles. Eu odiava mentir, e duvidava que eu pudesse continuar mentindo se ficasse com eles por mais tempo. “Eu tenho que terminar as palavras para o ritual de amanhã,” eu disse com uma desculpa furada. “E eu não dormi muito ontem a noite. Estou cansada.”
“Ok, sem problemas. A gente entende,” Damien disse.
Eles estavam tão obviamente preocupados comigo que eu mal pude olhar eles nos olhos. “Obrigado, gente,” eu murmurei e sai da sala. Eu estava na metade das escadas quando Stevie Rae me alcançou.
“Você se importa que eu volte para o quarto agora também? Eu estou com uma dor de cabeça. Eu só quero dormir. Eu não vou te incomodar enquanto você estuda nem nada.”
“Não, eu não me importo,” eu disse rapidamente. Eu olhei para ela. Ela parecia mesmo um pouco pálida. Stevie Rae era tão sensível que mesmo que ela não conhecesse Chris ou Brad, a morte deles claramente estavam chateando ela. Eu pus meus braços ao redor dela e apertei quando passamos pela nossa porta. “Hey, tudo vai ficar bem.”
“Yeah, eu sei. Só estou cansada.” Ela olhou para mim, mas ela não parecia tão alegre como o usual.
Não falamos muito enquanto colocamos nosso pijama. Nala entrou pela porta de gatos, pulou na minha cama, e estava dormindo quase tão rápido quanto Stevie Rae, o que foi um alivio porque eu não tinha que fingir escrever as palavras para o ritual que eu já tinha terminado. Tinha outra coisa que eu precisava fazer, e eu não queria explicar nenhuma parte disso para ninguém, nem minha melhor amiga.
Logo logo posto os outros capítulos. Lembrando que é apenas um teste.
Att: Beatriz
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